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sexta-feira, 14 de abril de 2017

Após 17 dias, homem é detido pela morte de Débora Lohany

Um homem suspeito de matar a menina Débora Lohany de Oliveira, de 4 anos de idade, foi detido, ontem, pela Polícia. O homem, de identificação ainda não revelada, teria sido localizado pelos agentes de segurança na cidade de Parnaíba, no Estado do Piauí e trazido para Fortaleza sob escolta.

O secretário de Segurança da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, e o diretor do Departamento de Inteligência (DIP) da Polícia Civil, delegado Renê Andrade, junto com equipes da Divisão Antissequestro (DAS) e de outras especializadas, estavam no comboio de viaturas descaracterizadas que levaram o suspeito até a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), localizada no Bairro de Fátima.

O homem detido tem o braço esquerdo amputado. A característica já era do conhecimento da Polícia a partir dos relatos de testemunhas oculares que prestaram depoimentos durante a investigação do sumiço. Débora foi raptada das proximidades da sua residência, no bairro Aerolândia, em Fortaleza. O corpo da menina foi localizado 12 dias depois, em meio ao lixo, na Avenida Almirante Henrique Saboia (Via Expressa). O cadáver estava em avançado estado de decomposição e somente foi possível fazer o reconhecimento com comparação de amostras de DNA da mãe da criança.

Em nota, a SSPDS informou que o material genético do homem seria colhido para ser comparado com amostras de DNA retiradas nos objetos que estavam juntos ao corpo da criança.

Chegada

O suspeito detido chegou em uma das viaturas descaracterizados, no banco traseiro, e foi conduzido rapidamente ao interior do prédio da DHPP. A equipe de reportagem do Diário do Nordeste acompanhou a chegada do homem do lado de fora do prédio, pois foi obrigada a deixar as dependências da DHPP por determinação da direção. As autoridades policiais não concederam entrevista sobre a detenção.

Diário do Nordeste

Dez obras geraram R$ 458 milhões em propinas, segundo delatores

Reprodução
Segundo delatores da Odebrecht, 10 obras tocadas pela empreiteira no Brasil geraram ao menos R$ 458 milhões em pagamento de caixa dois a partidos e a políticos. O levantamento tem como base os inquéritos autorizados pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Edson Fachin relativos a políticos com foro privilegiado. Pelo menos 50 obras da empresa são investigadas pela Operação Lava Jato.

Na última terça-feira (11) foi retirado o sigilo sobre os inquéritos solicitados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e sobre os acordos de delação premiada feitos por 78 pessoas ligadas à Odebrecht. A partir desses documentos e depoimentos foi possível listar as 10 obras que, de acordo com o que foi relatado, geraram mais pagamento de caixa dois ou propina a partidos e políticos.

1 - Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos)

O Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos) gerou um pagamento de propina e caixa dois estimado em R$ 155,5 milhões. O programa, que previa a construção e submarinos convencionais e nucleares, é resultado de uma parceria entre os governos brasileiro e francês. Segundo os delatores, 40 milhões de euros (aproximadamente R$ 133 milhões) foram pagos a José Amaro Ramos, apontado como um operador ligado ao PSDB. Além desse valor, os delatores afirmam terem feito repasses de R$ 5,5 milhões ao ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz da Silva Pinheiro e mais R$ 17 milhões ao PT, a pedido de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro da legenda.

2 - Petroquímica Suape

Contratos entre a Petrobras e a Odebrecht referentes à Petroquímica Suape, em Pernambuco, geraram R$ 95 milhões em pagamentos de propina e caixa dois. Segundo os delatores da Odebrecht, os recursos beneficiaram diversos políticos e partidos por meio de repasses a ex-diretores da Petrobras. Não há indicação explícita sobre quais seriam os políticos diretamente beneficiados pelo esquema, o que que ainda deverá ser apurado pelos procuradores.

3 - Usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau

A construção das usinas de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia, gerou R$ 80 milhões em pagamentos de propina e caixa dois, segundo os delatores da Odebrecht. Esses recursos, de acordo com eles, foram direcionados políticos da cúpula do PMDB como os senadores Romero Jucá (RR), Renan Calheiros (AL), Valdir Raupp (RO), Edison Lobão (MA), além do senador Aécio Neves (PSDB) e os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Paulinho da Força (SD-SP). Além deles, também teriam se beneficiado por esses recursos o ex-governador de Rondônia e hoje senador Ivo Cassol (PP-RO).

4 - Linha 4 do Metrô do Rio

De acordo com os delatores da Odebrecht, ao menos R$ 36 milhões foram pagos pela Odebrecht em contrapartida pelos contratos da empreiteira para a construção da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro. Entre os políticos apontados como beneficiários desses pagamentos estão o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), que está preso, o deputado federal Júlio Lopes (PP-RJ) e o conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro) Jonas Lopes.

5 - Refinaria Getúlio Vargas

Ao menos R$ 35 milhões relativos a contratos entre a Odebrecht e a Petrobras foram pagos a título de propina, dizem delatores ligados à empresa comandada pela família Odebrecht. Desse total, R$ 30 milhões foram pagos para integrantes das diretorias de Abastecimento e de Engenharia da Petrobras, R$ 15 milhões para cada. As duas diretorias seriam controladas por agentes políticos do PT e do PP. Outros R$ 5 milhões foram pagos pela empreiteira para que os repasses da Petrobras para a Odebrecht não fossem interrompidos.

6 - Empreendimento Parque da Cidade

Delatores da Odebrecht disseram que a Odebrecht pagou R$ 27 milhões em vantagens indevidas ao PT pela intervenção junto à Previ (fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil) para a aquisição de uma torre comercial e um shopping center no empreendimento conhecido como "Parque da Cidade", em São Paulo, negócio que era de interesse da Odebrecht. De acordo com os delatores, ao menos R$ 5 milhões foram direcionados ao deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) e ao então deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) em 2012.

7 - Obras Olímpicas

De acordo com o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Júnior, foram pagos R$ 16 milhões em vantagens indevidas a pedido do ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PMDB). O dinheiro seria uma forma de garantir a facilitação para a obtenção de contratos relativos às obras das Olimpíadas de 2016. Ainda segundo Benedicto Júnior, R$ 11 milhões foram pagos no Brasil e outros R$ 5 milhões em contas no exterior. Além de Paes, Benedicto Júnior mencionou os nomes de Leonel Brizola Neto e da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) como possíveis beneficiários desses repasses.

8 - Trensurb 1

As obras de construção do Trensurb 1, linha férrea que liga as cidades de São Leopoldo e Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, geraram pagamento de vantagens indevidas no valor de R$ 8,2 milhões, segundo delatores da Odebrecht. Entre os beneficiários, estariam o deputado Marco Maia (PT-RS), o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), e o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo (PT).

9 - Cidade Administrativa, em Minas Gerais

A construção da Cidade Administrativa de Minas Gerais, durante a gestão do então governador e hoje senador Aécio Neves (PSDB-MG), gerou pagamento de propina de R$ 5,2 milhões, segundo delatores da Odebrecht. O valor seria o equivalente a 3% do valor das obras contratadas pelo consórcio do qual a Odebrecht faria parte. O principal relato sobre o caso foi feito pelo delator Benedicto Júnior, ex-presidente da Odebrecht Industrial.

10 - Obras do Pró-Moradia

As obras do programa habitacional Pró-Moradia em Nova Iguaçu (RJ) renderam R$ 4,5 milhões em pagamento de vantagens indevidas, segundo os delatores da Odebrecht. Os pagamentos foram destinados à campanha do então prefeito de Nova Iguaçu e hoje senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

Uol

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