Web Radio Cultura Crato

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Quatro mulheres são assassinadas no Ceará em três dias

 


Fotp Reprodução 
Entre a última sexta-feira (18) e o domingo (20), quatro mulheres foram assassinadas no Ceará. Apesar da violência extrema, nenhum dos casos foi classificado como feminicídio, o que indica que, de acordo com as investigações iniciais, os crimes não teriam sido motivados por violência de gênero, contexto doméstico ou discriminação pelo fato de serem mulheres - elementos característicos do feminicídio segundo a legislação brasileira.

Na noite de sexta-feira, a jovem Nara Kessia, de 20 anos, foi morta a tiros enquanto andava de moto em Itapipoca. O namorado dela, que estava junto, foi baleado com três tiros, mas sobreviveu. Familiares acreditam que Nara tenha sido morta por engano. Já no sábado (19), Antônia Ione Rodrigues da Silva foi executada com tiros enquanto dormia, dentro de casa, no município de Saboeiro, no sertão cearense.

No domingo (20), três outras mortes foram registradas. Uma mulher foi morta a tiros durante a madrugada em Pacatuba, e outro caso semelhante aconteceu em Maracanaú.

Ainda no mesmo dia, na região de Curral Novo, entre Morada Nova e Ibicuitinga, uma mulher foi encontrada morta com sinais evidentes de violência. As investigações seguem em andamento, e as motivações ainda não foram esclarecidas.

Quase 200 mulheres assassinadas desde janeiro

Apesar de não configurarem feminicídio, os casos refletem a grave realidade da violência contra mulheres no Estado.

Entre janeiro e setembro de 2025, o Ceará contabilizou 2.239 homicídios, dos quais 190 foram mulheres, o que representa cerca de 9% do total. Do número de mulheres mortas, 35 casos foram classificados como feminicídios.

Com informações di Porral GC Mais.

Governador do Ceará critica 'leis frouxas' que permitem soltura de criminosos

Fotp Reprodução 
O governador do Ceará, Elmano de Freitas, afirmou que as polícias estaduais têm intensificado a prisão de integrantes de facções criminosas, mas criticou a legislação penal brasileira, que, em sua avaliação, permite que detidos sejam liberados posteriormente.

Elmano destacou o trabalho de combate ao crime organizado realizado pelo Raio em todo o estado, mas apontou que eles não permanecem presos. “Nós estamos prendendo 90% a mais o número de pessoas de facções e estamos assistindo ainda à situação de alguns deles serem soltos”, afirmou.

O governador defendeu uma alteração na lei penal por parte do Congresso Nacional. “Esperar que o Congresso Brasileiro possa alterar a Lei Penal Brasileira para que a gente não continue a ter uma situação de estar prendendo mais faccionados, mais gente do crime organizado e, às vezes, eles sendo soltos”, disse.

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, vai enviar nesta quarta-feira (22) ao governo, por meio da Casa Civil, um projeto de lei que endurece as penas para organizações criminosas.

Aumento da violência no Ceará

Segundo Elmano de Freitas, sete facções disputam o domínio por territórios onde eles podem monopolizar o tráfico de drogas e serviços como acesso à internet. Os sete grupos criminosos são responsáveis por 90% dos assassinatos no estado, ainda de acordo com Elmano.

A guerra entre os bandos tornou o Ceará o estado com a maior taxa de homicídios dolosos por 100 mil habitantes em 2024, conforme Mapa da Segurança Pública, elaborado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. O número absoluto de homicídios dolosos teve um aumento de 9,85% no Ceará: era 2.893 em 2023 e subiu para 3.178 em 2024.

Além dos assassinatos, os criminosos tentam monopolizar serviços ofertados à população. Em uma onda de ataques coordenados, ocorridos entre fevereiro e março deste ano, criminosos depredaram e incendiaram provedores de internet e deixaram cidades sem acesso. O Comando Vermelho foi a facção responsável. Ela fez pelo menos 19 ataques, como corte de cabos de internet, incêndio de veículos e tiros contra as sedes das empresas, nas cidades Fortaleza, Caucaia, Caridade e São Gonçalo do Amarante.

Com informações do G1 

Nenhum comentário:

Postar um comentário