Web Radio Cultura Crato

terça-feira, 19 de setembro de 2017

No Nordeste, eleitores identificam ex-presidente Lula com ‘rouba, mas faz’

Entre os eleitores nordestinos que participaram de todos os pleitos em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concorreu, 53% votaram nele em todos. Na média nacional, esse percentual é de 38%, segundo o Datafolha.

No segundo turno em 2014, Dilma Rousseff (PT) derrotou Aécio Neves (PSDB) nos nove Estados nordestinos, com sete em cada dez eleitores (71,7%) votando nela (foram 51,6% na média do país).

Foi com base nessa preferência regional que Lula, 71, iniciou pelo Nordeste sua pré-campanha eleitoral no final de agosto, apelando ao eleitorado mais pobre que o aclamou espontaneamente em passagem por estradas ou em comícios pré-arranjados.

Nos anos Lula e em parte do governo Dilma, o Nordeste foi a região que mais cresceu no país a reboque de programas sociais, aumentos acima da inflação para o salário mínimo e formalização do emprego.

Hoje, é a que se recupera mais lentamente, também por conta da frustração de grandes investimentos, como no porto de Suape e na refinaria de Abreu e Lima em Pernambuco, alvo de corrupção na Petrobras.

POBREZA E ADORAÇÃO

Quase sete anos depois de deixar a Presidência, Lula ainda segue identificado com essa melhora no Nordeste.

Na região, 55% das famílias passam o mês com menos de dois salários mínimos (R$ 1.874); e ali estão mais da metade (6,7 milhões) dos cadastrados do Bolsa Família, implementado por Lula.

Embora ainda seja adorado por conta do programa e de outros como Prouni e Luz Para Todos, o brilho do petista está mais associado hoje ao seu passado do que ao presente, marcado por acusações de corrupção.

Vários de seus eleitores se dizem com “um pé atrás” diante dos “rolos de Lula”. Mesmo assim, prometem votar nele novamente caso logre ser candidato.

“Está tudo errado, com muita gente escondendo muitas coisas. Se for colocar contra a parede ou no ventilador, todo mundo sai. Mas se for para escolher, que fique quem realmente já fez. Um exemplo: o Lula”, diz Lurdes Souza, 24.

Ex-caixa de supermercado, Lurdes perdeu seu emprego formal na crise e hoje vende badulaques religiosos no santuário do Padre Cícero em Juazeiro do Norte (CE).

Ela conta que nos anos Lula pôde comprar duas motos e a mãe, uma geladeira nova. Hoje, não consegue emprego formal e abandonou por ora os planos de entrar na faculdade.

Em sua peregrinação no Nordeste, Lula foi estridente ao associar o “governo golpista de Michel Temer” à crise econômica; na realidade, engendrada por Dilma. E gastou muito tempo em comícios no papel de “perseguido das elites”.

Para esse público, o petista prometeu trazer de volta a prosperidade interrompida a partir de 2014.

Como disse no Maranhão, mesmo que às custas de mais gastos públicos e de um aumento acima do equivalente a 80% na relação dívida pública/PIB (hoje em 74% e subindo, como consequência da crise fiscal).

Seu discurso faz eco especialmente entre os que viveram os melhores anos da década passada, como membros de duas famílias pobres que a Folha acompanha desde 2005 na comunidade do Suvaco da Cobra, em Jaboatão dos Guararapes (PE).

“Esse é o momento mais difícil que estamos vivendo”, diz Pedro Silva, 67, sobre esse longo período. “Na época de Lula havia erro, mas tinha trabalho. E hoje não tem.”

VOTOS EM LULA E TEMER

Pai de quatro filhos que cresceram beneficiados pelo Bolsa Família, Pedro chorou ao contar como Alan, 17, precisou trocar o plano da faculdade de engenharia por um bico num mercado em troca de R$ 820 mensais (o plano é juntar dinheiro para a matrícula e parte das mensalidades futuras).

Em 2018, Alan vai votar pela primeira vez. “Se o Temer for candidato, voto nele. O governo dele é bom.”

Questionado sobre as acusações de corrupção contra o presidente, diz: “Todo presidente vai roubar”.

Sobre a fidelidade do pai a Lula, Alan comenta que “mesmo se filmarem ele roubando o dinheiro de alguém, o voto dele é Lula”.


Fonte Folha de São Paulo

Sete duplos homicídios são registrados na Grande Fortaleza em 48 horas


Dez pessoas foram assassinadas na Região Metropolitana de Fortaleza em cinco ações criminosos somente nesse fim de semana.

Ao todo, pelo menos, 24 homicídios foram registrados nas cidades que compõem a Grande Fortaleza nesse sábado último (16),e domingo (17), segundo os relatórios de ocorrências da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). A informação é do Tribuna do Ceará.

O registrado é quase três vezes mais que a média diária de assassinatos registrada na Grande Fortaleza entre janeiro e agosto deste ano.

A violência se estendeu para a segunda-feira (18). Na Avenida Zezé Diogo, na comunidade do Serviluz, dois homens foram mortos a tiros por criminosos que chegaram ao local em um carro de cor prata. As vítimas foram identificadas como Eduardo Silva de Oliveira, de 20 anos; e Samuel Marques Rebouças, de 28.
Este último estava em uma moto, sendo assassinado a cerca de 50 metros de Eduardo. Samuel respondia a crimes como tráfico de drogas, homicídio e assalto, conforme a Polícia Militar. Já Eduardo não tinha passagens pela Polícia.

No bairro Siqueira, por sua vez, um casal de namorados foi morto por dois homens. As vítimas estavam em um grupo de quatro pessoas que iam à praia. Os criminosos já chegaram atirando. Uma mulher, não identificada, foi atingida no cruzamento das ruas Tebas com Luiz Montenegro. O namorado foi baleado a cerca de 100 metros. Carlos Alberto da Silva, de 22 anos, havia saído da prisão recentemente, mas não deixou a criminalidade, segundo um familiar dele que conversou com a equipe do Barra Pesada.

Fim de semana

O primeiro duplo homicídio foi registrado, ainda no sábado no bairro Passaré. Na rua Cristais Paulista, dois adolescentes foram mortos à bala: Evilásio Ferreira da Silva, de 16 anos; e João Gabriel Carvalho de Lima, de 14. O local do crime fica a poucos metros da casa de um deles, conforme apuração da equipe do programa Barra Pesada, da TV Jangadeiro/SBT. Os disparos partiram de homens que estavam em um carro. Eles não foram identificados.

O restante dos crimes do fim de semana ocorreu no domingo (17). No bairro Pici, dois homens, não identificados, foram mortos e tiveram, em seguida, os corpos incendiados. Um deles ainda teve uma estaca de madeira enfiada na cabeça. Os assassinos seriam quatro homens, também não identificados.

Requintes de crueldade também foram registrados no assassinato de duas mulheres no bairro Barra do Ceará. Os corpos foram encontrados na rua Manuel Gadelha, no Morro de Santiago, com cabelos cortados e pichações em seus corpos. As mulheres também não foram identificadas.

Já em Caucaia, dois duplos assassinatos foram registrados nos bairros Carrapicho e Itambé. Às margens da BR-020, foram assassinados Alexsandro Nascimento Moura, de 16 anos; e um adolescente identificado apenas como Paulo Vítor.

Conforme apuração do programa Barra Pesada, os dois eram moradores do bairro Bom Jardim, em Fortaleza, e iam a uma trilha de motocross na localidade de Tucunduba, em Caucaia. Alexsandro foi morto ao lado de sua moto. Paulo Victor, ao perceber que atiravam no amigo, tentou esconder-se em um matagal, mas foi encontrado pelos assassinos. Um familiar de Alexsandro disse desconhecer a motivação do crime.

Já no Itambé, o crime ocorreu em uma casa da rua Santiago do Chile. As vítimas foram dois homens. Uma deles estava na sala e outro, na área de serviço. Conforme informou a Polícia ao Barra Pesada, a residência não possuía um móvel sequer. Apenas um dos homens foi identificado: Regivan das Neves Carneiro dos Santos, 23 anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário