Em editorial publicado na edição desta quarta-feira, 30, o diário francês ‘Le Monde’ criticou a retórica usada pelo governo de Dilma Rousseff para desqualificar a articulação política que tenta aprovar o impeachment da presidente. “Revolta das classes médias, recessão econômica e volta da inflação, partidos gangrenados pela corrupção e uma presidente ameaçada de destituição. Após um início de século brilhante, o Brasil atravessa uma crise sem precedentes, que o conduziu, há não muito tempo atrás, a um golpe de Estado. Esses tempos, no entanto, fazem parte do passado, e esta não é mais uma época de ditaduras militares apoiadas pela CIA”, afirma o editorial, intitulado “Isto não é um golpe de Estado”.
A publicação afirma que a destituição do presidente é prevista pela Constituição brasileira e cita, como exemplo, a deposição de Fernando Collor de Mello no início dos anos 1990. Ela também lembra que o putsch (golpe) de 1964 se traduziu na suspensão dos direitos civis e das liberdades, na prisão e tortura de opositores, na censura da imprensa e em execuções sumárias. “Dilma Rousseff e o antigo sindicalista Lula sabem disso, uma vez que foram vítimas. Esperava-se deles uma escolha melhor de palavras.”
Para o Le Monde, a retórica utilizada tem por objetivo desqualificar os manifestantes e a oposição, além de revelar governantes “acossados”. O editorial diz, no entanto, que as instituições brasileiras não estão em perigo desta vez, mas que “a corrupção é um veneno mortal que deve ser combatida”.
Para a publicação, o impeachment certamente não é a melhor solução, apenas a menos trabalhosa. “Uma eleição presidencial antecipada teria a vantagem de dar voz aos brasileiros”, afirma o diário. “Ela permitiria a cada um, inclusive ao PT, de fazer valer seus argumentos. E ao Brasil de lidar com as crises econômicas e de confiança, algo que também atinge outros países. Independente do que aconteça, (que seja) em respeito à Constituição.”
Irmão de Marcola, líder do PCC, diz que era comerciante em Fortaleza
Alejandro Herbas Camacho Júnior, 44, estava em casa, na última terça-feira, 29, em um bairro de Fortaleza que a polícia não revela o nome, quando foi surpreendido pela chegada dos federais. A prisão do traficante de drogas e armas, irmão do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Camacho, o Marcola, aconteceu por força de uma preventiva determinada pelo juiz da 2ª Vara Federal de Araçatuba (SP). A polícia cearense estava auxiliando a Operação Quinta Roda, deflagrada em São Paulo (Araçatuba e Guarulhos), Paraná, Mato Grosso do Sul e no Ceará.
Após ser preso, como noticiado com exclusividade pelo O POVO nesta quarta-feira, Alejandro foi levado para uma audiência de custódia na 11ª Vara Federal do Ceará. Lá, três advogados que acompanhavam o traficante pediram o relaxamento da preventiva. Eles alegaram que Alejandro, desde que saiu de uma prisão em São Paulo, há dez dias, havia se mudado para morar com uma família em Fortaleza. Portanto, possuía endereço fixo e trabalhava como comerciante. O ramo do negócio, porém, não foi informado.
O pedido de relaxamento da prisão preventiva de Alejandro Camacho sequer teria sido considerado pelo juiz Danilo Fontenele, já que a ação pertence à 2ª Vara Federal de Araçatuba.
Segundo O POVO apurou, não houve resistência ou tentativa de fuga do integrante do PCC. Além da ordem para prender Alejandro Camacho, a Polícia Federal apreendeu três veículos — entre eles uma Hilux —, telefones celulares, dois aparelhos de telefonia via rádio e outros objetos que serão periciados dentro da Operação Quinta Roda. Mais 28 pessoas foram presas nos
outros estados.
PCC no Ceará
A captura de Alejandro, apesar da PF manter sigilo sobre as investigações, reforça a condição do Ceará como estado importante para os negócios criminosos do PCC. Na operação de ontem, a Polícia apreendeu mais de 27 toneladas entre maconha e cocaína nos outros três estados. Um dos destinos da droga seria Fortaleza.
Demitri Túlio - O POVO
Ministros do PMDB querem pedir licença para ficar no Governo. O partido não aceita
Os seis ministros do PMDB querem se licenciar do partido para continuar no Governo. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu divulgou na sua conta no Twitter que esse seria o mote de um acordo conversado na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros, na noite de terça-feira, horas depois de o Partido anunciar oficialmente que desembarcaria do governo.
Ocorre que interlocutores do vice-presidente da República, Michel Temer, já avisaram que a proposta não será aceita e que os dissidentes poderão responder processo de expulsão junto ao Conselho de Ética do partido. Além de Kátia Abreu, compõem o ministério da presidente Dilma, Marcelo Castro (Saúde), Helder Barbalho (Portos), Eduardo Braga (Minas e Energia), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Mauro Lopes (Aviação Civil). Henrique Eduardo Alves, que ocupava a pasta de Turismo entregou sua carta de demissão na quarta-feira.
Ceará Agora
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