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terça-feira, 24 de julho de 2018

Média de mortes em BRs no Ceará é de 15,4 por mês

Em dez anos, entre 2007 e 2017, 83,4 mil pessoas morreram nas estradas federais (BRs) do Brasil. Os óbitos aconteceram, principalmente, nas rodovias de pior sinalização e em melhor estado de conservação, conforme diagnóstico da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Só no Ceará, ano passado, foram 190 pessoas mortas nas BRs. Este ano, entre janeiro e 30 de junho, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), outras 88 já endossam a contagem.

No acumulado de 18 meses, a média é de 15,4 mortes por mês.

As rodovias federais que mais concentram acidentes com óbitos no Ceará são, respectivamente, as BRs 116, 222 e 020, as únicas que desembocam em Fortaleza. Além disso, eles acontecem justamente nos trechos que conectam a Capital a cidades da Região Metropolitana (RMF), como Caucaia e Maracanaú. Responsável por registrar as ocorrências quando há mortos e feridos graves, a PRF analisa que as causas são variadas e dependem de cada trecho.

A desatenção, aliás, é a principal causa dos acidentes com mortos no Estado, segundo a PRF. Outras causas relevantes são, em ordem decrescente: desobediência à sinalização da via, não guardar distância segura do veículo que trafega à frente, condução sob efeito de álcool, problemas estruturais no pavimento e velocidade incompatível com a permitida.

Contudo, quando a CNT cruzou estatísticas nacionais de acidentes nas BRs com análises detalhadas sobre as condições estruturais das rodovias, constatou que a sinalização, quando falha ou inexistente, chega a ser mais prejudicial do que estragos na pavimentação. “Evidentemente que o acidente não acontece só por um motivo”, reconhece Jefferson Cristiano, coordenador da pesquisa nacional.

Além do viário, ele cita outros fatores que influenciam no acidente: humano, veicular, institucional, socioeconômico e ambiental.

“O fator humano está muito associado à falta de informação. O condutor, por si só, tem que tomar uma decisão. Numa curva, não tem noção de que ali é perigoso e acaba fazendo (a manobra) numa velocidade a mais”, exemplificou. Pelo estudo da CNT, nos trechos em que pavimento e sinalização foram considerados ótimos, houve índice de 8,4 mortes por 100 acidentes. Já nos de pavimento ótimo e sinalização péssima, passou para 18,9.

Chefe do núcleo de Prevenção de Acidentes da PRF no Ceará, Matias Alves afirma, por outro lado, que, principalmente devido às ações de fiscalização do órgão, intensificadas em 2014, tem diminuído as mortes em acidentes no Estado. Comparando os primeiros seis meses de 2017 aos primeiros seis de 2018, Matias analisou ter reduzido em 44,4% o número de óbitos na BR-020, 33,3% na BR-116 e 50% na BR-222. “Intensificamos a fiscalização com a utilização de radares (móveis), reforço de policiamento, operações nos feriados e estudos estatísticos para identificação dos pontos críticos”
.

Ceará tem 66 municípios com emergência reconhecida pelo Governo Federal

Mais 26 municípios cearenses tiveram situação de emergência em decorrência da seca reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional. A portaria da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil foi publicada na edição desta segunda-feira (23),do Diário Oficial da União. Com esses, já são 66 municípios nesta situação reconhecida pelo Governo Federal.

Outros nove municípios cearenses se encontram em situação de emergência por estiagem ou seca decretada ou homologada pelo Governo do Estado do Ceará, à espera de reconhecimento pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil.

O reconhecimento permitirá que as prefeituras solicitem apoio do Governo Federal para ações de socorro, assistência e restabelecimento de serviços essenciais à população atingida. A portaria do Governo Federal tem vigência de 180 dias.

Municípios 

Os municípios reconhecidos pelo Governo Federal nesta segunda-feira, são Acopiara, Assaré, Bela Cruz, Cedro, Chaval, Crateús, Crato, Groaíras, Hidrolândia, Icapuí, Icó, Iguatu, Independência, Ipu, Itapajé, Jaguaruana, Lavras da Mangabeira, Madalena, Missão Velha, Nova Olinda, Ocara, Parambu, Paramoti, Reriutaba, São Gonçalo do Amarante e Umirim.

Emergência 

No caso da seca, antes de ter o reconhecimento do Governo Federal, é necessário a decretação da situação de emergência pelo governo municipal ou estadual com o fim de estabelecer uma situação jurídica especial para a execução das ações de assistência à população (Operação Carro-Pipa, por exemplo) e de restabelecimento do abastecimento d'água (obras e serviços como a instalação de sistemas simplificados de abastecimento e a montagem de adutoras de engate rápido).

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