Em Fortaleza, 140 pessoas foram mortas nos 30 dias de abril
O governo do Estado apresentou nesta quarta-feira (10), os dados estatísticos das taxas de homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte registradas no Ceará, em abril. No total, 377 pessoas foram mortas. Na comparação com abril de 2016, foi registrada uma elevação da ordem de 37,6 por cento (foram 274 casos no ano passado). Os números confirmam o balanço divulgado, com exclusividade, em matéria publicada no último dia 4 pelo blogdofernandoribeiro.com.br.
Entre as quatro regiões do Estado divididas pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a Capital teve o maior registro de homicídios. Foram 140 pessoas assassinadas no mês passado. Um aumento da ordem de 86,7 por cento em comparação a abril de 2016, quando foram mortas 75 pessoas.
Outros números de abril, por região, foram os seguintes: Região Metropolitana de Fortaleza 78 casos (contra 67 em 2016), Interior Norte, 70 casos (52 em 2016), e Interior Sul com 89 (com 80 no ano passado). Outros 23 assassinatos ocorridos em abril ficaram de fora das estatísticas oficiais, sendo 21 deles decorrentes de intervenção policial (pessoas que morreram em troca de tiros com a Polícia) e dois de detentos mortos dentro do Sistema Penitenciário do Estado. Caso esses 23 assassinatos foram contabilizados, os números de Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLIs) no Ceará, em abril último, chegariam a 400.
Avaliação
Em entrevista logo após a divulgação dos índices negativos para a Segurança Pública, o governador do Estado, Camilo Santana (PT), disse que, “nós temos o pior índice do meu governo e eu estou aqui dizendo que estamos enfrentando um problema. Estamos trabalhando, procurando identificar quais são essas dificuldades para que possamos entregar o Ceará de uma forma mais tranqüila para o povo”, desabafou.
No dia anterior, Camilo divulgou em sua página no facebook a instalação de um novo quartel do Batalhão Raio, na cidade de Canindé (a 97Km de Fortaleza), a convocação de mais 1.400 candidatos aprovados no concurso da Polícia Militar, além de inclusão dos policiais civis e peritos no plano “Média do Nordeste”, que vai assegurar um reajuste de salários até dezembro de 2018.
Na semana passada, o governador afirmou que, até o fim do seu mandato, pretende instalar o modelo de policiamento do BPRaio em todas as cidades com população igual ou superior a 50 mil habitantes.////////////http://blogdofernandoribeiro.com.br/
Ministério Público avalia que depoimento não ajudou Lula e o ex-presidente pode ser condenado por tríplex
A equipe de procuradores da operação Lava Jato não tem dúvidas de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser condenado por recebimento de propina no caso do apartamento tríplex e considera que o depoimento de quarta-feira, comemorado pelos advogados como uma vitória do ex-presidente, ajudou a acusação, disse à Reuters uma fonte próxima ao assunto.
Um dos principais pontos que os procuradores acreditam ter ajudado a acusação é o fato de que Lula confirmou a conversa com ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, que teria ocorrido em um hangar de uma companhia aérea no aeroporto de Congonhas.
Em sua delação premiada, Duque diz que Lula perguntou a ele se tinha contas no exterior e o havia orientado a não ter nada em nome dele.
"Nos pegou de surpresa que ele confirmasse. Não faz sentido um presidente que alegava não saber de nada o que acontecia na Petrobras ter chamado um diretor para perguntar disso", explicou a fonte.
No depoimento a Moro, o ex-presidente confirma que encontrou Duque no aeroporto em São Paulo e o questionou, mas porque havia reportagens falando em contas no exterior.
"A pergunta que eu fiz para o Duque foi simples: 'Tem matéria nos jornais, tem denúncias de que você tem dinheiro no exterior, está pegando da Petrobras'. Eu falei: 'Você tem conta no exterior?' Ele falou: 'Não tenho'. Eu falei: Acabou'. Se não tem, não mentiu para mim. Mentiu para ele mesmo", disse Lula no depoimento.
Os procuradores também estranharam o fato de Lula simplesmente atribuir fatos a sua esposa, Marisa Letícia, morta no início deste ano, ou dizer que desconhecia o que lhe era perguntado, mesmo quando se tratava de documentos que foram encontrados em sua casa durante uma das fases da operação Lava Jato, em 2016 --quando o ex-presidente também foi levado a depor coercitivamente.
"Normalmente as pessoas vêm e dão uma versão, mesmo que fantasiosa sobre os fatos. Ele nem mesmo isso fez, não tentou construir uma versão para os documentos, nada. O que ele fez lá não faz o menor sentido.", disse a fonte.
Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do apartamento tríplex no Guarujá (SP). Os procuradores o acusam de ter recebido o imóvel como propina da construtora OAS.
Segundo a acusação, Lula e Marisa Letícia nunca assinaram a desistência do direito ao imóvel que tinham pela cooperativa dos bancários, Bancoop, quando a obra foi assumida pela OAS, e nem pagaram a diferença que os demais condôminos que optaram por continuar tiveram que pagar. Ainda assim, mantiveram a opção de compra de um apartamento ainda maior do que previsto originalmente, o hoje famoso tríplex.
A defesa de Lula alega que Marisa --a proprietária original-- desistiu sim do apartamento porque Lula não quis ficar e que todos os documentos relativos ao imóvel comprovam que ele sempre pertenceu à OAS.
Lula disse ao juiz Sergio Moro, no depoimento, que as negociações relativas ao apartamento foram feitas por Marisa, que era a proprietária das cotas da Bancoop, e ele mesmo só foi ao apartamento uma vez e não sabia das negociações.
"Isso foi um processo que se desenrolou por quatro, cinco anos. Dona Marisa escondeu isso tudo dele durante todo esse tempo?", questionou a fonte.
Lula é alvo de cinco ações penais, três delas pela operação Lava Jato. A relativa ao apartamento no Guarujá é a que está em fase mais adiantada e a sentença pode sair até o meio do ano.
Nesta quarta-feira se encerrou o prazo para a Procuradoria apresentar pedidos de diligências complementares. Esta tarde, o MPF pediu para acrescentar ao processo o depoimento de uma testemunha, Érica Monteiro Malzone, ex-funcionária da OAS empreendimentos, que havia prestado esclarecimentos em abril.
Em seu depoimento, Érica fala do projeto de reforma para uma cobertura no edifício Solaris da qual tratou e de que há indícios de que seria a destinada ao ex-presidente. Érica disse nunca ter sabido o nome da pessoa para quem o projeto estava sendo feito, só que era um cliente especial.
De acordo com a fonte ouvida pela Reuters, entre 50 e 60 dias o processo deve estar pronto para ir à sentença de Sérgio Moro, e o MP irá pedir sua condenação.
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