Maria da Glória, morta em Lavras da Mangabeira Ana Lyvia, morta no bairro Antônio Bezerra
Ao menos, 14 pessoas foram assassinadas no Ceará nas últimas 24 horas, conforme os registros da Polícia Civil e da Perícia Forense do Estado. Somente na Grande Fortaleza foram praticados oito crimes de morte, sendo quatro na Capital e outras quatro nos Municípios de Chorozinho (duplo), Pacatuba e Caucaia. No Interior, seis homicídios ocorreram em Lavras da Mangabeira, Iguatu, Forquilha, Acaraú, Campos Sales e Ibicuitinga.
Dois homens foram mortos, a tiros, no começo da noite de ontem no Município de Chorozinho, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), em um provável caso de latrocínio (roubo seguido de morte). O motorista de uma caminhonete de frete e seu ajudante teriam sido baleados e mortos ao reagir a um ataque de assaltantes. O motorista e dono do veículo, conhecido por “Francisco da F-4000”, e seu ajudante foram encontrados mortos dentro da caminhonete, com vários tiros.
Em Pacatuba, um jovem identificado somente por Yarlei, foi encontrado morto com vários ferimentos de tiros em um matagal no bairro São Luiz.
Também ontem, mais um crime de morte foi registrado na cidade de Caucaia.
Capital
Uma jovem identificada por Ana Livya Marinho foi assassinada, a tiros, na noite desta quinta-feira, no bairro Antônio Bezerra, na zona Oeste da Capital. O crime aconteceu na conhecida “Rua da Feira”, onde vários homicídios já foram registrados recentemente. Os assassinos fugiram e a Polícia investiga o caso.
No bairro Vicente Pinzón, na zona Leste da Capital, um entregador identificado apenas por Salomão foi morto a tiros, na noite de ontem, na Rua Professor Murilo da Silveira. Dias antes, ele havia postado nas redes sociais um vídeo pedindo desculpas após ter feito outra filmagem anterior dirigindo ofensas a policiais militares.
Um homem que seria morador de rua acabou morto após ser atingido por uma bala perdida durante um tiroteio ocorrido no fio da tarde de ontem próximo a uma favela, no bairro Bela Vista. A vítima não foi identificada oficialmente.
No bairro Henrique Jorge, um homem que ganhava a vida como cambista, foi morto, a tiros, no começo da noite desta quinta-feira, no bairro Henrique Jorge. Era conhecido entre os moradores pelo apelido de “Cambistinha”.
Interior
Seis pessoas foram assassinadas no Interior. Um dos casos ocorreu na zona rural do Município de Acaraú, onde foi localizado o corpo do jovem empresário José Jonas Vasconcelos Filho, 18. Ele havia desaparecido na última quarta-feira (20), quando saiu da cidade de Bela Cruz e foi até o vizinho Município de Marco cobra uma dívida de um cliente de sua revenda de automóveis e não foi mais encontrado.
Na manhã de ontem, o corpo dele foi encontrado com um tiro na cabeça, em um matagal no Distrito de Santa Fé. Horas depois, a Polícia prendeu o autor do crime, identificado como Ryan Neves Moreira, 18 anos. Com ele, foram encontrados cheques e outros bens da vítima.
Na cidade de Forquilha, bandidos invadiram uma residência no Sítio São Lourenço, Distrito de Rasteira, e mataram, a tiros, um homem identificado como Rogério.
Na cidade de Lavras da Mangabeira, bandidos invadiram uma residência no bairro Nova Cidade e balearam um casal, A mulher, identificada como Maria da Glória Pereira Machado, de 33 anos, conhecida por “Leleca”, morreu na hora. O marido, Aparecido Júnior de Sousa Alves, 30 anos, foi atingido por cinco tiros e levado para o hospital da cidade. Os criminosos fugiram.
Em Ibicuitinga, no Vale do Jaguaribe, ocorreu o terceiro crime em apenas três dias. Um homem identificado como “Juninho” foi assassinado, a tiros, dentro de casa, no bairro Populares.
Em Iguatu, no Centro-Sul do estado, um assassinato foi registrado também na noite desta quinta-feira. Um homem, identificado pelo apelido de “Chico Belo”, pedreiro, foi morto, a tiros, quando seguia em direção à casa de um amigo.
Em Campos Sales, um homem foi também morto na noite desta quinta-feira.
Congelar salário de servidor é o remédio menos amargo, diz Bolsonaro
Em reunião virtual com governadores, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu nesta quinta-feira (21) apoio para que o congelamento salarial até o fim de 2021 tenha efeito para todos os servidores da União, estados e municípios.
"É bom para o servidor, porque o remédio é o menos amargo, mas é de extrema importância para todos os 210 milhões de habitantes", disse o presidente, lembrando que trabalhadores da iniciativa privada estão perdendo empregos na crise ou sofrendo corte salarial e que a renda dos trabalhadores informais também caiu por causa da pandemia do novo coronavírus.
Bolsonaro anunciou que irá sancionar o pacote de socorro financeiro aos estados e municípios, estimado em R$ 125 bilhões, com quatro vetos. Um deles é ao trecho que abre brecha para algumas categorias do funcionalismo recebam novos reajustes.
Diante do tombo na economia e na arrecadação causado pela pandemia, o Congresso aprovou um pacote de aproximadamente R$ 125 bilhões de auxílio aos governadores e prefeitos. A única contrapartida -congelamento salarial do funcionalismo- foi flexibilizada com o apoio de Bolsonaro. Isso expôs uma disputa interna do governo sobre o controle de gastos públicos.
A articulação da ala política do governo foi contrária à orientação do ministro Paulo Guedes (Economia), por permitir reajuste a algumas corporações, como policiais federais, Forças Armadas, profissionais da saúde e professores, mesmo durante o período de crise econômica.
Após repercussão negativa, o presidente recuou e prometeu vetar esse trecho. Agora, em reunião com governadores, Bolsonaro pede apoio para que as bancadas regionais no Congresso não derrube o veto, o que blindaria categorias do congelamento salarial previsto até o fim de 2021.
Secretários de fazenda estaduais cobram a sanção do projeto -quando a medida entra em vigor- para que o repasse de recursos seja feito e alivie o caixa dos governos regionais. Com a demora na sanção, alguns estados aprovaram aumento salarial a servidores.
Ao lado de Bolsonaro na reunião, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o plano de ajuda aos estados e municípios a ser sancionado irá, num primeiro momento, garantir a estrutura para combater a Covid-19.
Em abril, o embate em torno do pacote de socorro foi entre Maia e Guedes. O presidente da Câmara articulou uma derrota ao governo, quando a Câmara aprovou uma versão do projeto considerada uma bomba fiscal pela equipe econômica. Guedes, então, se alinhou ao Senado para desidratar a proposta de Maia e aprovou um plano financeiro mais enxuto.
Dos R$ 125 bilhões do pacote, R$ 60 bilhões são de repasses diretos ao caixa dos governos regionais, que pedem ao Planalto dinheiro para enfrentar a pandemia e para manter a máquina pública funcionando.
Inicialmente, o Ministério da Economia defendeu um repasse de R$ 40 bilhões. O pacote de Maia não previa um valor fixo e, segundo o Tesouro Nacional, poderia representar um custo até maior que R$ 200 bilhões.
"Chegou a hora de darmos as mãos, de levantarmos a bandeira branca, estamos vivendo um momento excepcional, um momento de guerra. e numa guerra todos perdem", disse o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que também participou da reunião desta quinta.
O primeiro governador a falar foi o do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB). Ele pediu sanção do auxílio aos estados e disse que a maioria dos governadores apoiará a manutenção do veto de Bolsonaro ao reajuste do funcionalismo público. Segundo Azambuja, não é possível discutir aumento para os servidores no meio da crise do coronavírus.
"Sabemos que o senhor está sofrendo pressões, nós todos estamos, mas acho que é um momento de unidade nacional, que todos nós estamos dando uma cota de sacrifício. A maioria dos governadores entende importante, se o sr assim achar, vetar esse aumento salarial para servidores", discursou
Azambuja.
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