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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Vice-governador de Goiás é baleado; candidato a prefeito morre


Momento em que o atirador atingiu o cabo da PM Vanilson João Pereira (caído) durante o atentado em Itumbiara, no sul de Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

O vice-governador de Goiás, José Eliton (PSDB), de 44 anos, foi baleado, na região do abdômen, durante uma carreata nesta quarta-feira (28), em Itumbiara, região sul de Goiás. Um atirador atingiu quatro pessoas e foi morto por seguranças do governo. Morreram no atentado o candidato à prefeitura de Itumbiara José Gomes da Rocha (PTB), de 58 anos, conhecido como Zé Gomes, e o cabo da PM Vanilson João Pereira, de 36 anos.

José Eliton, que também é secretário de Segurança Pública do estado, está como governador em exercício, já que o governador Marconi Perillo (PSDB) viajou no último dia 19 deste mês para uma missão comercial nos Estados Unidos.

Segundo o delegado regional de Itumbiara, Ricardo Chueire, o atirador foi identificado como Gilberto Ferreira do Amaral, de 53 anos, funcionário da prefeitura. Imagens mostram o tumulto e barulho de tiros no momento do atentado.

Conforme a assessoria de imprensa do Governo de Goiás, o atirador parou na frente do veículo onde Eliton e José Gomes estavam e efetuou vários disparos. O quarto atingido foi o advogado da Prefeitura de Itumbiara, Célio Rezende, de 62 anos, que também participava da carreata.

Eliton foi socorrido e levado para o Hospital Municipal Modesto de Carvalho, em Itumbiara. Uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea de Goiânia transportou o vice-governador e o advogado Célio Rezende para a capital.

Ao chegar ao Aeroporto Santa Genoveva, por volta de 22h, eles foram encaminhados em uma ambulância do Corpo de Bombeiros para o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), onde devem permanecer internados.

A Assessoria da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás informou, às 20h51, que o estado de saúde do vice-governador era estável e ele não corria risco de morte.

"José Eliton está sedado e em procedimento de transferência, em UTI aérea, para Goiânia. O governador em exercício foi atendido de imediato pela equipe médica do Hospital Municipal de Itumbiara, onde passou por cirurgia. O advogado Célio Rezende também está em procedimento de transferência para o Hugol, em Goiânia, na mesma UTI área em que será transportado o governador em exercício", disse o comunicado.

Ainda de acordo com a assessoria, o retorno de Marconi Perillo a Goiás estava previsto para a próxima sexta-feira (30). No entanto, devido ao atentado, ele antecipou a volta e deve chegar a Goiânia na quinta-feira (29), por volta das 11h. Em seguida, concede uma entrevista coletiva sobre o caso.

Enquanto Perillo não retorna a Goiás, o presidente da Assembleia Legistaltiva, Hélio de Sousa (PSDB), é o governador em exercício.

O ataque

O deputado federal Jovair Arantes (PTB) também estava no veículo que foi alvo do ataque. Ele contou que o atirador estava sozinho em um carro que seguia na pista contrária à do comboio.

"Todo mundo achou que vinha pegar na mão, mostra um papel para o Zé [José Gomes]. De repente, ele sacou a pistola e começou a atirar a esmo. Graças a Deus que um segurança da responsabilidade da vice-governadoria estava presente e matou o cara", afirmou.

A Executiva do PSDB Goiás divulgou nota lamentando o atentado. "José Gomes da Rocha liderava as pesquisas entre os candidatos a prefeito de Itumbiara. Foi um homem honrado, trabalhador e muito querido, sobretudo pela população. A Executiva presta sua homenagem ao segurança Vanilson, também vítima fatal do atirador. Muito triste haver pessoas capazes de atos de tamanha violência e covardia".

G1


Justiça Eleitoral identifica 93 mil que doaram sem possuir renda compatível


Suspeita é que candidatos usaram CPF de cidadãos para engordar seus caixas (Foto: Folhapress)

No último balanço antes das eleições de domingo (2), o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) identificou 93 mil pessoas de baixa renda ou com ganhos incompatíveis às contribuições que fizeram para candidatos a prefeito e a vereador. Ao todo, eles teriam doado R$ 300 milhões.

Para o TSE, esses casos evidenciam suspeitas de que algumas campanhas utilizaram CPFs de cidadãos comuns para engordar o caixa de seus candidatos. Esta é a primeira corrida eleitoral em que empresas não podem apoiar financeiramente candidatos.

O levantamento aponta para 22,4 mil inscritos no Bolsa Família que, supostamente, injetaram R$ 21,1 milhões para campanhas. Há ainda 46,7 mil desempregados que teriam contribuído com R$ 52 milhões. Um único eleitor sem emprego, conforme o mapeamento, desembolsou R$ 100 mil a um postulante a prefeito de Porto Alegre.

O TSE lista também 23,8 mil cidadãos que possuem renda incompatível com o valor doado. Juntos, teriam participado com R$ 227,5 milhões, sendo que 31 deles aparecem como donos de repasses acima de R$ 300 mil.

O material revela ainda suspeitas de utilização de nomes de mortos. Até a segunda (26), data de conclusão dessa etapa do trabalho, havia R$ 272 mil doados por 143 falecidos.

Os dados não diferenciam contribuições financeiras e doações estimativas. Esta última ocorre quando um voluntário presta serviço ou cede algum bem ou material à campanha. Mesmo que não tenha pago pela mão de obra ou pela benesse, o candidato é obrigado a registrar o valor atribuído à contribuição.

Balanço do TSE divulgado na semana passada mostrava que dois terços das supostas contribuições feitas por beneficiários do Bolsa Família referiam-se a estimativas.

O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, dá um exemplo para dizer que mesmo doações estimativas podem ter ilegalidade. "Você pega um caso, como vimos, de alguém que recebe Bolsa Família e presta um serviço de produção de vídeo por R$ 68 mil. O sujeito está na linha de pobreza e presta serviço nesse valor, trabalha de graça?".

O levantamento é elaborado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) a partir do cruzamento de informações da Justiça Eleitoral.

Ao todo, o TCU listou 12 categorias em que surgiram indícios de irregularidades, tanto por parte de doadores quanto de empresas que prestam serviço às campanhas.

O estudo, que continuará sendo feito até depois do dia da votação, é entregue semanalmente ao TSE, que o repassa ao Ministério Público e a juízes eleitorais. Cabe aos procuradores e magistrados avaliar a abertura de investigações. Se for comprovada a participação do candidato em fraudes, seu registro pode ser cassado.

Fonte: Folha de S. Paulo

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