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sexta-feira, 9 de julho de 2021

CPI envia carta a Bolsonaro cobrando resposta sobre falas dos irmãos Miranda

       


Após o presidente Jair Bolsonaro dirigir mais uma série de críticas à CPI da Covid, a cúpula da comissão enviou uma carta a Bolsonaro nesta quinta-feira, 8, na qual cobra do presidente que confirme ou desminta as declarações feitas pelos irmãos Miranda sobre o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR). O deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor da Saúde Luis Ricardo Miranda, dizem que relataram suspeitas de irregularidade na compra da vacina indiana Covaxin ao presidente no dia 20 de março. Segundo eles, Bolsonaro teria atribuído as suspeitas a “um rolo” de Barros. 

Bolsonaro se tornou alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) em razão do episódio, que investiga se o chefe da nação teria cometido o crime de prevaricação no caso. 

Na carta assinada pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), pelo vice, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), os senadores pedem que Bolsonaro responda aos questionamentos em caráter de urgência, diante da “gravidade” das imputações feitas a uma “figura central” da administração pública. 

“Que vossa excelência desminta ou confirme o teor das declarações do deputado Luis Miranda”, cobram. A cúpula descreve ainda que tomou essa iniciativa de maneira formal tendo em vista que, após 13 dias das declarações de Miranda, o presidente não teria feito qualquer manifestação “afastando, de forma categórica, pontual e esclarecedora” as graves afirmações atribuídas a ele, e que recaem ainda sobre o líder do governo na Câmara. 

O deputado nega envolvimento no caso. “Somente Vossa excelência pode retirar o peso terrível desta suspeição tão grave dos ombros deste experimentado político, o deputado Ricardo Barros, o qual serve seu governo em uma função proeminente”, dizem. 

Os senadores afirmam que o propósito da carta é de colaboração, esclarecimento e elucidação dos fatos, e que a manutenção do silêncio de Bolsonaro em relação a este fato específico cria uma situação “duplamente perturbadora”. “De um lado, contribui para a execração do deputado Ricardo Barros, ao não contar com desmentido firme e forte daquele que participou da conversa com os irmãos Miranda. 

Segundo, ao não desmentir o relato do deputado Luis Miranda, impede-se que, em não sendo verdadeiras as referenciadas informações, sejam tomadas medidas disciplinares pertinentes, porquanto é inadmissível que um parlamentar, no exercício do mandato, faça tal afirmação envolvendo o Presidente da República e Líder do governo, e sendo inverídica, não responda por este grave ato”, afirmam os senadores.

Em ação na Justiça, Ministério Público diz que Pazuello fez gestão 'imoral e antiética' na pandemia


O Ministério Público Federal afirmou à Justiça Federal que a gestão do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na pandemia foi "imoral e antiética". A declaração está na ação de improbidade administrativa contra Pazuello que o MPF protocolou na semana passada.

Nesta quinta-feira (8), a TV Globo teve acesso à íntegra do documento, que lista os erros “dolosos” (cometidos intencionalmente) e “graves” de Pazuello. A peça é assinada por oito procuradores. Eles relatam que “no que concerne aos fatos articulados na presente ação, há, no mínimo, negligência grave do ex- ministro na ausência de adoção de providências imprescindíveis para a contenção da pandemia”. 

Pazuello foi o terceiro ministro da Saúde na pandemia. General da ativa do Exército, ele sucedeu Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, que discordaram do presidente Jair Bolsonaro sobre a condução da pandemia e, por isso, deixaram os cargos. 

Ao longo de toda a pandemia Bolsonaro tem contrariado autoridades sanitárias do mundo inteiro ao isolamento social e ao uso de máscaras, além de ser defensor do uso da cloroquina contra a Covid, remédio comprovadamente ineficaz. Pazuello não contestou as visões do chefe, ao contrário de seus antecessores. 

Em outubro de 2020, após Bolsonaro dizer que o Brasil não compraria a vacina CoronaVac, Pazuello gravou vídeo dizendo: "É simples assim: um manda e o outro obedece". Os procuradores apontam que as ações de Pazuello foram “dolosas” e amparadas em argumentos não científicos e vindos de pessoas de fora do governo. 

Os procuradores entenderam que “o conjunto dos fatos ora trazidos à apreciação do poder Judiciário constitui amostragem suficiente da gestão gravemente ineficiente e dolosamente desleal (imoral e antiética) do requerido Eduardo Pazuello.”

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