O doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador financeiro do PMDB, afirmou que o grupo político formado pelo presidente Michel Temer e os ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves recebeu cerca de R$ 250 milhões em propinas decorrentes de créditos da Caixa Econômica Federal, repassados pelas vice-presidências de Pessoa Jurídica e Fundos de Governo e Loterias, segundo reportagem do jornal O Globo.
As áreas foram controladas pelo PMDB e comandadas pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso no início deste mês, e Fabio Cleto.
Funaro fechou um acordo de delação premiada já homologado pelo Supremo Tribunal Federal. De acordo com ele, Cunha funcionava como um “banco de propina” para deputados e, depois, virava “dono” dos mandatos de quem era beneficiado.
Segundo o jornal, o doleiro afirmou não saber exatamente o valor da propina repassada a Cunha, “mas sabe que este sempre distribuía parte da propina recebida com Henrique Eduardo Alves e Michel Temer, fora outros deputados aliados”.
A assessoria do Planalto afirmou ao Globo que “o valor da delação e das palavras do doleiro Lúcio Funaro é zero, como já registrou a própria Procuradoria-Geral da República”.
Para o Grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, Funaro relatou que foram liberados cerca de R$ 3,04 bilhões em troca de propinas.
Procurados pelo jornal, os advogados de Eduardo Cunha não retornaram. A defesa de Geddel Vieria Lima afirmou que não se manifestaria sobre um documento ao qual não teve acesso. A defesa de Henrique Eduardo Alves afirmou que não é verdade que ele tenha recebido qualquer propina de operações da Caixa e desafia a provarem o contrário.
Já a J&F informou que os colaboradores apresentaram documentos que complementam os esclarecimentos prestados à Procuradoria-Geral da República e segue à disposição da Justiça.
Greve dos Correios atinge 20 estados e o DF, diz federação dos trabalhadores
A greve dos Correios começou às 22h de terça-feira (19) e atinge 20 estados e o Distrito Federal, segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect).
A paralisação envolve os trabalhadores dos sindicatos de Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Brasília (DF), Campinas (SP), Ceará, Espírito Santo, Goiás, Juiz de Fora (MG), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Ribeirão Preto (SP), Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Maria (RS), Santos (SP), São José do Rio Preto (SP), Sergipe, Santa Catarina, Uberaba (MG) e Vale do Paraíba (SP).
Segundo a Fentect, a paralisação é parcial, com redução de funcionários nas agências.
Já os Correios informaram que a paralisação não afeta os serviços de atendimento e está concentrada na área de distribuição.
Dos 31 sindicatos ligados à Fentect, somente três ainda não realizaram assembleia: Acre, Rondônia e Roraima.
As agências franqueadas não estão participando da greve. Atualmente, são mais de 6.500 agências próprias dos Correios pelo país, além de 1 mil franqueadas.
Segundo a Fentect, foram mais de 50 dias de negociação, sem sucesso. Entre os motivos da greve estão o fechamento de agências por todo o país, pressão para adesão ao plano de demissão voluntária, ameaça de demissão motivada com alegação da crise, ameaça de privatização, corte de investimentos em todo o país, falta de concurso público, redução no número de funcionários, além de mudanças no plano de saúde e suspensão das férias para todos os trabalhadores, exceto para aqueles que já estão com férias vencidas.
Além da Fentect, outra federação representa os trabalhadores da categoria, a Federação Interestadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect). A entidade diz que ainda está negociando com a empresa e aguarda o fim da apresentação da proposta, marcada para esta quinta-feira (21).
Agências abertas
Os Correios informaram que a paralisação parcial não afeta os serviços de atendimento e que todas as agências, inclusive nas regiões que aderiram à greve, estão abertas e todos os serviços estão disponíveis.
Segundo a estatal, a paralisação está concentrada na área de distribuição — levantamento parcial realizado na manhã desta quarta mostra que 93,17% do efetivo total está trabalhando, o que corresponde a 101.161 empregados, número apurado por meio de sistema eletrônico de presença.
Ainda de acordo com os Correios, as negociações com os sindicatos que não aderiram à paralisação ainda estão sendo realizadas esta semana.
“Os Correios continuam dispostos a negociar e dialogar com as representações dos trabalhadores na busca de soluções que o momento exige e considera a greve um ato precipitado que desqualifica o processo de negociação e prejudica todo o esforço realizado durante este ano para retomar a qualidade e os resultados financeiros da empresa”, informou em nota.
Ceará
Em nota, os Correios afirmam que a paralisação dos empregados é parcial no Ceará e que não afeta os serviços de atendimento da empresa. A nota diz, ainda, o movimento está concentrado na área de distribuição — levantamento parcial realizado na manhã desta quarta-feira mostra que no Ceará, 87,9% dos empregados estão presentes e trabalhando – o que corresponde a 2.289 empregados em atividade.
Fonte: G1
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