A Polícia Federal (PF) protocolou, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), um pedido de prisão preventiva do padre Robson de Oliveira, ex-reitor do Santuário Divino Pai Eterno, que fica na cidade goiana de Trindade. A informação foi confirmada pelo próprio advogado do padre, Cleber Lopes.
A solicitação da PF à Corte Superior foi feita na quarta-feira (17), e o caso está sob análise do ministro Benedito Gonçalves, que ainda não emitiu um parecer sobre a questão. A motivação do pedido de prisão foi um áudio anexado ao processo que indicaria compra de sentença favorável ao religioso na Justiça de Goiás. O advogado do padre, porém, alega que o pedido não tem base jurídica.
– Encontraram diálogos que suspostamente foram aprendidos na Operação Vendilhões. Segundo eles, revela a corrupção no TJGO. Tem diálogo do advogado que fala com fulano, que sugere pagamento de vantagem no tribunal. Diálogo de advogado em processo cível, no caso da fazenda. Pegaram o diálogo e apontaram crime de corrupção – disse Cleber.
O padre foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) por organização criminosa, apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro doado por fiéis à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). Na ocasião das investigações, o órgão informou que o prejuízo para a associação chegaria a mais de R$ 100 milhões.
Porém, em maio deste ano, a investigação foi bloqueada por decisão do próprio STJ. Na ocasião, o desembargador Olindo Menezes considerou que as provas usadas pelo Ministério Público goiano contra o padre teriam sido compartilhadas de maneira ilegal de outra apuração.
Na noite de quinta-feira (18), o MP disse que recorreu da decisão e aguarda o julgamento do recurso pelo STJ.
A denúncia à Justiça é decorrente da Operação Vendilhões, que cumpriu mandados em agosto de 2020 para apurar os desvios. Segundo as investigações, o dinheiro teria sido usado para comprar bens como fazendas, casa na praia e até um avião. O padre, que sempre negou qualquer irregularidade, está afastado das atividades e proibido de se manifestar por decreto canônico.
(Pleno News)
Após prisão da "Majestade do crime", polícia mapeia facção e prende 161 suspeitos no Ceará
Após prisão de Valeska Pereira Monteiro, conhecida como “Majestade”, a Polícia Civil do Ceará realiza nesta sexta-feira (19) uma operação de combate a uma organização criminosa atuante no Ceará. São cumpridos mais de 800 mandados, sendo 358 de prisão e 455 de apreensão. Até a última atualização desta reportagem, 161 pessoas haviam sido presas.
Um dos suspeitos resistiu à prisão, trocou tiros com policiais e foi baleado no braço. Ele recebe atendimento no Hospital Instituto Doutor José Frota, em Fortaleza.
"Majestade" foi presa em agosto quando estava de férias em Gramado, no Rio Grande do Sul. A partir dela, a polícia obteve informações e mapeou outros integrantes do grupo criminoso.
Ação em 50 cidades
"A investigação foi iniciada através da captura de um alvo de uma liderança de outro estado e a investigação evoluiu. A Draco identificou quem eram as pessoas que exerciam comando dentro desta organização. Nós temos alvos em todo o estado Fortaleza, Região Metropolitana, Interior Norte e Interior Sul e em Pernambuco. Também foram localizados lá", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Sérgio Pereira.
Conforme o secretário da Segurança do Ceará, Sandro Caron, as forças policiais chegam ao "segundo escalão" da facção com a operação realizada nesta sexta. “Estamos então prendendo todo o chamado segundo escalão, ou seja, são os gerentes, as pessoas que estavam a rua comandando diretamente as ações criminosas desses grupos", disse.
A ação batizada "Anullare" é realizada em Fortaleza e outras 50 cidades do Ceará, além de Pernambuco. Segundo a Polícia Civil do Ceará, a operação é a maior da história da instituição em combate a um único grupo criminoso.
Prisão durante as férias
A captura da jovem ocorreu em 26 de agosto, durante o cumprimento de um mandado de prisão contra ela. A jovem foi depois levada a Fortaleza (assista, acima, à chegada de Majestade a Fortaleza).
Majestade tem antecedentes criminais por roubo, associação criminosa, crime contra a fé pública e tráfico de drogas. Também é suspeita de fazer o controle financeiro e da distribuição de áreas do tráfico de drogas em Fortaleza e na Região Metropolitana.
Conforme as investigações da Polícia Civil, enquanto os membros e grupos criminosos disputavam territórios, o que resultava em homicídios, a mulher aproveitava as férias no sul do país.
O delegado-geral-adjunto da Polícia Civil do Ceará, Márcio Rodrigo Gutiérrez disse que Majestade era monitorada desde o final de 2020.
Majestade era considerada foragida desde abril, quando rompeu a tornozeleira eletrônica. Segundo ele, mesmo fora do Ceará Majestade mulher continuava comandando tráfico.
"Identificamos que ela continuava com o seu poder de organização, de deliberação e de decisão. E uma dessas decisões é exatamente essa de distribuição dos territórios para que integrantes do grupo pudessem estabelecer seus comércios de drogas", diz Gutierrez.
Em 2014, Majestade já havia sido presa por liderar uma quadrilha que roubava casas e estabelecimentos comerciais em Fortaleza.
Fonte: G1
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