Ele estava numa casa no bairro Xeleleu quando decidiu se entregar à polícia. O outro foi Carlos Alberto Evangelista Silva, de 42 anos, o “Alemão” que mora no Juaville em Juazeiro e é dono de um box no Centro de Apoio ao Romeiros o qual já responde por tráfico de drogas. Os depoimentos dos dois prestados ao Delegado de Polícia Civil, Reni Rocha Pinto, terminaram nesta madrugada e estão recolhidos à carceragem da DRPC aguardando as audiências de custódia.
Os dois foram autuados em flagrante pela autoridade policial. O crime teria sido encomendado por um doutor que é dentista em Juazeiro, que pagaria R$ 5 mil. Marcelo disse que não o conhecia já que a execução da garota teria sido intermediada por “Alemão”. Já este disse, em seu depoimento, que, durante tratamento dentário, o “Doutor” quis saber se conhecia alguém que poderia “fazer um serviço”. Disse mais que, dois dias depois, o doutor enviou a foto da vítima e o endereço de sua loja.
Posteriormente, conversaram com José Pedro das Chagas Pinto de Sousa, o “Paulista”. Marcelo tomou uma moto emprestada à sua ex-companheira em Caririaçu para vir ao Juazeiro com “Paulista”. A trama da morte de Laísa aconteceu momentos antes no box de Alemão no Centro de Apoio ao Romeiro o qual entregou uma faca e sugeriu matar a comerciante com arma branca já que não tinha conseguido um revólver para ser usado no crime.
Em Juazeiro, Marcelo e Paulista encontraram a loja fechada e pediram para entrar e ver umas roupas. Após uma rápida conversa, Paulista sacou a faca e passou a desfechar os golpes, enquanto Marcelo decidiu segurar a vítima. Acrescentou mais ter tapado a boca dela por ter começado a gritar pedindo socorro. Antes de saírem da loja, Paulista pegou a bolsa, o fone de ouvido e o celular da comerciante para sugerir um latrocínio junto com a revirada nas gavetas
Marcelo disse mais em seu depoimento ter imaginado que a garota estava morta. Na fuga, pararam no banheiro do Centro de Apoio ao Romeiro e retiraram as vestes que estavam por cima da que foi usada durante o crime. Antes de chegarem a Caririaçu, os dois descartaram os objetos da vítima e Marcelo tratou de entregar a moto pertencente à sua ex-companheira. Horas depois, trataram de fugir em Caririaçu por conta do vídeo exibido nas redes sociais, sendo possível identificá-los.
Ele disse não saber o paradeiro de Paulista e tratou de retornar à casa da ex-mulher a qual, também, começou a ver os vídeos e descobrir que o seu ex estava na cena do crime. Antes disso, ele falou ter tomado conhecimento por “Alemão” que o dinheiro não mais seria pago em virtude do “serviço não ter sido concluído”. Foi a ex-mulher de Marcelo quem disse à polícia que estava em contato com o mesmo e a Polícia Civil seguiu até à casa dela.
Daí obtiveram o número do telefone quando os agentes passaram a dialogar com o acusado, convencendo-o a se entregar. Marcelo pediu que viessem apanhar o seu pai em Juazeiro para acompanhar a prisão o que foi feito. Ele confessou ter se entregado ao perceber que logo seria descoberto o seu paradeiro já que, a todo instante, passavam perto de onde estava viaturas das polícias civil e militar. Coube ao delegado Julio Agrelli dar voz de prisão e apresentar o mesmo na delegacia em Juazeiro.
O compromisso “ninguém entrega ninguém” foi descumprido por Marcelo que entregou Alemão. Falou ainda que conhecia o mesmo com quem costumava beber e este até lhe fornecia drogas. Foram recolhidos os aparelhos celulares dos dois para averiguações, mas, antes, a polícia já tinha apreendido a faca usada no crime, o capacete e documentos de Marcelo.
Além disso, os documentos de Paulista que estavam na sua casa em Caririaçu o qual segue foragido e sendo procurado pela polícia. A moto da ex-companheira de Marcelo foi apreendida para averiguações a fim de robustecer ainda mais com provas o Inquérito Policial que foi instaurado no NHPP (Núcleo de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Delegacia de Juazeiro.
Sobre o quadro clínico da vítima Laisa Andrade, ela segue em tratamento na UTI do Hospital Regional do Cariri, sendo considerado estável. “Está em progresso do desmame de droga vasoativa, segue intubada, estado grave, mas em melhora, tem episódios de acordar desorientada, mas calma. Fez doppler de carótidas pela vascular e nada significativo, sem lesões. Tem duas angio tomografias para realizar de tórax e cervical, mas ontem estava sem condições de transporte e o médico disse que a tarde acredita que com essa melhora ela deve realizar”, destacou a direção do HRC.
Juiz tem ataque de fúria com testemunha e vídeo viralizou
Nenhum comentário:
Postar um comentário