Um ano após primeiro levantamento, 105 prédios continuam fechados na Rua São Pedro (Foto: Guto Vital/Agência Miséria)
Após 1 ano do primeiro levantamento feito pelo Miséria, diversos pontos comerciais da rua São Pedro, em Juazeiro do Norte, continuam fechados. A situação pela qual o país atravessa somada ao alto preço dos aluguéis praticados no centro comercial da cidade continuam sendo os principais motivos do esvaziamento.
A informação veio após um novo levantamento feito pelo site que catalogou 105 lojas com portões baixos na principal rua do comércio juazeirense.
A situação ocorre principalmente no trecho logo abaixo da linha férrea que cruza a rua São Pedro. Alguns quarteirões somam até seis estabelecimentos inativos, uns para alugar, outros à venda ou sequer com placas indicando possibilidade de negócio.
Um comerciante da região relatou à reportagem que há três anos possui pontos comerciais fechados por falta de inquilinos interessados. Alguns estão dispostos a alugar, ele diz, mas o preço acaba não sendo atrativo a ponto de fechar negócio. "Em meio à crise, é difícil que alguém tenha capital suficiente para alugar, reformar e investir o suficiente para iniciar um negócio, acaba sendo um tiro no escuro", relata.
Há casos onde o proprietário do imóvel reduziu abaixo da metade o valor inicial do aluguel e, mesmo assim, não conseguiu inquilino para ocupar o local. É o caso do imóvel situado no cruzamento com a rua Pio X, onde, segundo vizinhos, o valor cobrado desceu de 3.500 para 1.500 reais e, mesmo assim, continua desocupado.
Outro empresário que preferiu não se identificar relata que, em 12 anos como inquilino no mesmo ponto, nunca atrasou o pagamento do aluguel. Ainda assim, ele diz, o dono do local anunciou um reajuste de 7,5% na taxa. Ao ameaçar desocupar o prédio, o comerciante conseguiu que o reacerto não fosse efetuado.
Alguns empresário que possuem negócio na rua São Pedro há muito tempo relatam que a chegada de imigrantes Coreanos à região pode ser um dos indicativos para que o mercado imobiliário fosse inflacionado. "Um prédio que custa 2 mil reais, eles alugam por 6 mil", diz um dos que conversaram com a equipe de reportagem.
Coreanos e Chineses, assim como nas grandes cidades brasileiras, vêm se instalando em Juazeiro do Norte e fazem parte de um grande mercado de produtos importados no Centro. O baixo movimento e o reduzido número de clientes, portanto, são os motivos pelos quais algumas famílias estejam preferindo retornar à São Paulo, por exemplo.
A esperança, entretanto, é que após as festividades do carnaval, mais precisamente depois da Semana Santa, o comércio de Juazeiro do Norte passe por uma tímida, mas significativa reação. Uma pretensão dos comerciantes e funcionários que atuam no Centro da cidade e que veem seus postos de trabalhos migrando massivamente para outros bairros da cidade.
Por Felipe Azevedo/Agência Miséria
Cientista brasileira desenvolve sensor de Aids em tempo recorde
Priscila Kosaka desenvolveu um método pode ser aplicado uma semana depois da provável ou suposta contaminação (Foto: Reprodução/Notícias ao Minuto)
Há quase 10 anos estabelecida na Espanha, onde atua no Instituto de Microeletrônica de Madri, a química brasileira Priscila Kosaka comandou uma equipe de pesquisadores que desenvolveu um novo método para detecção precoce da Aids e de outras doenças, inclusive câncer.
De acordo com a pesquisadora, o seu método é muito mais ágil e veloz: enquanto testes convencionais são aplicados em até um mês após a possível contaminação do paciente, o método desenvolvido por Priscila Kosaka pode ser aplicado uma semana depois da provável ou suposta contaminação.
Em entrevista à Sputnik Brasil, a Dra. Kosaka conta que seu método está agora em fase de avaliação científica por parte de laboratórios credenciados da Europa e dos Estados Unidos. A pesquisadora brasileira acredita que ainda serão necessários alguns anos de comprovação científica do seu método, mas sua convicção é de que ele será plenamente aprovado. O raciocínio é simples e objetivo: quanto mais precoce a detecção das doenças, mais rapidamente se fará a administração da prescrição médica adequada ao tratamento das enfermidades.
A Dra. Priscila Kosaka explica que são quase 10 anos de pesquisa para desenvolver "um equipamento sensível, confiável e fácil de usar".
"[O trabalho] começou porque temos uma linha aqui de desenvolvimento de sensores para detecção de câncer. Nós fizemos esse sensor há alguns anos, para ser aplicado na detecção de câncer. Mas nós também temos uma outra linha que ajuda na busca de novos marcadores de câncer, e o que nós precisávamos era de uma aplicação clínica interessante e mais imediata."
A cientista brasileira que trabalha em Madri diz a detecção do HIV precocemente é um "problema grande". "Então resolvemos usar nosso sensor, desenvolvido há alguns anos, para detecção do HIV, aproveitando que tínhamos chegado a uma sensibilidade muito alta fazendo novos testes para detecção de proteínas relacionadas com o câncer", diz. "O que nós detectamos, na verdade, é uma proteína chamada P24, que faz parte do vírus do HIV e que já está em uso clínico. Mas esses sensores precisam de uma concentração, ou seja, uma quantidade muito alta da proteína e sangue para poder detectar, mas, como temos um sensor muito sensível, nós conseguimos detectar somente algumas proteínas e conseguimos diminuir essa janela indetectável do HIV para apenas uma semana. Seguindo o modelo, claro, porque é muito difícil saber exatamente quando uma pessoa foi infectada. Seguimos modelos que existem na literatura [médica]. Na literatura essa concentração a que a gente conseguiu chegar é equivalente à quantidade de P24 que pode estar no sangue de pessoas recém-infectadas", explica.Sobre a questão de que o método desenvolvido pela Dra. Priscila Kosaka seria mais veloz do que os métodos convencionais, ela esclarece que "nosso método é mais sensível. Nós conseguimos detectar três semanas antes. Os métodos atuais que detectam essa mesma proteína, o P24, têm sensibilidade para detectar o HIV após um mês desde a infecção".
De acordo com a pesquisadora, o seu método é muito mais ágil e veloz: enquanto testes convencionais são aplicados em até um mês após a possível contaminação do paciente, o método desenvolvido por Priscila Kosaka pode ser aplicado uma semana depois da provável ou suposta contaminação.
Em entrevista à Sputnik Brasil, a Dra. Kosaka conta que seu método está agora em fase de avaliação científica por parte de laboratórios credenciados da Europa e dos Estados Unidos. A pesquisadora brasileira acredita que ainda serão necessários alguns anos de comprovação científica do seu método, mas sua convicção é de que ele será plenamente aprovado. O raciocínio é simples e objetivo: quanto mais precoce a detecção das doenças, mais rapidamente se fará a administração da prescrição médica adequada ao tratamento das enfermidades.
A Dra. Priscila Kosaka explica que são quase 10 anos de pesquisa para desenvolver "um equipamento sensível, confiável e fácil de usar".
"[O trabalho] começou porque temos uma linha aqui de desenvolvimento de sensores para detecção de câncer. Nós fizemos esse sensor há alguns anos, para ser aplicado na detecção de câncer. Mas nós também temos uma outra linha que ajuda na busca de novos marcadores de câncer, e o que nós precisávamos era de uma aplicação clínica interessante e mais imediata."
A cientista brasileira que trabalha em Madri diz a detecção do HIV precocemente é um "problema grande". "Então resolvemos usar nosso sensor, desenvolvido há alguns anos, para detecção do HIV, aproveitando que tínhamos chegado a uma sensibilidade muito alta fazendo novos testes para detecção de proteínas relacionadas com o câncer", diz. "O que nós detectamos, na verdade, é uma proteína chamada P24, que faz parte do vírus do HIV e que já está em uso clínico. Mas esses sensores precisam de uma concentração, ou seja, uma quantidade muito alta da proteína e sangue para poder detectar, mas, como temos um sensor muito sensível, nós conseguimos detectar somente algumas proteínas e conseguimos diminuir essa janela indetectável do HIV para apenas uma semana. Seguindo o modelo, claro, porque é muito difícil saber exatamente quando uma pessoa foi infectada. Seguimos modelos que existem na literatura [médica]. Na literatura essa concentração a que a gente conseguiu chegar é equivalente à quantidade de P24 que pode estar no sangue de pessoas recém-infectadas", explica.Sobre a questão de que o método desenvolvido pela Dra. Priscila Kosaka seria mais veloz do que os métodos convencionais, ela esclarece que "nosso método é mais sensível. Nós conseguimos detectar três semanas antes. Os métodos atuais que detectam essa mesma proteína, o P24, têm sensibilidade para detectar o HIV após um mês desde a infecção".
O sensor da Dra. Kosaka já está patenteado.
"[O método] está licenciado a uma empresa, e estamos fazendo um trabalho junto com essa empresa, que é conseguir todas as habilitações europeias, americanas, para colocar isso como um sensor no mercado. Trabalhamos com eles desde 2014, e calculamos que vamos precisar de mais uns 4 ou 5 anos. É um processo muito longo, são diversos passos que temos que seguir para conseguir chegar à aprovação do produto. Estamos tentando fazer tudo o mais rápido possível, mas ainda faltam alguns anos."
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