Em novo “recado” publicado em sua conta oficial no Twitter, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso em Curitiba no caso tríplex da Lava Jato, criticou a política de privatizações do governo de Michel Temer (MDB) e disse que ela visa a “consolidar o complexo de vira-lata” da “elite”.
Lula reafirmou que vai ser candidato à Presidência, embora esteja inelegível de acordo com a Lei da Ficha Limpa, que impede que condenados por corrupção em 2ª instância concorram.
“É muito triste que parte do patrimônio público, construído com muito sacrifício pelo povo brasileiro a partir da metade do século XX, esteja sendo vendido de forma irresponsável, a preço de banana, para encobrir a ilegitimidade de um golpista ara abrir mão de qualquer soberania que um país precisa ter e consolidar o complexo de vira-lata que a elite brasileira sempre teve em relação aos EUA“, diz a mensagem do petista.
“Podem ter certeza, vou ser candidato para, entre outras coisas, recuperar a soberania do povo brasileiro”, afirmou Lula.
A postagem ocorre após o caso do ex-presidente voltar a ganhar visibilidade no último domingo, quando uma batalha de liminares quase o tirou da detenção.
Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por suposto recebimento de propina por meio da reforma de um apartamento triplex pela empreiteira OAS no Guarujá, litoral paulista, que seria destinado ao ex-presidente.
CNJ recebe oito representações contra Favreto e duas contra Moro
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recebeu oito representações contra o desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), e duas contra o juiz federal Sérgio Moro até as 20h30 desta segunda-feira, dia 9. As representações contra Favreto pedem a apuração sobre possível infração disciplinar do magistrado ao dar liminar em habeas corpus a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato. As reclamações contra Moro também pedem a apuração de infração disciplinar do juiz.
Apesar da decisão do desembargador Favreto, Lula continua preso porque o presidente do TRF-4, Carlos Eduardo Thompson Flores, manteve a posição do desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato, que vetou a libertação do petista, preso desde abril. Antes disso, o próprio Moro divulgou despacho em que recomendava o não cumprimento da liminar.
A primeira representação ao CNJ foi protocolada no domingo, 8 pela ex-procuradora do Distrito Federal Beatriz Kicis. A segunda foi apresentada pela promotora de Justiça do Ministério Público do Rio Adriana Miranda Palma Schenkel. Outra representação foi feita pelo deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP).
Para cerca de cem integrantes do Ministério Público e do Poder Judiciário, a decisão do desembargador Favreto “viola flagrantemente o princípio da colegialidade”. “A quebra da unidade do direito, sem a adequada fundamentação, redunda em ativismo judicial pernicioso e arbitrário, principalmente quando desembargadores e/ou ministros vencidos ou em plantão não aplicam as decisões firmadas por Órgão Colegiado do Tribunal.” Ainda há uma representação do Partido Novo, duas do senador José Medeiros (Podemos-MT) e uma do deputado federal Laerte Bessa (PR-DF).
Moro
Quem assina as representações contra Moro são o estudante de Direito de Rolândia (PR) Benedito Silva Junior, que já protocolou habeas corpus a favor de Lula em outras ocasiões, e o advogado mineiro Lucas Carvalho de Freitas. Os três deputados que pediram a liberdade de Lula – Paulo Teixeira (PT-SP), Paulo Pimenta (PT-RS) e Wadih Damous (PT-RJ) – vão entrar com representações no CNJ não só contra Moro, mas também contra os desembargadores Gebran Neto e Thompson Flores.
Caberá ao corregedor do CNJ, João Otávio Noronha, que assume a presidência do Superior Tribunal de Justiça em agosto, analisar essas representações. As chances de as representações prosperarem no CNJ dividem conselheiros. Um integrante do Conselho ouvido pela reportagem sob a condição de anonimato acredita que não há possibilidade de as representações contra Favreto e Moro prosperarem no órgão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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