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sábado, 20 de janeiro de 2018

Interno da PIRC foi espancado, decapitado e teve o corpo incendiado em Juazeiro


“Bebezão” quando foi preso em julho de 2015 praticando assaltos em Missão Velha (Foto: Arquivo/Agência Miséria)

 

Quase dois meses depois e um novo homicídio foi praticado no interior da Penitenciária Industrial e Regional do Cariri (PIRC) em Juazeiro do Norte. Por volta das 08h30min, na vivência 4 daquela casa de detenção, o jovem Eduardo Leandro Alves, de 23 anos, o “Bebezão” que residia na Rua Domingos Sávio (Timbaúbas) em Juazeiro, foi espancado por cerca de dez internos. Os acusados ainda o decapitaram colocando a cabeça junto dos pés e atearam fogo carbonizando o corpo.

A vítima respondia por crimes de porte ilegal de arma de fogo, assaltos, lesão corporal e homicídio. Uma de suas primeiras prisões ocorreu no dia 17 de novembro de 2014 na Rua Hilton Grangeiro Xavier (Timbaúbas) portando um revólver calibre 22 acompanhado do então menor de 17 anos apelidado por “Rafinha”. Já no dia 29 de novembro do mesmo ano ele matou a tiros Francisco Aílton Paixão de Lima, de 17 anos, que residia na Vila Isaac, 21 (Timbaúbas).

Naquela data, segundo os autos da Ação Penal de Competência do Júri que tramita na 1ª Vara Criminal da Comarca de Juazeiro, três homens chegaram à casa da vítima em duas motos quando arrombaram a porta do imóvel. O adolescente respondia por uma tentativa de homicídio ao lesionar seu próprio irmão a golpes de faca dois anos antes. Além de “Bebezão”, participaram do homicídio Fagner Marcelino dos Santos, então com 28 anos, residente no bairro Leandro Bezerra, que foi preso, e um menor.

Já no dia 29 de julho de 2015 voltou a ser preso em Missão Velha sob acusação da prática de assaltos na estrada de acesso ao Distrito de Missão Nova juntamente com Francisco Rodrigues de Melo Neto, então com 20 anos que residia em Canindé. Com a dupla foi apreendido um revólver calibre 38 tendo três cartuchos deflagrados e três intactos, celulares e um relógio. Os dois tinham acabado de tentar roubar a moto de Ademar Geraldo dos Anjos, de 24 anos, quando o lesionaram com um tiro na perna.

Naquele mesmo dia, a polícia encontrou na casa de “Bebezão” em Juazeiro uma moto Honda NXR 150 Bros Mix ES de cor preta e placa NUT-6716, inscrição de Caririaçu, com queixa de roubo. O último assassinato no interior da PIRC tinha ocorrido no dia 23 de novembro de 2017 tendo como vítima Francisco Regilanio da Silva, de 23 anos, o “Biribiu” que residia na Rua Vicente Barbosa de Melo (Frei Damião). Este respondia por assaltos, danos, tráfico de drogas e associação para o tráfico.

Por Demontier Tenório///miseria.com.br

Ceará é líder em tentativas de fraudes no seguro DPVAT


Pessoas feridas ou parentes de mortos em acidentes de trânsito têm direito a receber indenização do DPVAT (Foto: Reprodução)


Dos 26 estados federados do Brasil, o Ceará é o com maior número de tentativas de fraudes registradas relacionadas ao seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre). Conforme a Seguradora Líder, responsável pela administração do DPVAT, no Estado do Ceará, ao longo do ano de 2017, foram identificados 3.350 casos de suspeitos que buscaram se valer do benefício de forma inapropriada.

No ano passado, em todo o País, a Seguradora contabilizou 17.550 fraudes. Em um cálculo rápido é possível perceber que 19% destes crimes aconteceram apenas no Ceará. O levantamento da Líder também aponta que, quando comparados os anos de 2016 e 2017, houve considerável aumento.

Há dois anos, foram comprovadas 1.759 tentativas de fraudar o DPVAT no Ceará. Com base nos dados, de um ano para o outro, as ocorrências administrativas e judiciais saltaram, aproximadamente, 90%.

Para o diretor adjunto da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), Andrade Júnior, os números mostram um melhor trabalho de investigação da Polícia Civil.

Conforme o delegado, desde 2016, na Capital e Região Metropolitana, todas as ocorrências que podem resultar no recebimento do seguro foram centralizadas na Delegacia de Acidentes e Delitos de Trânsito (DADT). Localizada no Centro de Fortaleza, a Especializada tem capacidade para controlar a veracidade do acidente de trânsito.

"Antes, para conseguir o seguro DPVAT bastava fazer um registro oficial da ocorrência, levar esse registro até a Seguradora e juntar o laudo médico. Aí a vítima solicitava o seguro e ficava no aguardo. A gente percebeu que isso era fracionado em vários locais do Estado e não havia nenhum controle da veracidade desses acidentes de trânsito. As pessoas chegavam e diziam: olha, eu sofri um acidente de moto, mas o prontuário era de um outro acidente qualquer, muitas vezes algum acidente doméstico, uma queda dentro de casa. Por conta dessa descentralização havia muito recolhimento indevido. Quando centralizamos aqui, diminuíram as fraudes" contou Andrade Júnior lembrando que nas cidades do Interior a consumação da fraude permanece com frequência devido à extensão da região.

Estelionato

O policial civil acrescenta que, para a fraude ser concretizada, costumam abranger diversos crimes, principalmente, quando feita por uma organização criminosa. De acordo com diretor adjunto da DDF, no Ceará, existem "verdadeiros escritórios criados para esse tipo de fraude".

Segundo o delegado, os chamados ´laçadores´, aqueles que buscam vítimas para se valer e até falsificar a documentação, costumam se concentrar no entorno dos grandes hospitais públicos, como exemplo, nos arredores do Instituto Doutor José Frota, local de grande fluxo de pacientes vítimas de traumas.

Andrade Júnior acrescenta que, desde os últimos dias, está em fase final de um inquérito que envolve, pelo menos, três captadores de clientes, além de pessoas terceirizadas que já trabalharam na Polícia Civil. Os suspeitos são ligados a uma quadrilha que mostrou ter o ´caminho das pedras´ para o recebimento deste benefício.

"Nesse procedimento específico foi comprovada a fraude de Boletim de Ocorrência e o uso de documentos falsos. Nem sempre há envolvimento de alguém que trabalhe na Polícia. Esse é um caso específico. Nós precisamos lembrar que fraudar o DPVAT é sim um crime passível de prisão. A pena pode ultrapassar 10 anos em regime fechado. Há casos com comprovação de falsificação de documentos públicos e particular, uso de documento falso, falsidade ideológica, estelionato e associação criminosa", garante o delegado.

Prisões

Em dezembro de 2017, quatro suspeitos de planejar a aplicação de golpes no seguro DPVAT foram presos, em flagrante, a 140Km de Fortaleza.

Conforme investigações realizadas na Delegacia Municipal de Itapajé, dois estelionatários cooptavam pessoas a fim de atuar nos crimes. Em contrapartida, havia uma recompensa no valor de R$ 150 em espécie pelo serviço realizado.

De acordo com a Polícia Civil, José Iran Teixeira Matos, 49, e Francisco Josian Silva Gomes, 30, contrataram os envolvidos identificados como Antônio Narcélio Sousa Vaz, 35, e Arnóbio Nascimento Silva, 28.

Os mandantes eram responsáveis por facilitar a emissão de documentos necessários para dar entrada no seguro. Todos eles foram autuados pelos crimes de tentativa de estelionato e associação criminosa.

O delegado Andrade Júnior lembra que a desarticulação do bando em Itapajé foi de extrema importância para que outros suspeitos percebam que, mesmo no Interior do Ceará, a Polícia Civil está preparada para o combate.

Fonte: Diário do Nordeste

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