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terça-feira, 14 de março de 2017

Lula afirma à Justiça ter medo de ser preso


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em depoimento à Justiça Federal nesta terça-feira, 14, que teme ser preso. “O senhor sabe o que é levantar todo dia achando que a imprensa está na porta da minha casa porque eu vou ser preso?”, questionou o petista ao juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite, da 10.ª Vara Federal.
O interrogatório de Lula durou cerca de 1h. Esta foi a primeira vez que o ex-presidente foi questionado em juízo como réu em ação penal relacionada à Operação Lava Jato. O petista é acusado de ser o mandante da tentativa de compra do silêncio do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró.
Segundo Lula, todos os dias são publicadas notícias de que ele será citado em novas delações premiadas, o que gera apreensão. “Nos últimos anos tenho sido vítima quase de um massacre”, lamentou.
Lula afirmou que os dados da acusação feita pelo ex-senador Delcídio Amaral contra ele são “falsos” e que não entende qual foi o objetivo do senador cassado ter contado tantas “inverdades”. Ele insinuou que Delcídio teria firmado o acordo de delação apenas para sair da cadeia e jogar a culpa “nas costas” dos outros.
Ele negou que tivesse interesse de impedir que Cerveró firmasse acordo de delação premiada. “Só tem um brasileiro que poderia ter medo do depoimento do Cerveró, que é o Delcídio. Ele já tinha convivência com Cerveró antes do meu governo. Todo mundo sabia da relação histórica dos dois”, contou.
O ex-presidente afirmou ainda que não conhece Cerveró e que não tinha convivência com ele. Lula disse que não tinha receio do depoimento de nenhum diretor da Petrobrás porque não tinha relação com eles.
“Estou aqui para responder toda e qualquer pergunta. Se tem um brasileiro que quer a verdade sou eu”, declarou no início do interrogatório. Ele iniciou a sua fala relembrando a história do PT como partido político e conquistas do seu governo. “Me ofende profundamente a acusação de que o PT seria uma organização criminosa”, declarou.
“Pirotecnia”
Lula voltou a criticar integrantes da força-tarefa da Lava Jato por fazerem “pirotecnia com as pessoas”, mas afirmou ser a favor das investigações. “Tem gente que acha que eu sou contra a Lava Jato. Pelo contrário, quero que ela vá fundo. Sou contra tentar criminalizar a pessoa pela imprensa e não pelos autos”, declarou o petista em seu primeiro interrogatório como réu na Justiça Federal. Lula é acusado de participar da tentativa de compra do silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Lula defendeu que o seu governo incentivou o combate à corrupção e a independência das instituições. “Cansei de ver instituições que ajudei a criar desprestigiadas por opinião pessoal (…) Hoje as pessoas não podem nem ver a luz da geladeira que já saem dando declarações”, afirmou. Lula disse que “cansou de ver autoridades dizendo que ‘não têm provas, têm convicções’”, relembrando fala do procurador Deltan Dallagnol que disse ter convicção da participação de Lula em esquema criminoso e que a força-tarefa não terá provas cabais contra ele.
Durante o depoimento, que durou cerca de uma hora, Lula agradeceu ao juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal, pela oportunidade de falar para um magistrado “imparcial”. “Quero agradecer a oportunidade de prestar depoimento, pois estou com muita coisa engasgada”, declarou em uma de suas falas.
O petista disse que, se pudesse, prestaria os depoimentos de todos os seus processos em uma única semana para desvendar todos os “mistérios” que pairam sobre ele.
Eleições 2018
O ex-presidente disse ainda que, apesar do volume de notícias de cunho negativo a seu respeito, seu desempenho em sondagens eleitorais continuará incomodando opositores. “Vou matar eles de raiva, porque em todas as pesquisas vou aparecer na frente”, declarou.
Fonte: Terra

Corpo é encontrado, e motorista se apresenta



O suspeito de atropelar e matar a empregada doméstica Francisca Sulamita dos Reis Marques, 52, se apresentou no 6ºDP (Messejana), na tarde de ontem. Ele assumiu o crime e revelou o local onde teria ocultado parte do cadáver da vítima, na Rua Isabel Sales, no bairro Pedras. O veículo que o estudante Marluan Teixeira Freire, de 23 anos, dirigia foi localizado e apreendido pelo Departamento de Inteligência da Polícia Civil (DIP), horas antes de ele se apresentar.
Sulamita Marques morreu ao ser atropelada por um veículo em alta velocidade, na BR-116, na noite de sexta-feira (10). Com o impacto, o corpo da mulher foi desmembrado. Apenas a parte inferior, da cintura para baixo, foi encontrada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Desde então, a Polícia Civil procurava a outra parte do cadáver.
De acordo com o diretor do DIP, delegado Renê Andrade, a parte que estava desaparecida caiu dentro do veículo, após o atropelamento, e Marluan Teixeira a levou até a oficina do seu pai, localizada no bairro Paupina, onde envolveu o cadáver com um saco e um pano e o despejou na Rua Isabel Sales. A Polícia Civil investiga se familiares do suspeito o ajudaram na ocultação do corpo.
O restante do corpo de Sulamita foi encontrado já em estado de putrefação e foi removido pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce), que o levou em seguida para a Coordenadoria de Medicina Legal (Comel). Familiares acompanharam a remoção emocionados. "É uma perda difícil. É doloroso ver os filhos, além de perder a mãe, ainda ter que procurar pelo corpo. A gente nem consegue sentir nada por essa pessoa [suspeito]. O que a gente quer é dar um enterro digno para ela", disse uma parente, que preferiu não se identificar.
"O objetivo da Polícia Civil era fazer o pleno esclarecimento desse fato lamentável com essa senhora, localizando e identificando o autor do delito, apreendendo o veículo e localizando também o corpo, para que ela pudesse ter um sepultamento digno", afirmou o diretor do DIP.
Sem CNH
Após se apresentar no 30ºDP (São Cristóvão), Marluan Teixeira foi levado ao 6ºDP, onde prestou depoimento sobre o atropelamento e a ocultação do cadáver. Ele confessou que não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e que dirigia com velocidade superior à permitida na rodovia, a mais de 100 km/h.
Segundo o titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Leonardo Barreto, há informações de que o suspeito participava de 'rachas' (corridas irregulares). A Polícia Civil investiga se o excesso de velocidade em que Marluan trafegava, no dia do ocorrido, era motivado por essa prática, o que pode aumentar a culpabilidade. Ele já irá responder pelos crimes de homicídio qualificado, fraude processual e ocultação de cadáver.
O crime de fraude processual se dá pela ocultação de provas presentes no veículo. "Várias partes do carro, como motor, banco e para-brisa, foram retirados, o que nos leva a concluir, ainda que preliminarmente, que isso foi feito para dificultar a ligação do veículo com o crime", analisou Leonardo Barreto.
As partes do carro foram encontradas na oficina do pai do suspeito, em Messejana, na manhã de ontem. Já a carcaça do veículo, um Chevrolet Corsa de cor vermelha, foi apreendida, em uma oficina no Montese.
Fonte: Diário do Nordeste

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