Nas últimas horas, pelo menos cinco mísseis foram lançados contra o aeroporto da capital afegã, tendo sido interceptados por baterias antimísseis dos Estados Unidos (EUA). Até o momento, não houve registro de feridos, e a Casa Branca garantiu que não houve interrupções na evacuação do aeroporto, isso quando faltam menos de 48 horas para a retirada oficial das forças ocidentais do país, após 20 anos de guerra.
Os cinco mísseis interceptados pelos EUA tinham a capital do Afeganistão como alvo, sendo que ainda não se sabe ao certo quem ordenou o ataque. Nas derradeiras horas antes do prazo de 31 de agosto para a retirada dos Estados Unidos, esperam-se novos ataques, sobretudo no aeroporto de Cabul, onde milhares de pessoas se concentram na tentativa de abandonar o país.
Antes dos mísseis interceptados, um ataque de drone dos EUA atingiu um veículo na capital afegã nesse domingo, tendo deixado pelo menos nove mortos, incluindo crianças. De acordo com as autoridades norte-americanas, o ataque visou um carro onde seguiam explosivos e terroristas que planejavam atacar o aeroporto de Cabul em breve.
Nesta segunda-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se para debater a situação no Afeganistão. A reunião foi convocada pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, na sequência do ataque da última quinta-feira ao aeroporto de Cabul, onde foram registrados mais de 150 mortos, incluindo 13 militares norte-americanos. O atentado foi praticado pelo ramo afegão do Estado Islâmico, denominado ISIS-K.
O ataque com bomba suicida ocorreu em um dos portões de entrada do aeroporto da capital afegã, onde milhares têm se aglomerado nas últimas semanas, na tentativa de fugir do país, por medo dos talibãs. A ponte aérea dos EUA e aliados termina amanhã (31). Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, disse que as forças norte-americanas vão continuar a tentar garantir uma passagem segura para aqueles que desejem sair do Afeganistão após o prazo final.
Às primeiras horas de hoje, quase 100 países emitiram comunicado conjunto, em que asseguram que existem garantias dos talibãs de que os estrangeiros ou afegãos com autorização para viajar continuam a ter permissão para deixar o país.
“Recebemos garantias dos Talibã de que todos os cidadãos estrangeiros e qualquer cidadão afegão com autorização de viagem terão permissão para prosseguir de forma segura e ordeira, por meio dos pontos de partida para fora do país. Vamos continuar a emitir documentação para afegãos designados, e temos a expectativa clara e o compromisso dos talibãs de que esses possam viajar para os nossos países”, diz o comunicado divulgado pelo Departamento de Estado norte-americano.
Na reunião de hoje do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Nova Iorque, a França e o Reino Unido – membros permanentes - vão apresentar uma resolução que propõe a criação de uma zona segura em Cabul ,com o objetivo de proteger aqueles que tentarem abandonar o país depois de 31 de agosto.
Governo Bolsonaro ocultou do MPF compra de máscaras por metade do preço de modelo impróprio, diz Folha
O governo Jair Bolsonaro pagou R$ 3,59 por máscara do tipo PFF2, considerado um dos melhores modelos para proteção contra o coronavírus, e R$ 8,65 por unidade de uma máscara que acabou escanteada por ser imprópria a profissionais de saúde.
A diferença a mais do custo do segundo produto foi de 141%. A existência de um contrato para compra de 500 mil máscaras PFF2 diretamente da 3M do Brasil, a um custo de R$ 3,59 por peça, foi omitida em ofícios do Ministério da Saúde ao MPF (Ministério Público Federal) em Brasília. Assim, não foi possível saber que o governo Bolsonaro pagou por uma máscara imprópria mais do que o dobro do valor pago por uma máscara tida como adequada e eficiente.
As duas compras foram feitas com dispensa de licitação, no começo da pandemia da Covid, em 2020. A informação só foi fornecida após insistência do MPF.
A Procuradoria da República investiga irregularidades na aquisição de equipamentos de proteção impróprios, do tipo KN95, de fabricação chinesa. O então secretário-executivo do ministério, coronel do Exército Élcio Franco, e o então diretor do Departamento de Logística em Saúde, Roberto Ferreira Dias, foram cobrados por procuradores a entregar a relação de todos os contratos de compra de máscaras feitos pelo ministério durante a pandemia.
Dias assina esses contratos. Ele foi demitido do ministério após um atravessador de vacinas inexistentes denunciar uma cobrança de propina pelo diretor no valor de US$ 1 por dose. O caso foi revelado pela Folha.
Franco está abrigado em um cargo na Casa Civil da Presidência. O coronel e Dias são investigados pela CPI da Covid no Senado.
Em pelo menos três ocasiões, Dias escondeu a existência do contrato com a 3M, omitindo da tabela de contratos informada ao MPF qualquer menção à compra feita ainda no começo da pandemia.
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