Cidades brasileiras registraram panelaços na noite desta sexta-feira (22) em protesto ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), horas depois da divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril. Usuários de redes sociais reportaram panelaços em bairros de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre, entre outras.
Segundo o ex-ministro Sergio Moro, foi nesta reunião que o presidente teria manifestado a intenção de interferir politicamente na Polícia Federal, cobrando a substituição do superintendente do Rio de Janeiro e do diretor-geral, além de acesso a relatórios de inteligência e informação da corporação. Bolsonaro nega as acusações.
Na reunião, Bolsonaro afirma que interferiria em todos os ministérios, se fosse preciso, e cobra relatórios de informação da PF (Polícia Federal), das Forças Armadas e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
Bolsonaro publicou em suas redes sociais que a divulgação do vídeo prova que não houve tentativa de intervenção. "Mais uma farsa desmontada; nenhum indício de interferência na Polícia Federal", escreveu.
A defesa de Moro afirmou que a divulgação do vídeo vai permitir que "autoridades e sociedade" confirmem a veracidade da alegação de que o presidente tentou interferir na Polícia Federal.
O sigilo do vídeo foi retirado pelo ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo ele, não há na gravação algo que se qualifique como assunto de segurança nacional ou de ofensa à intimidade dos participantes, argumentos que Bolsonaro e a AGU (Advocacia-Geral da União) usaram nas últimas semanas para restringir a divulgação do material.
Celso de Mello disse ainda que "ninguém está acima da autoridade das leis e da Constituição da República" e que, por isso, a investigação de crimes eventualmente atribuídos ao presidente é legítima.
Presidente do STF, Dias Toffoli é hospitalizado com sintomas de Covid-19
Da CNN, em São Paulo
O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), foi internado neste sábado (23) com sintomas do novo cornavírus. O ministro Luiz Fux assume a presidência da Corte por sete dias.
Segundo nota enviada pelo STF, Toffoli foi hospitalizado para drenagem de um pequeno abscesso. "A cirurgia transcorreu bem e na noite do mesmo dia, o ministro apresentou sinais respiratórios que sugeriram infecção pelo novo coronavírus, devendo permanecer internado para monitorização".
Ainda de acordo com Marco Polo Dias Freitas, secretário de Saúde do STF, "o ministro está bem e respira normalmente, sem ajuda de aparelhos". Ele testou, na última quarta-feira (20), negativo para o novo coronavírus.
Como não há confirmação sobre o ministro ter contraído ou não Covid-19, Toffoli a princípio ficará de licença médica por sete dias, podendo ser ampliada dependendo do resultado dos exames. Nesse período, o ministro Luiz Fux assumirá a presidência da corte.
A assessoria de Fux disse que o vice-presidente do STF estará em Brasília a partir desta segunda-feira (25) para conduzir os trabalhos até o retorno do presidente Dias Toffoli.
Toffoli tem 52 anos e é presidente do Supremo desde 2018. Ele será substituído por Fux no final deste ano.
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