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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Em entrevista, Renato Aragão fala sobre volta de 'Os Trapalhões' com novos atores: 'Serão insubstituíveis'


Foto: TV Globo
O humorista ainda fala sobre a nova fase do humor em que o "politicamente correto" não se aplicaria à trupe que surgiu com Didi, Dedé, Mussum e Zacarias
Pre-pa-ra! O que parecia impossível vai acontecer: Didi, Dedé, Mussum e Zacarias estarão de volta à TV Globo com uma temporada de "Os Trapalhões". Mas calma: o projeto tem o texto final de Renato Aragão, porém nem ele, nem Dedé Santana interpretarão os famosos personagens.

"Agora seremos em seis Trapalhões: Didi [Renato Aragão], Dedé [Santana] e mais outros quatro. Terão dois atores que interpretarão Didi e Dedé jovens, que já são chamados de 'New Generation', e nós dois seremos os tios deles. Eles ainda estão procurando os atores que serão os novos Trapalhões", explica o humorista.

Didi (Foto: TV Globo)
Renato como Didi (Foto: TV Globo)

A gente logo quis saber quem seria um bom Didi hoje em dia, mas Renato preferiu despistar. Dando uma pesquisa aqui e ali, descobrimos que Rodrigo Sant'Anna, Rafael Cortez, Ailton Graça e Tadeu Mello estão sendo cotados para viver Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, respectivamente.

"É muito difícil saber. Tem de ser pessoas que eles possam testar para saber se vai haver uma rejeição ou aprovação, mas será alguém que tenha muito talento e que goste de se divertir. 'Os Trapalhões' são insubstituíveis, então os novos atores serão imitadores, a exemplo do elenco da 'Escolinha do Professor Raimundo'", falou, mencionando produção de Bruno Mazzeo, no papel que foi de seu pai, Chico Anysio.

A nova temporada dos Trapalhões terá 12 episódios, de 30 minutos cada, e será dirigida por Ricardo Waddington. Renato Aragão também participa, não só como ator, mas como redator final. "Não vai ser agora. O pessoal está muito ávido para saber quando será a estreia e a previsão é que seja em meados de junho de 2017", avisa.

Glamour: Como é estar fora da televisão?

Renato Aragão: Eu já fiquei fora na época que faleceram os colegas [Mussum e Zacarias]. Eu fiquei assim por cinco ou seis anos, fazendo somente especiais na TV. Também cheguei a ter um programa em Portugal, com o Dedé. Depois eu voltei com a "Turma do Didi" (1998) e está passando até hoje no canal Viva.

G: É difícil ficar longe da TV?
RA: Difícil não é, porque sempre estou com novos projetos. Tenho um quase pronto com a Globo Filmes, que gravamos inclusive em Los Angeles. E já estou preparando um novo longa para depois desse. Sinceramente, já perdi as contas.

G: Tem algum outro projeto particular para a TV?

RA: Não dá tempo. Imagina, fazer dois filmes por ano mais projetos para TV? Eu escrevo tudo!

G: Como você vê o humor hoje em dia?

RA: Depende das pessoas. Antigamente você podia fazer qualquer tipo de piada e hoje não pode mais, ainda mais depois que veio este politicamente correto... Isso não alterou muito para mim porque faço humor para crianças e para a família.

G: E como você encara esse "politicamente correto"?

RA: O humor que a gente fazia não tinha a intenção de magoar, não tinha intenção nenhuma de ferir ninguém. No humor, a piada é boa ou é ruim, não precisa se aproveitar de uma pessoa para fazer rir. Nunca fiz isso.

G: Como é o assédio dos fãs hoje nas ruas?

RA:
 É até maior que antes. A saudade do povo é grande. A gente já está na terceira geração e isso marcou muito eles. Às vezes eu saio um pouco de casa para sentir como está hoje em dia, mas é a mesma coisa.

G: Tem medo da velhice?

RA:
 [Risos] Eu não penso nisso, não. O que vier eu traço. Para mim, não existe idade. O que eu quero é trabalhar. Quem tem projetos, não envelhece.
G: Tem medo da morte? Sofrer um infarto mudou algo?

RA:
 Nem tive tempo de pensar nisso. Foi apenas um contratempo. Coloquei um stent (uma pequena prótese em formato de tubo), tomei medicamentos e não sinto mais nada.

G: O que significa o Dia das Crianças para você?

RA:
 Existem várias datas comemorativas e esta é apenas mais uma. O Dia das Crianças foi criado com muita força, mas o mais importante não é dar presente e sim cuidar dos problemas das crianças, da educação. Tudo bem, criança precisa brincar, mas também precisa de educação.

G: Como é sua relação com as crianças de hoje em dia?

RA:
 Continua a mesma coisa. Comecei meus trabalhos com crianças e até hoje quero fazer humor, brincar com elas. Não quero ser um tio para as crianças, mas sim um cúmplice, um amigo.

Mussum (acima), Zacarias, Didi e Dedé (Foto: Divulgação)
Mussum (acima), Zacarias, Didi e Dedé (Foto: Divulgação)

Mussum, Zacarias, Didi e Dedé (Foto: Divulgação)
Dedé, Zacarias, Mussum e Didi (Foto: Divulgação)

Fonte: Revista Glamour

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