O governador disse que está identificando as causas do aumento ( Foto: Cid Barbosa ) |
O Ceará registrou, em abril, 377 assassinatos. Foi o pior índice de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) - homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte - desde janeiro de 2015, o primeiro mês do governo de Camilo Santana, quando foram registradas 441 mortes violentas. Em comparação com abril de 2016, houve um aumento de 37,6% dos casos no Estado. A variação é ainda maior comparando os números da Capital, que subiram de 75 para 140 CVLIs, simbolizando um aumento de 86,7%.
Todas as outras áreas (Região Metropolitana, Interior Norte e Sul) tiveram piora nos índices. Se considerado o acumulado de CVLIs do primeiro quadrimestre de 2017, também há um aumento no número de casos no Estado, em relação ao ano de 2016, com um acréscimo de 11,8%.
O governo diz ter melhorado os índices de Crimes Violentos Contra o Patrimônio (CVPs) e furtos. Conforme dados da Secretaria, neste tipo de delito houve uma queda de 7,3% em comparação a igual mês do ano passado; e nos furtos houve uma redução de 9,5%. Em ambos os casos, são os melhores índices registrados no ano.
Porém, não há no Ceará um sistema seguro para contabilizar roubos e furtos, já que a subnotificação dos crimes é alta. As estatísticas, que mostram o decréscimo, são feitas com base apenas nos casos registrados.
Dificuldade
O governador Camilo Santana admitiu que a Segurança Pública enfrentou dificuldades para lidar com os homicídios. "Nós temos o pior índice do meu governo agora. Eu estou aqui dizendo que estamos enfrentando um problema. Estamos trabalhando, procurando identificar quais são esses problemas, para que possamos entregar o Ceará de uma forma mais tranquila ao povo", afirmou o governador.
Camilo afirmou que é necessário transparência, enfrentamento e a revisão dos processos judiciais para reverter a situação. O governador aponta como justificativa do crescimento desses índices "um movimento em nível nacional", por parte das facções criminosas, que geram disputas por poder e territórios.
Camilo chegou a apontar a falta de políticas nacionais na área de Segurança como um fator importante. "Esse problema da organização criminosa não é só no Ceará, é no Brasil inteiro, por omissão de uma política nacional de Segurança Pública que não existe nesse País. Se você for analisar nas últimas décadas, criamos uma política nacional para a Saúde, para a Educação, mas não para Segurança", afirmou o governador.
"Se acumulou um processo ao longo de décadas neste País e agora é preciso um esforço gigantesco para que possamos desorganizar essas facções que existem no Brasil, que comandam do Rio de Janeiro e São Paulo. Ou se organiza isso de uma forma estruturada, nacionalmente, ou o Estado vai ficar no esforço", considerou Santana.
Fonte Diário do Nordeste
Governo aponta que assassinatos no Ceará cresceram 37,6% em abril, com 377 mortos
Mortes violentas desafiam as metas traçadas pela Segurança Pública na Capital cearense |
Confirmando os números divulgados, com exclusividade, em matéria publicada no último dia 4 pelo portal cearanews7.com, o governo do Estado apresentou nesta quarta-feira (10), os dados estatísticos das taxas de homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte registradas no Ceará, em abril. No total, 377 pessoas foram mortas. Na comparação com abril de 2016, foi registrada uma elevação da ordem de 37,6 por cento (foram 274 casos no ano passado). Foi o pior índice/mês no Ceará desde 2015.
Entre as quatro regiões do Estado divididas pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a Capital teve o maior registro de homicídios. Foram 140 pessoas assassinadas no mês passado. Um aumento da ordem de 86,7 por cento em comparação a abril de 2016, quando foram mortas 75 pessoas.
Outros números de abril, por região, foram os seguintes: Região Metropolitana de Fortaleza 78 casos (contra 67 em 2016), Interior Norte, 70 casos (52 em 2016), e Interior Sul com 89 (com 80 no ano passado).
Outros 23 assassinatos ocorridos em abril ficaram de fora das estatísticas oficiais, sendo 21 deles decorrentes de intervenção policial (pessoas que morreram em troca de tiros com a Polícia) e dois de detentos mortos dentro do Sistema Penitenciário do Estado. Caso esses 23 assassinatos foram contabilizados, os números de Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLIs) no Ceará, em abril último, chegariam a 400.
Avaliação
Em entrevista logo após a divulgação dos índices negativos para a Segurança Pública, o governador do Estado, Camilo Santana (PT), disse que, “nós temos o pior índice do meu governo e eu estou aqui dizendo que estamos enfrentando um problema. Estamos trabalhando, procurando identificar quais são essas dificuldades para que possamos entregar o Ceará de uma forma mais tranqüila para o povo”, desabafou.
No dia anterior, Camilo divulgou em sua página no facebook a instalação de um novo quartel do Batalhão Raio, na cidade de Canindé (a 97Km de Fortaleza), a convocação de mais 1.400 candidatos aprovados no concurso da Polícia Militar, além de inclusão dos policiais civis e peritos no plano “Média do Nordeste”, que vai assegurar um reajuste de salários até dezembro de 2018.
Na semana passada, o governador afirmou que, até o fim do seu mandato, pretende instalar o modelo de policiamento do BPRaio em todas as cidades com população igual ou superior a 50 mil habitantes.
Fonte Ceará News 7
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