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segunda-feira, 21 de março de 2016

Serra e Temer negociam pacto para um novo governo


serraO senador José Serra (PSDB-SP) afirmou que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) deve assumir compromissos com a oposição e com o País caso a presidente Dilma Rousseff seja afastada da Presidência. O tucano afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que o vice tem de se comprometer a não concorrer à reeleição, não interferir nas disputas municipais deste ano, não promover uma caça às bruxas e montar um Ministério “surpreendente”.
Serra tem conversado com empresários, nomes do mercado e do Judiciário e com políticos sobre a possibilidade de Temer assumir, caso Dilma seja afastada pelo Congresso. Entre esses interlocutores estão os ex-ministros Nelson Jobim e Armínio Fraga, o deputado Roberto Freire (PPS-SP) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Apesar de sempre ser apontado como provável ministro de Temer, ele diz que o PSDB deve esperar para discutir cargos. No entanto o senador, economista de formação, está ajudando Temer nos primeiros diálogos sobre o chamado Plano de Reconstrução Nacional, e aponta as áreas da infraestrutura e de exportações como vitais para o sucesso da empreitada. Na avaliação de Serra, “o novo governo não deve realizar nenhum tipo de retaliação a nenhuma força política”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo

Ciro Gomes: ‘Foi um erro nomear Lula’


foto ciro gomesEm entrevista ao jornal O Dia, o ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes criticou a nomeação do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil, por avaliar que coloca a autoridade da presidente Dilma Rousseff em xeque. Confira os principais trechos:

O DIA: A nomeação do ex-presidente Lula vai ajudar a presidente Dilma a se safar do impeachment?

Ciro: Esse é o maior erro da história da República, desde que eu milito na luta política há 30 anos. O Lula não é réu de coisa nenhuma e o fato de ele ser ministro não impede, não inibe a franquia que a Justiça tem de investigar. Isto dito, repito: esta é a pior ideia que eu já vi na minha existência na vida pública.

O DIA: Por que?

Ciro: Porque ainda que não seja, parecerá um constrangimento absolutamente gravoso ao Supremo Tribunal Federal. Ainda que não seja, parecerá que o Lula estava querendo fugir de um juiz ‘severo’ (entre aspas, frisa Ciro) para presumindo impunidade se abrigar na jurisdição do Supremo. Tudo isso foi agravado pelas gravações divulgadas. E o Supremo tem se comportado muito bem, salvo um ou outro ministro. Não vamos esquecer que o Tribunal prendeu a cúpula do PT inteira.

O DIA: Mas o Lula agora foi nomeado ministro.

Ciro: Ele vem para fazer o que no governo? Dizer que a presidente não tem autoridade? Ele vinha fazendo isso há muito tempo. Eu já tinha censurado isso publicamente muitas vezes. Agora, ele vem para o governo como interventor? O que restou da autoridade da presidente da República?

O DIA: Na sua avaliação o processo de impeachment vai andar mais rápido agora com o Lula na Casa Civil?

Ciro: Antes não havia consenso contra ou a favor do impeachment. Esse consenso ainda não existe, mas agora deu muitos passos acelerados para o consenso. O que eu tenho a ver com os problemas do Lula? O que eu tenho a ver se o Lula resolveu virar ‘nouveau riche’ e se dá às franquias da burguesia num sítio e num tríplex? O que eu tenho a ver com isso? Ele tem o direito de ser respeitado como inocente. O juiz errou quando fez condução coercitiva dele para depor. Esse vazamento todo das gravações é uma violência fascista, todo fora do Direito. Mas o que eu, Ciro Gomes, tenho a ver com a vocação do Lula para virar Deus? Não tenho nada a ver com isso. A nomeação do Lula agravou o problema dramaticamente. Nós estamos na iminência de uma cleptocracia (estado governado por ladrões) se instalar no Brasil.

O DIA: O senhor está no PDT um partido que, em sua maioria, é contra o impeachment da presidente Dilma

Ciro: Acho que o impeachment é um golpe e ele agora ganhou muito mais qualidade protocolar, formal, fica muito mais fácil esconder que ele é um golpe de um grupo de cleptocratas, um sindicato dos ladrões.

O DIA: Quem é desse sindicato de ladrões?

Ciro: O sindicato de ladrões agora é uma coalizão PMDB/PSDB, acertada em jantares em Brasília. Com detalhes de como vão repartir o governo, como o Michel Temer tem que assumir anunciando que não é candidato à reeleição. Como vão desarmar a bomba da Lava Jato, porque começou a sair do controle. Porque os políticos começaram a ver que pode sobrar para o lado deles. Isso é o que tá apalavrado, num jantar em Brasília, pelos cleptocratas do Brasil.

O DIA: O senhor será candidato à presidência em 2018?

Ciro: Não sei se eu vou ser candidato. Mas não me interessa servir um país que, para você ser presidente, tem que fazer o que o Lula fez: vender a alma, beijar a cruz, se cercar de bandidos. Não quero. Se for para ser candidato, vai ser com um conjunto de princípios. Neste momento, ainda estou gravemente aborrecido com o que eu estou assistindo acontecer. Ainda estou convencido que o impeachment é uma tragédia contra a democracia brasileira. A corrupção tem que ser intransigentemente combatida. Quem quer que seja, tem que dar satisfações à lei e à Justiça. Quero que se exploda quem meteu a mão na cumbuca. Agora, é o Michel Temer que vai moralizar o país? É o Eduardo Cunha que vai moralizar o país? O PMDB tem sete ministros no governo da Dilma. A melhor coisa que a gente tem é ter eleito o Picciani (Leonardo Picciani, líder do PMDB)? Eu não tô nessa turma. Eu sou obrigado a ficar desse lado, mas não me confundo. Não dá para ficar nessa turma. Não vou para uma reunião que planeja uma ação contra o impeachment com esse tipo de gente. Não tem a menor chance.
Via Blog do Eliomar

Governo Dilma pode adotar linha dura para barrar Lava-Jato


aragao_0O Governo Dilma estaria agindo em várias frentes para barrar as ações da Operação Lava-Jato e do Juiz Sérgio Moro. As manifestações de sexta-feira, apesar de bem menores que a promovida pelos opositores, deu novo fôlego ao governo, que aposta na militância nas ruas para reverter a escalada de impopularidade e quer retomar a guerra contra Eduardo Cunha.
O articulador do processo seria o novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão, que já demonstrou intenção de ampliar o controle disciplinar da Polícia Federal (PF) para impedir vazamentos e estuda até mesmo interpelar Moro formalmente.
Ele afirmou que vai afastar policiais envolvidos em divulgação de informações sigilosas e disse que está de olho em investigadores que cometem crime de vazamento e não pensa em interferir no conteúdo das investigações.
As medidas contra Moro, seriam referentes a divulgação da escuta que flagrou Lula e a presidente Dilma Rousseff em confidências embaraçosas. Ele entende que o diálogo envolvendo a presidente que tem foro no Supremo Tribunal Federal (STF), não poderia ter sido divulgado por um juiz de primeira instância.
Ele ameaça trocar a equipe que estiver a frente de uma investigação, caso “cheire vazamento”. Disse que adotará essa conduta se houver fundada suspeita de vazamento.
Ceará Agora

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