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quinta-feira, 24 de maio de 2018

Azeredo se entrega e é o primeiro preso do mensalão tucano


O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), 69, se entregou à Polícia Civil nesta quinta-feira (23), para iniciar o cumprimento de pena de 20 anos e 1 mês de prisão por peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro. É o primeiro acusado no chamado mensalão tucano a ser preso.

A prisão ocorre 20 anos após os fatos que motivaram as acusações e 11 anos após a denúncia.

Azeredo, que teve o mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça nesta terça (22), era considerado foragido e policiais passaram o dia em busca do tucano nas ruas de Belo Horizonte.

Ele se entregou às 14h50, na 1ª Delegacia Distrital de Belo Horizonte.

Azeredo perdeu todos os recursos na corte, inclusive os embargos de declaração julgados nesta terça -considerado o último recurso possível antes da prisão.

A defesa ainda aguarda decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre pedidos de habeas corpus. O tucano sempre negou que tenha qualquer participação em irregularidades.
Entenda o mensalão tucano

O mensalão tucano é considerado o embrião do esquema de mesmo nome relacionado ao PT e, segundo o Ministério Público, aconteceu durante a fracassada campanha de reeleição de Azeredo ao governo mineiro.

Em 2007, a Procuradoria-Geral da República denunciou ao STF (Supremo Tribunal Federal) 15 pessoas por um esquema de desvio de recursos estatais e empréstimos fictícios que abasteceu a campanha de Azeredo.

Além dele, se tornaram réus o publicitário Marcos Valério, que foi condenado por operar o mensalão petista, e seus sócios, o ex-senador Clésio Andrade, entre outras pessoas.

José Afonso Bicalho, então presidente do Bemge (o extinto banco estatal de Minas) e atual secretário da Fazenda do governo de Minas Gerais, comandado por Fernando Pimentel (PT), também é réu. Todos eles negam ter cometido crimes.
Trajetória

Nascido em setembro de 1948 em Sete Lagoas (MG), Azeredo foi vice-prefeito (1989-1990) e prefeito da capital mineira (1990-1992) e se elegeu ao governo em 1995, com o empresário Walfrido dos Mares Guia como vice –que também foi denunciado no esquema do mensalão tucano, mas suas acusações prescreveram.

Na sua campanha à reeleição, quando promotores e procuradores dizem que houve o esquema de desvios, Clésio foi o candidato a vice. A chapa perdeu para o candidato Itamar Franco (MDB).

Em 2003, Azeredo tomou posse no Senado, onde ficou até o fim do mandato. Foi presidente nacional do PSDB de janeiro a outubro de 2005, quando o esquema do mensalão tucano foi desvelado e ele deixou o cargo.

Em 2010, foi eleito deputado federal, cargo que renunciou em 2014, ao se tornar réu no STF. Clésio Andrade, então senador, também renunciou. Com a perda do foro especial, o processo voltou à primeira instância, na Justiça estadual de Minas.

Em Belo Horizonte, passou a prestar consultoria para a Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais) com um salário de R$ 25 mil ao mês.

A primeira condenação de Azeredo veio em dezembro de 2015, quando foi condenado pela juíza da 9ª Vara Criminal Melissa Pinheiro Costa Lage a 20 anos e 10 meses de prisão. Recorreu da decisão, em liberdade.

À época, disse à Folha que a magistrada "praticamente copiou" a acusação feita pela Procuradoria-Geral da República desde 2007, usando como provas documentos que, segundo ele, são falsificados.

Azeredo afirmou que não era responsável pelas despesas da campanha e que não pode ser responsável por ações de terceiros.

"Eu não posso me responsabilizar por atos de setores que tinham autonomia financeira", afirma.

Também questiona o acúmulo de penas para que a sentença chegasse aos 20 anos de prisão. "Ela multiplicou a pena porque eram várias cotas de patrocínio, só que nenhuma dessas cotas foram assinadas por mim. É isso. É muito simples", diz.

No último dia 14, Clésio Andrade também foi condenado, em primeira instância, a 5 anos e 7 meses de prisão por lavagem de dinheiro. Sua defesa diz que a condenação é injusta e que irá recorrer. Com informações do Folhapress.

Assassinatos de mulheres no Ceará totalizam 199 casos em cinco meses de 2018

Com dois crimes de morte do gênero registrados nesta última terça-feira (22,) subiu para 199 o número de mulheres assassinadas no Ceará em apenas cinco meses de 2018. Os dois assassinatos ocorreram na Grande Fortaleza. Na Capital, uma idosa foi morta junto com o filho dentro de casa, na comunidade do Dendê, no bairro Edson Queiroz (zona Leste da cidade). Em Pacajus, na Região Metropolitana, uma adolescente foi fuzilada na portaria do condomínio onde morava.

O primeiro crime pode ter acontecido na noite de segunda-feira (21) ou nas primeiras horas da madrugada de terça (22), porém, o corpo da dona de casa e aposentada Francisca das Chagas Rocha Anastácio, 68 anos; e do seu filho Márcio Rocha Anastácio, 41, só foram encontrados quando o dia amanheceu. Os cadáveres apresentavam marcas de tiros na cabeça e na face e estavam na sala da residência onde as vítimas moravam.

O segundo assassinato de mulher ocorrido no estado nas últimas 24 horas no Ceará aconteceu na periferia da cidade de Pacajus (a 49Km da Capital), na Região Metropolitana de Fortaleza, por volta de 18h30 desta terça-feira (22), quando a adolescente Maria Deysiele de Sousa Lima, 15 anos, grávida, foi morta com vários tiros na cabeça. O crime aconteceu quando garota chegava ao condomínio residencial onde morava, localizado no bairro Buriti.

A violência contra a mulher já deixou 199 vítimas neste ano no Ceará. Somente no mês de janeiro foram registrados 56 assassinatos. Em fevereiro, 42; e em março 46. Em abril, foram 33 homicídios do gênero. E em maio, já são 22 mulheres vítimas da violência armada.

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