A ação apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que a corte seja proibida de instaurar uma investigação sem aval da PGR (Procuradoria-Geral da República) foi classificada nos bastidores do tribunal como despropositada e sem chance de prosperar.
Em conversas reservadas, ministros afirmaram que a medida expõe a contradição do governo em relação ao tema, uma vez que a AGU (Advocacia-Geral da União) se posicionou a favor do inquérito das fake news quando o plenário do tribunal avalizou a apuração, em junho do ano passado.
A avaliação de integrantes da corte é que o próprio chefe do Executivo sabe que será derrotado, mas decidiu protocolar a ação para animar sua militância, que costuma fazer críticas e, às vezes, ataques infundados à atuação do Supremo.
Após a rejeição da Câmara à proposta que instituía o voto impresso, o presidente mudou de estratégia e passou a defender o impeachment dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso como forma de manter seus eleitores ativos na disputa que trava com o STF.
"Qualquer um é melhor do que essa coisa", diz Lula sobre Bolsonaro ao avaliar possível 2º turno em 2022
Ao comentar as eleições de 2022 durante coletiva de imprensa no Ceará neste sábado, 21, o ex-presidente Lula se referiu ao presidente Jair Bolsonaro como “pária mundial” e disse que, caso não seja candidato ou não chegue ao segundo turno do pleito, votaria em qualquer nome que fosse a uma eventual disputa direta com Bolsonaro. “Qualquer um é melhor do que essa coisa”, disparou Lula contra o atual presidente.
O petista ainda afirmou que o Brasil está “desmoralizado” a nível internacional, criticou as relações diplomáticas com as potências estrangeiras e afirmou que Bolsonaro é rejeitado pela maioria dos chefes de estado no mundo. “Estamos vivendo um cenário de desmoralização do Brasil a nível internacional. Faz três anos que o Brasil não recebe visitas de presidentes de outros países nem é convidado para visitar outros países. Somos tratados como pária na política internacional, porque ninguém acredita que esse cidadão possa ser civilizado”, disse Lula.
Ainda na coletiva, o ex-presidente atribuiu culpa a Bolsonaro pelo que classificou como “clima de ódio e desavença estabelecido na sociedade brasileira''. Para Lula, “mentir” é a principal estratégia política do atual presidente. “Nunca vi um presidente que acorda todo dia de manhã com o desejo de provocar e xingar alguém. Todo dia ele conta de quatro a cinco mentiras para que elas sejam reproduzidas na imprensa e assim esse cidadão segue ‘desgovernando’ o Brasil”, criticou o petista.
O ex-presidente defendeu que a próxima campanha eleitoral “precisa ser serena, alegre e de reconciliação do País”. Ele afirmou, no entanto, que ainda é muito cedo para comentar as eleições de 2022 e até cogitou a possibilidade de não entrar na disputa. “Se não for candidato, serei um cabo eleitoral para ajudar todas as pessoas que gosto a se elegerem. Somente com gente boa, vamos recuperar o País. Menos ódio, menos mentira, mais governo”, encerrou sua fala na coletiva.
Mais cedo, Lula havia feito uma visita ao Complexo Portuário do Pecém, ao lado do governador Camilo Santana e de lideranças cearenses do Partido dos Trabalhadores, como os deputados federais José Guimarães, Luizianne Lins e José Airton Cirilo, além do presidente estadual da sigla, Antônio Filho. A dirigente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, também integrou a comitiva.
O ex-presidente está no Ceará desde a tarde da sexta-feira, 20, e cumprirá agenda política no Estado até a próxima segunda-feira, 23. A visita faz parte da primeira viagem do petista ao Nordeste depois de deixar a prisão e obter de volta a elegibilidade, com a anulação das sentenças da Justiça Federal de Curitiba pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Antes de chegar a Fortaleza, Lula já havia passado por Pernambuco, Piauí e Maranhão. Os próximos destinos são Rio Grande do Norte, no dia 24, e Bahia, no dia dias 25 e 26, encerrando a agenda regional.
Fonte: O Povo
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