Web Radio Cultura Crato

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Conselho Estadual de Segurança aguarda do governo um plano para o combate à violência em 2018

O Conselho Estadual de Segurança Pública do Ceará (Consesp) não descartou, ainda, a possibilidade de encaminhar à Presidência da República o pedido de intervenção federal no estado, dado os altos índices da violência e da criminalidade que deixaram mais de cinco mil mortos no ano passado e já fez mais de 250 vítimas de assassinatos em apenas 15 dias do ano novo. O conselho deu prazo para ao governo para que apresente um Plano de Segurança Pública para 2018.

O secretário André Costa, titular da SSPDS, terá duas datas disponíveis (26 de janeiro ou 2 de fevereiro) para apresentar aos membros daquele colegiado o Plano Estadual de Segurança. O pedido foi feito através de documento encaminhado ao secretário pelo presidente do Conselho, advogado Leandro Duarte Vasques, através do ofício datado de 15 de janeiro de 2018. O ato está baseado na lei estadual número 12.120/93.

O pedido para que o secretário fosse ouvido antes de qualquer decisão do Consesp partiu do representante da Polícia Militar no colegiado, o coronel PM Fernando Albano que, recentemente, assumiu a chefia do Comando do Policiamento da Capital (CPC).

Ordem ameaçada

No ofício, Vasques adverte que a possibilidade do pedido de intervenção federal no Ceará ocorreu em conseqüência dos altos índices da violência no estado que resultam em “grave comprometimento da ordem pública”, assinala. O presidente solicitou, ainda, que o Consesp seja convidado a ser fazer presente nas reuniões de avaliação das Áreas Integradas de Segurança (AIS), que ocorrem periodicamente. Ressalta que o Conselho não tem sido mais informado de tais encontros.

Na última sexta-feira (12), o secretário André Costa e seus assessores, além dos titulares dos órgãos vinculados à Pasta (Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Perícia Forense e Academia Estadual da Segurança Pública) apresentaram à Imprensa os resultados finais da estatística criminal de 2017. No ano passado, o Ceará registrou um recorde na taxa de Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLIs). Nada menos, que 5.134 pessoas foram assassinadas no estado, o que representou um aumento da ordem de 50,7 por cento em relação a 2016, quando o Ceará registrou 3.407 CVLIs.

Problema nacional

Em entrevista após a apresentação dos números, André Costa disse ser a favor da intervenção federal não apenas no Ceará, mas em todo o País. Faz coro com o governador Camilo Santana (PT) que tenta transferir a responsabilidade da violência sem controle no Ceará para o governo federal. Fonte: Fernando Ribeiro 

Em apenas 15 dias de 2018, Ceará já registrou 274 assassinatos

O estado do Ceará registrou nos primeiros 15 dias de janeiro de 2018 um total de 274 Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLIs), apresentado uma média de 18,2 homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte por dia. A capital cearense lidera as estatísticas da criminalidade nestas duas primeiras semanas do Ano-Novo, com 81 pessoas mortas em duas semanas.

Na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), foram registrados 76 assassinatos, distribuídos da seguinte forma, por Município: Caucaia (18 homicídios), Maracanaú (12), Maranguape (10), Aquiraz (7), Pacajus (7), Horizonnte (6), Pacatuba (5), Itaitinga (4), São Gonçalo do Amarante (3), Cascavel (2), Guaiúba (1) e Chorozinho (1).

No Interior do estado, foram totalizados, em 15 dias, 108 assassinatos, numa média de 7,2 crimes por dia. A Região Interior Sul apresentou o maior número de homicídios, com 58 casos. Já o Interior Norte registrou 50 casos de CVLIs.

Entre as 274 vítimas dos assassinatos, estão 16 mulheres. Treze foram mortas na Grande Fortaleza e outras três no interior do estado (nos Municípios de Itapiúna, Quixeramobim e Crateús).

Também no mesmo período, 15 adolescentes foram assassinados, sendo 10 nas ruas e favelas de Fortaleza, dois na Região Metropolitana (um em Pacajus e outro em Maranguape) e mais três no interior (nos Municípios de Boa Viagem, Iguatu e Tabuleiro do Norte).

Confrontos

Nos 15 primeiros dias de 2018, nada menos, que 16 pessoas tombaram sem vida em confronto com a Polícia, crimes denominados de morte por intervenção policial e que não são contabilizados pelo governo como CVLIs.

Foram 13 mortos no Interior (nos municípios de Orós, Barbalha, Quixadá, Iguatu e Morada Nova), dois na Região Metropolitana de Fortaleza (em Pacatuba) e um na Capital (na Avenida Aguanambi, no bairro de Fátima).

Múltiplos

Também na primeira quinzena de janeiro foram registrados no Ceará 14 casos de múltiplos homicídios (crimes de morte com mais de uma vítima), sendo duas chacinas (uma em Maranguape, com quatro mortos; e outra em Hidrolândia, com três vítimas), além de 10 casos de duplos homicídios (Vila Velha, Granja Lisboa, Antônio Bezerra, Messejana, Tabuba/Caucaia, Garrote/Caucaia, Alto São João/Pacatuba, Jardim Bandeirantes/Maracanaú, Morada Nova e Milagres).

Fonter: Fernando Ribeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário