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sábado, 16 de setembro de 2017

Assassinatos em 2017 superam total do ano passado no Ceará



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Em Fortaleza, a variação foi de 83,7%, com 98 mortes em agosto de 2016 e 180 neste ano. No acumulado de 2017, foram anotados 1.259 homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, na Capital

Antes do término do 9º mês de 2017, o número de assassinatos no Ceará neste ano já supera o montante de mortes registradas ao longo dos doze meses de 2016. Um levantamento parcial mostra que, do dia 1º de janeiro de 2017 até essa última sexta-feira (15), pelo menos, 3.408 pessoas foram vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), que abrangem homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Em todo o ano passado, morreram 3.407. A informação é do Diário do Nordeste.

Na tarde dessa sexta-feira (15), a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) divulgou o acumulado de CVLIs nos oito primeiros meses de 2017. Neste período, foram contabilizados pela Pasta 3.235 mortes. Conforme relatório diário da SSPDS, de 1 a 14 deste mês, houve outros 169 assassinatos.

Só no 15º dia de setembro, o Diário do Nordeste apurou mais quatro mortes. Dentre as últimas vítimas está a adolescente Yasmin Furtado. A jovem foi morta dentro da sua residência, em Pentecoste, na data em que completou 15 anos de idade.

Uma dupla armada invadiu a casa da adolescente anunciando um assalto e, por motivo ainda desconhecido, disparou contra Yasmin. Atingida na cabeça, a menina foi socorrida até a UPA da região e logo em seguida transferida ao Instituto Doutor José Frota. Por volta das 2h da madrugada da sexta-feira, a morte dela foi confirmada.

A adolescente é mais uma vítima da violência que cresce exponencialmente no Ceará. Horas depois da morte da jovem, o secretário de Segurança Pública, André Costa, concedeu entrevista coletiva, apresentando os números de assassinatos registrados até o último mês de agosto e divulgando ações para o controle das mortes no Estado.

Índices

Conforme apresentado pela SSPDS, no último mês, as localidades onde mais cresceram os CVLIs foram Região Metropolitana e Capital. Comparado agosto de 2017 com igual período do ano passado, os assassinatos na RMF foram mais que o dobro: 53 em 2016 e 119 em 2017. Em Fortaleza, a variação foi de 83,7%, com 98 mortes no período analisado de 2016 e 180 neste ano. No Ceará, o aumento foi de 58,4% com 291 mortes em agosto de 2016 e, exatamente após um ano, 461. Quando comparados os três meses anteriores a agosto deste ano, os índices de assassinatos, no último mês, passam a ser analisados como positivo pela SSPDS.

A primeira redução de CVLIs deste ano não se mostra suficiente para que população e governo comemorem. André Costa reconhece que a redução de seis homicídios entre julho e agosto é tímida e lembra que o cenário violento está presente nos demais estados do Brasil.

"Buscamos uma melhora progressiva diante das medidas que temos adotado e das estratégias colocadas em prática. Não vamos resolver de um dia para noite. Existe um prazo natural para o avanço no trabalho da Polícia. Viemos falando mês a mês que o cenário é nacional. A disputa entre facções faz com que a população sofra nas ruas", disse o titular da Secretaria.

O secretário garante que os setores de inteligência das Polícias Civil e Militar vêm acompanhando e testando ações para solucionar o problema. De acordo com Costa, novas medidas serão aplicadas. Algumas, direcionadas para combater facções.

"Continuamos em alerta, mas instigados e trabalhando muito para melhorar e reduzir o número de vítimas da violência. Muitas vezes, onde acontece o homicídio é a mesma localidade onde há uma briga. Estamos intensificando o trabalho nesses locais e aumentando o policiamento com o BPRaio", afirmou Costa.

Já nos próximos dias, o Batalhão de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio) chega aos municípios de Maracanaú e Caucaia. Segundo André Costa, no dia 23 será instalado o BPRaio em Maracanaú, e no dia 30, em Caucaia. O secretário também promete que, até o fim deste ano, o efetivo da Capital será dobrado.

Apreensões

A Secretaria também ressalta que uma das estratégias para a diminuição dos assassinatos é a continuidade das apreensões de drogas e armas. De janeiro de 2017 até agosto, foram apreendidas 4.977 armas de fogo. O número é 25,9% maior do que em igual período de 2016, quando a Polícia conseguiu retirar de circulação 3.953 armas.

O saldo de entorpecentes tirados das ruas também é positivo. No período analisado neste ano, foram 5,3 toneladas de drogas apreendidas. O subtotal de 2016 foi de 1,8 toneladas. A comparação mostra que a variação dentre os períodos chegou a 184%.

O levantamento acerca dos autos de prisão em flagrante em 2017 também é positivo. Comparando os oito primeiros meses deste ano com igual época de 2016, houve aumento de 14,7% no número de suspeitos presos.

"As operações feitas no Interior do Estado ajudam nas nossas apreensões e prisões. De fevereiro a agosto foram cumpridos mais de mil mandados de busca, 600 pessoas presas e 218 armas apreendidas. Estamos também em parceria com a Polícia Federal para a melhoria das investigações dos crimes no Ceará", acrescentou o secretário da Segurança André Costa.

Romário conclui relatório e rejeita criminalização do funk

Senador é contrário à sugestão que pede criminalização do gênero musical

Romário é contra a criminalização do funk
O senador Romário (PSB-RJ) concluiu, na última quinta-feira (14), parecer contrário à Sugestão Legislativa 17/2017, que pede a criminalização do funk.
No parecer, o político e ex-jogador afirma que não é juridicamente defensável a criminalização do gênero musical por causa do direito de livre manifestação do pensamento, garantino pela Constituição Federal.
A sugestão para tornar o gênero "crime de saúde pública à criança, aos adolescente e à família" chegou à CDH (Comissão de Direitos Humanos) do Senado em maio deste ano, após conseguir o apoio de mais de 20 mil pessoas, no período de quatro meses, por meio do Portal e-Cidadania, da Casa.
A sugestão de lei propõe criminalizar o funk por ser, segundo o autor, "um recrutamento organizado nas redes sociais por e para atender criminosos, estupradores e pedófilos a prática de crime contra a criança e o menor adolescentes".
De acordo com a análise de Romário, "parece ser um grande equívoco relacionar a ocorrência de eventuais atos criminosos durante os bailes funk com a manifestação artística e cultural que advém da música".
O senador ainda destaca que os bailes levam entrenimento à juventude e para a parcela da população que é "marginalizada pela pobleza e exclusão social".
Romário reconhece a existência de crimes que são cometidos durante os bailes funk, mas afirma que são cometidos comumente também em outras festividades, e usou como exemplo o Carnaval. O senador diz que se preocupa com os crimes que acontecem nos bailes funk e afirma que os autores devem ser punidos de acordo com o que já é previsto em lei.
"O direito penal já oferece solução adequada, pois existe a previsão de crimes contra a vida, contra a honra, contra a dignidade sexual, contra a exploração sexual de menores, de tráfico de drogas, etc", afirma.
*Kaique Dalapola, estagiário do R7

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