Escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal (PF) com autorização da Justiça mostram vereadores de Naviraí, distante 350 quilômetros de Campo Grande, negociando vantagens. Na conversa, eles também ofendem a população. As investigações começaram em 2013. A data da gravação não foi divulgada.
O diálogo gravado é entre o presidente da Câmara Municipal de Naviraí, Cícero dos Santos (PT) que em entrevista à TV Morena declarou ser "inocente" e outro vereador, do PMN.
Veja trecho das gravações, ocorrido após os atos de corrupção serem combinados:
Cícero dos Santos: Quero que se f...!
Outro vereador: O povo?
Cícero dos Santos: Tô igualzinho...
Outro vereador: Eu aprendi com você demais!
Cícero dos Santos: O povo que se f....! Que tome no c...!
Outro vereador: Aham?
Cícero dos Santos: O povo que tome no c...! Que vai pra p... que p...!
Outro vereador: Claro! Quero nem solução!
Cícero dos Santos: Senta na p.... e roda!
Outro vereador:Claro!
Cícero dos Santos: Povo, vai se f..., povo!
Outro vereador: (Risos)
Cícero dos Santos: Botar no face: O povo tem que se f...
Esquema
Os dois legisladores municipais e outras oito pessoas foram presas nessa quarta-feira (8) durante operação da Polícia Federal (PF). Do total de presos, sete são por mandado de prisão preventiva e três por mandado de prisão temporária. Há vereadores e empresários.
Conforme a PF, os vereadores montaram um esquema para ficar com parte dos salários pagos aos servidores comissionados e também cobravam por liberação de alvarás a comerciantes.
Os funcionários eram obrigados a fazer empréstimo consignado junto a instituição financeira antes mesmo de começar a trabalhar. O delegado Nilson Negrão explica como o era o esquema.
"Dois mil reais um salário. Eu político. Eu te contrato comissionado, mas você me dá R$ 500 por mês. Mas eu quero receber à vista. Então, faz um empréstimo e aí esse empréstimo você me dá", conta o delegado.
O superintendente da PF em Mato Grosso do Sul, Edgar Marcon, declara. "O que foi levantado é que a corrupção é devido à ganância desses vereadores, não nas eleições, uma vez que investiam em imóveis. Existe indícios que estavam lavando dinheiro da corrupção em empresas".
Via Gazeta Social
JBS vai pagar R$ 10,3 bilhões de multa, no maior acordo de leniência da história mundial
Valor supera a soma dos valores acertados entre o Ministério Público Federal e as empresas investigadas na Lava Jato. Prazo de pagamento é de 25 anos.
Os sucessivos casos de corrupção custarão ao Grupo J&F a maior multa já acertada em um acordo de leniência na história mundial: R$ 10,3 bilhões. Os termos foram fechados na noite desta terça-feira (30), em reunião entre representantes da empresa controladora da JBS, procuradores do Ministério Público Federal e a força-tarefa da Operação Greenfield.
Com prazo de pagamento de 25 anos, a multa é maior que a soma dos valores acertados com Odebrecht (R$ 3,28 bilhões), Brasken (R$ 3,1 bilhões), Andrade Gutierrez (R$ 1 bilhão) e Camargo Corrêa (R$ 700 milhões). “Além disso, diferentemente do que previram outros acordos, no caso da J&F, todo o valor de multa arrecadado ficará no Brasil”, informa o MPF na nota que formalizou o acordo. O Grupo ainda tem uma dívida com bancos públicos e dívida ativa que corresponde a R$ 91 por brasileiro.
“A Força-Tarefa das Operações Greenfield, Sépsis e Cui Bono, bem como procuradores responsáveis pelas Operações Bullish e Carne Fraca, e o Grupo J&F chegaram a um acordo, na noite desta terça-feira (30), sobre as bases do acordo de leniência. O documento que será assinado nos próximos dias, após a conclusão das discussões de cláusulas do acordo, prevê o pagamento de R$ 10,3 bilhões a título de multa por atos praticados pelas empresas controladas pela holding e que, atualmente, são objetos de investigações pelo Ministério Público Federal (MPF).
O acordo inclui os fatos apurados nas operações Greenfield, Sepsis, Cui Bono, Bullish e Carne Fraca. Do total a ser pago, R$ 8 bilhões serão destinados a Funcef (25%), Petros (25%), BNDES (25%), União (12,5%), FGTS (6,25) e Caixa Econômica Federal (6,25%). O restante da multa, R$ 2,3 bilhões, será pago por meio de projetos sociais, especialmente nas áreas de educação, saúde e prevenção da corrupção. O prazo de pagamento foi fixado em 25 anos, sendo que, neste período, os valores serão corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Considerando a correção, a projeção é que o total a ser pago pela J&F, o chamado valor futuro, alcance cerca de R$ 20 bilhões.
Pelo acordo, os pagamentos serão feitos exclusivamente pela holding controladora e deverão ser iniciados em dezembro de 2017. O total estipulado na negociação representa 5,62% do faturamento livre de impostos registrado pelas empresas do Grupo em 2016. O percentual de multa por faturamento equivale à média verificada em outros quatro acordos firmados no âmbito da Operação Laja Jato. Já em termos absolutos, o montante é o maior decorrente de acordos de leniência já firmados no Brasil e no mundo. Representa mais que a soma dos valores que serão pagos por Odebrecht (R$3,28 bilhões), Brasken (R$ 3,1 billhões), Andrade Gutierrez (R$ 1 bilhão) e Camargo Corrêa (R$ 700 milhões). Além disso, diferentemente do que previram outros acordos, no caso da J&F, todo o valor de multa arrecadado ficará no Brasil.
Elaborado com base na Lei Anticorrupção (12.846/13) e no decreto 8.420/15, o acordo de leniência é visto como uma espécie de colaboração premiada das empresas.”
Fonte: Gazeta do Povo
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