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quinta-feira, 24 de março de 2016

Executivo da Odebrecht cita doação eleitoral a Aécio Neves


AécioO presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Junior, afirmou à força tarefa da Operação Lava Jato que trocou mensagens em novembro de 2014 com o presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, sobre doação eleitoral ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), que havia sido derrotado no mês anterior na disputa eleitoral pela presidência da República.
No depoimento à Polícia Federal em 24 de fevereiro, revelado pelo jornal "O Estado de S. Paulo" na segunda-feira (22), Barbosa disse que na mesma oportunidade comentou sobre preocupação de Aécio em relação a possível investigação contra o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral Filho (PMDB-RJ).
No fim de seu interrogatório em fevereiro, Barbosa disse à delegada Renata da Silva Rodrigues que gostaria de esclarecer o teor de mensagens trocadas com Marcelo e que foram citadas pela PF em representação datada de 5 de fevereiro. No texto da petição, a PF colocou tarjas pretas em palavras que pudessem indicar políticos com foro privilegiado.
Na mensagem interceptada pela PF e reproduzida na representação, Marcelo escreveu a Barbosa: "Vc [você] acabou não falando depois. [tarja preta] está preocupado com SCF e outros no tema MF".
Barbosa então respondeu: "Ok, preciso resolver R$ 100 mil [tarja preta]. Vou aproveitar esse momento PT/PSDB".
Para a PF, essa troca de mensagens confirma "a noção de que Benedicto é funcionário acionado por Marcelo para a tratativa de assuntos escusos, certamente não se limitando a obter recursos para financiamento oficial de campanhas eleitorais".
Porém, em seu depoimento de fevereiro, Barbosa afirmou que em tais mensagens tratou "de doação eleitoral relacionada a Aécio e Piciani e não há nada de criminoso a respeito da tal doação".
Nas eleições de 2014, Jorge Picciani (PMDB-RJ) foi eleito deputado estadual e ocupa o cargo de presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, e seu filho, Leonardo Picciani, foi eleito deputado federal e é líder do PMDB na Câmara.
Porém, no texto do depoimento não há explicação sobre qual deles recebeu a doação eleitoral.
Na oitiva, Barbosa ainda indicou que na troca de mensagens mencionou preocupação de Aécio
sobre investigações ligadas a Márcio Faria, ex-executivo da Odebrecht preso na Lava Jato.
OUTRO LADO
Em nota, a assessoria de Aécio Neves informou que "o depoimento mencionado pelo jornal apenas confirma as informações prestadas à Justiça Eleitoral. É de conhecimento público que a empresa Odebrecht, assim como diversas outras, fez doações à campanha do PSDB, inclusive, como prevê a lei, depois das eleições, para cobrir débitos existentes".
"Com relação aos diálogos, o senador não é parte de nenhum deles não tendo, portanto, nada o que acrescentar", completa a nota.
A assessoria de Jorge e Leonardo Picciani relatou que "não constam recursos da Odebrecht para nenhuma das campanhas da família Picciani, nem de forma direta nem indireta".
De acordo com a assessoria, "a única explicação que pode haver para que o nome de Picciani ter sido citado neste contexto é o fato de ele, como é sabido, ter coordenado, no Rio, a campanha presidencial de Aécio Neves em 2014, tanto no primeiro quanto no segundo turno".
"A atuação de Picciani, entretanto, era apenas política. Ele nunca tratou de questões relativas ao financiamento da campanha de Aécio, cujas despesas eram de responsabilidade exclusiva do comitê financeiro do candidato", segundo a assessoria dos políticos cariocas.
Nota de Benedicto Barbosa Junior e da Odebrecht aponta que "Benedicto Junior prestou todos os esclarecimentos em sua oitiva, buscando apenas esclarecer o que considera equívocos em relação à análise feita pela Polícia Federal de suas conversas com Marcelo Odebrecht. No mesmo depoimento, Benedicto Junior detalhou claramente como se dá o processo de definição das doações eleitorais no grupo Odebrecht".

Veja parte da lista dos apelidos dos políticos na lista da Odebrecht


Documentos apreendidos pela Polícia Federal listam possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 18 partidos políticos. Dentre os citados, há alguns que receberam apelidos de quem manobrava essa "lista de contabilidade".
Nem todos os políticos receberam apelidos. Os políticos mineiros que estão na lista, por exemplo, não ganharam codinomes. Mas, alguns figuras importantes não foram "perdoadas". O ex-presidente e senador José Sarney, por exemplo, é o Escritor, por fazer parte da Academia Brasileira de Letras.
Outros nomes bem conhecidos são de Sergio Cabral (PMDB-RJ), o Proximus, e também Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o Carangueijo. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB-RJ), também tem um apelido: Nervosinho. O senador Lindberg Faria (PT-RJ) chamado de Lindinho.
Manuela D'Avila, deputada federal do PCdoB-RS, também aparece na lista com o apelido de Avião.
Veja a lista de apelidos dados em planilhas da Odebrechet
Jaques Wagner: Passivo
Manuela D'Avila (PCdoB-RS) - Avião
Marcelo Nilo (PDT-BA) - Rio
Edvaldo Brito (PTB-BA) - Candomblé
Daniel Almeida (PCdoB-BA) - Comuna
Paulo Magalhães (PSC-BA) - Goleiro
Raul Jungmann (PPS-PE) - Bruto
Geraldo Júlio (PSB-PE) - Neto
Etore Labanca (PSB-PE) - Cacique
Fabio Branco (PMDB-RS) - Colorido
Mário Kertesz (PMDB-BA) - Roberval
Artur Maia (PMDB-BA) - Tuca
Jarbas Vasconcelos Filho (PMDB-PE) - Viagra
Renan Calheiros (PMDB-AL) - Atleta
José Sarney (PMDB-MA) - Escritor
Eduardo Paes (PMDB-RJ) - Nervosinho
Sergio Cabral (PMDB-RJ) - Proximus
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - Caranguejo
Jorge Picciani (PMDB-RJ) - Grego
Adão Villaverde (PT-RS) - Eva
Carlos Todeschini (PT-RS) - Alemão
Tarcísio Zimmermann (PT-RS) - Irmão
Jairo Jorge (PT-RS) - Nordeste
Nelson Pelegrino (PT-BA) - Pelé
Humberto Costa (PT-PE) - Drácula
Pedro Eugênio (PT-PE) - Droeu
Paulo Garcia (PT-GO) - Pastor
Lindberg Farias (PT-RJ) - Lindinho.
A internauta Claudia Santana, comentou o seguinte; "Agora que o tiro saiu pela culatra, o famigerado Moro, decreta sigilo em futuras listas. Coisa que Moro não sabe ser: Um juiz digno de confiança, pois mostra claramente que não sabe julgar com imparcialidade nem respeito à Constituição. Engraçado como essa lista só tem oposição em espetacular presença. Aqueles que fomentam o golpe. E o Moro, estaria aceitado publicar qualquer lista se tivesse o nome do Lula ou da Dilma. É uma cretinice do Moro assumir a postura de JUIZ! Fora Moro e todos os juizes que comungam com a corrupção. Na imundície da corrupção, não é aceitável em nenhuma estância! Que sejam punidos, com perda de mandatos e suspensão das licitações públicas durante um período de 5 anos, de todas as empresas envolvidas em esquemas fraudulentos com os políticos".
Fonte: O TEMPO

Moro é alvo de 12 ações no CNJ que questionam sua atuação na Lava Jato


MoroO juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Paraná, é alvo de 12 representações que pedem que o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) investigue se ele cometeu infrações disciplinares no caso.
A maior parte das ações  - nove delas - foi motivada pela interceptação e divulgação de gravações do ex-presidente Lula pela Lava Jato que atingiram até mesmo a presidente Dilma Rousseff - outras três tratam de questões gerais da atuação do juiz.
Os pedidos de apuração foram apresentados por sindicatos, advogados de várias partes do país e um vereador ligado ao PT, entre outros.
O mais recente foi protocolado nesta terça-feira (22) por 14 senadores -três deles são investigados no STF (Supremo Tribunal Federal) por suposta participação na Lava Jato: Humberto Costa (PT-PE), Gleisi Hoffman (PT-PR) e Lindbergh Farias (PT-RJ).
Segundo os congressistas, o CNJ precisa avaliar a atuação de Moro: "A divulgação da mesma gravação ilegal está feita por determinação escrita do juiz Sergio Moro ao levantar o sigilo das interceptações tendo ciência não só de sua ilicitude, mas de que havia nelas diálogos de pessoa com prerrogativa de foro, sendo essa a presidenta da República".
A ação faz duras críticas ao juiz. "É preciso reconhecer que a partir de determinado momento a Operação Lava Jato passou a ser conduzida de forma midiática e espetacularizada. O juiz que a conduz mostra-se seduzido pela 'fama' e faz um diálogo com o segmento social insatisfeito com o governo federal não no sentido de esclarecê-lo e acalmar os ânimos, mas ao oposto", afirma os senadores.
"Seus atos tendem a incitar a população à subversão da ordem política e social. E o grave é que não encontra mais os limites das leis e da Constituição Federal como parâmetros", completou.
Pelas regras do CNJ, que é o órgão com poder para investigar atos de magistrados, a ministra corregedora Nancy Andrighi faz uma análise inicial de admissibilidade da representação. Caso entenda que são admissíveis, ela apresenta o caso ao plenário e propõe abertura de uma investigação que precisa ser votada. Se aprovada, é nomeado um relator entre os 15 integrantes do Conselho.
Esse processo disciplinar pode ser arquivado ou levar a diversas penalidades ao juiz -em último caso, a sua demissão.
A coluna Painel mostrou nesta terça (22) que a corregedora negou dois pedidos liminares contra Moro. Um queria o afastamento da função de juiz e outro, a proibição das divulgações de delações e escutas.
A ministra pediu que Moro se manifeste sobre os pedidos do Sindicato dos Advogados da Paraíba e de Antônio de Pádua Pereira Leite em 15 dias.
FOLHAPRESS

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