Condenado a 14 anos de prisão, ele matava por ordem de um contrabandista iraniano
Ex-sargento PM Charles Libório foi morto com vários tiros de pistola
O ex-sargento da Polícia Militar do Ceará, Jean Charles da Silva Libório, acusado de envolvimento em vários assassinatos em Fortaleza, praticados por um grupo de extermínio, foi morto, a tiros, na tarde da última terça-feira (9), na Capital. Libório era condenado a 14 anos de prisão e estava em liberdade provisória com monitoramento da Justiça através de uma tornozeleira eletrônica. Policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investigam o caso.
O crime ocorreu no momento em que o ex-PM se encontrava em um bar localizado na Vila Manuel Sátiro. Neste mesmo local, três militares da Reserva Remunerada da PM foram mortos em agosto de 2018, enquanto almoçavam.
De acordo com as informações levantadas pela Polícia no local do crime, Libório foi atingido por vários tiros de pistolas disparados à custa distância por desconhecidos que chegaram ao local em um automóvel modelo Argos, branco. Os assassinos seriam da cidade de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
No momento do crime, o ex-PM estaria na companhia de um pistoleiro conhecido como Sílvio “Pé de Pato”, que também é acusado na Justiça de ter sido um dos integrantes do grupo de extermínio desarticulado pela Polícia Federal, em Fortaleza, através da “Operação Canal Vermelho”, desencandeada em duas fases, entre setembro de 2010 e outubro de 2011.
Condenado com o iraniano - Charles Libório, que era sargento destacado no Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), foi expulso da Corporação após ser condenado a 14 anos de prisão pelo assassinato do empresário Francisco Francélio Holanda Neto. O crime ocorreu na noite de 8 de julho de 2010, na Aldeota.
Francélio entrou na lista das vítimas dos crimes de morte praticados pelo grupo de extermínio que tinha no seu comando o iraniano Farhad Marvini, o “Tony”, um contrabandista de alto poder financeiro e que tentava dominar o mercado de celulares e acessórios em Fortaleza, ordenando a morte de seus concorrentes. Francélio era dono da loja “American Celular”, e um dos concorrentes diretos de Marvizi.
Um ano após o crime, em 2011, o sargento Libório foi expulso da PM. Em 27 de maio de 2017, foi sentenciado a 14 anos de prisão pela Justiça local.
Mais crimes - De acordo com o MPCE, o grupo que agia sob ordens de Marvizi, e que tinha o ex-sargento da PM como um dos principais membros, também é acusado de matar o casal Carlos José Medeiros Magalhães e Maria Elizabeth Almeida Bezerra, em agosto de 2010, por estarem colaborando para investigações alfandegárias da Polícia Federal (PF) contra o estrangeiro. A Receita Federal investigava a ação do iraniano no mercado de Fortaleza. O casal era ex-funcionário do iraniano.
Além disso, os criminosos teriam sido também responsáveis pela morte de um italiano chamado Mário Procópio, novamente por desavenças nos negócios com o iraniano. O crime ocorreu em outubro de 2009. O corpo do italiano foi encontrado enterrado em uma cova rasa, em um sítio localizado na Estrada da Coluna, na Prainha, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). A morte foi ordenada por Farhad Marvizi.
O sargento Libório era acusado também de, a mando do iraniano, ter tentado matar o fiscal da Receita Federal no Ceará, José Jesus Ferreira, então chefe da fiscalização aduaneira no Porto do Mucuripe. Jesus investigava o iraniano e aplicou-lhe uma multa milionária, além de determinar o confisco de um contêiner abarrotado de artigos eletrônicos e de celulares contrabandeado da Ásia e apreendido no Porto do Mucuripe.
Farhad Marvizi cumpre pena no presídio federal de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Foi condenado a duas penas, de 20 anos e 11 anos de prisão, pela tentativa de homicídio contra o auditor fiscal e pelo crime de descaminho.
Em liberdade, Libório estaria trabalhando na venda de veículos, segundo apurou a Polícia.
Vítimas de violência doméstica poderão fazer denúncia em farmácias
CNJ e AMB lançam amanhã campanha de incentivo a essa prática.
Uma campanha promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) pretende incentivar as vítimas de violência doméstica a denunciarem agressões nas farmácias.
Pela campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica, que será lançada amanhã (10), basta mostrar um X vermelho na palma da mão para que o atendente ou o farmacêutico entenda tratar-se de uma denúncia e em seguida acione a polícia e encaminhe o acolhimento da vítima.
A ação é voltada para as mulheres que têm dificuldade para prestar queixa de abusos, seja por vergonha ou por medo. “A vítima, muitas vezes, não consegue denunciar as agressões porque está sob constante vigilância. Por isso, é preciso agir com urgência”, disse a presidente da AMB, Renata Gil, de acordo com o material da campanha.
A ação é voltada para as mulheres que têm dificuldade para prestar queixa de abusos, seja por vergonha ou por medo. “A vítima, muitas vezes, não consegue denunciar as agressões porque está sob constante vigilância. Por isso, é preciso agir com urgência”, disse a presidente da AMB, Renata Gil, de acordo com o material da campanha.
Cerca de 10 mil farmácias de todo o país, filiadas a duas associações do setor, são parceiras na iniciativa. Segundo o material da campanha, atendentes e farmacêuticos seguirão protocolos preestabelecidos para lidar com a situação e não necessariamente serão chamados a testemunhar nos casos.
Entre março e abril deste ano, já em meio à pandemia do novo coronavírus, os casos de feminicídio cresceram 22,2% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com um levantamento feito em 12 estados e divulgado na semana passada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
No mesmo levantamento, o FBSP apontou queda na abertura de boletins de ocorrência ligados à violência doméstica. Para a entidade, os dados do levantamento demonstram que, ao mesmo tempo em que estão mais vulneráveis durante a crise sanitária, as mulheres têm tido mais dificuldade para formalizar queixa contra os agressores.
(Agência Brasil)
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