Três ações desenvolvidas simultaneamente pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) resultaram na apreensão de 22 quilos de drogas – entre maconha, crack e cocaína – em quatro bairros situados em Fortaleza. As diligências, que fazem parte de uma operação realizada pela Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD), culminaram ainda nas prisões de cinco pessoas por crimes relacionados ao tráfico de entorpecentes. Um dos capturados possuía mandado de prisão em aberto. Todos foram encaminhados para a sede da DCTD.
A operação foi efetuada na última quinta-feira (10), nos bairros Quintino Cunha, Jangurussu, Parangaba e Maraponga – Áreas Integradas de Segurança 1, 4 e 5 (AISs 1, 4, e 5). Em um dos casos, os policiais receberam informações sobre uma entrega de entorpecentes e, nas outras duas ações, denúncias foram feitas à Polícia sobre o comércio ilegal de drogas. Ao todo, os agentes de segurança apreenderam 15 quilos de maconha, pouco mais de seis quilos de cocaína, 140 gramas de crack e pouco mais de dois quilos de pó branco usado na mistura dos tóxicos, além de uma balança de precisão, celulares e objetos usados na embalagem e manuseio das substâncias. Três homens e duas mulheres foram presos em flagrante.
Desdobramento de cocaína
Um dos presos se trata de Jorge Gabriel Lopes Gomes (22), que possuía um mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas, além de responder a procedimentos policiais por porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas, entre outros. Ele foi abordado em sua casa, na Rua Godofredo Pimentel, bairro Quintino Cunha – após os policiais receberem denúncias sobre o tráfico de drogas no endereço.
As investigações sobre o suspeito indicaram que ele comercializava drogas e que tinha recebido cocaína pura para ser desdobrada. Ao chegarem ao imóvel, um duplex, e se identificarem, os policiais perceberam que uma mulher estava na janela e rapidamente correu para o interior do imóvel. Jorge também tentou empreender fuga, mas logo foi capturado e confessou que desdobrava a droga e indicou a localização do entorpecente – em um móvel no quarto. A mulher ainda tentou impedir a entrada dos policiais no compartimento, sem êxito. Além de seis quilos de cocaína, foram apreendidos uma balança de precisão, utensílios utilizados na mistura da droga e dois celulares. Posteriormente, a mulher conseguiu fugir. Jorge foi autuado em flagrante por tráfico de drogas.
Tráfico em casa
Em outra das três diligências, os policiais foram averiguar denúncias do envolvimento de Douglas Pereira (18) com o tráfico de drogas. Em sua casa, na Rua 26, bairro Jangurussu, os policiais observaram quando três mulheres chegaram ao local. Elas foram recebidas pelo suspeito e todos foram abordados. Nos bolsos dele, foram encontradas pequenas quantidades de maconha. Em seu guarda-roupa, os investigadores apreenderam maconha, crack, cocaína e um pó branco usado na mistura dos ilícitos. Douglas assumiu a propriedade do material bem como que seria vendido. Nada de ilícito foi encontrado com as mulheres. Mas, duas delas assumiram a intenção de comprar maconha no local.
Ao todo, foram aprendidas 300 gramas de maconha em dois pedaços, 435g de cocaína, 140g de crack, 2,8kg de pó branco e um celular. Douglas também foi autuado por tráfico de drogas.
Entrega de maconha
A outra ação policial flagrou o momento em que Marluce de Lima Siqueira (20) e Katia Cordeiro (21) entregavam um pacote para Valdemir Forte de Sousa Junior (21), que responde a quatro procedimentos policiais por roubo, dois por porte ilegal de arma de fogo e porte de uso restrito, entre outros. O local da entrega foi em um posto de combustível localizado no cruzamento da Avenida Silas Munguba com a Rua Germano Frank. Valdemir aguardava as mulheres em um carro Ford Fiesta de cor verde e placas HXX 7189.
Os inspetores receberam denúncia informando a entrega no endereço, então, foram averiguar. O trio foi interceptado dentro do veículo e, debaixo do banco do motorista, os policiais encontraram o pacote – que eram dois tijolos de maconha.
Valdemir ainda quis enganar os investigadores, apresentando carteira de identidade falsificada, com outro nome. As mulheres foram questionadas quanto à origem da droga e uma delas informou que os entorpecentes foram entregues por uma mulher identificada como Sara, residente na Rua Mimosa Coelho, bairro Maraponga.
Ao chegar ao endereço, os policiais perceberam as portas da casa estavam abertas, tendo recebido a informação de populares de que a mulher acabara de fugir. Outros dois tijolos de maconha foram encontrados no local, além de um alvará de soltura de um homem, expedido pela segunda vara de delitos de tráfico de drogas. Durante as buscas, um popular informou que o restante da droga estava numa casa desocupada, na mesma Rua. Lá, foram achadas várias outras peças de maconha, escondidas dentro de uma caixa de papelão.
Marluce confessou que recebeu R$ 50 para entregar o pacote a Valdemir. Para não ir só, ela chamou a amiga, Kátia. Ao todo, nesta ação, foram apreendidos 14,550kg de maconha prensada, o carro Ford Fiesta, dois celulares, duas facas, o RG falsificado e materiais usados na embalagem dos tóxicos. O trio foi autuado por tráfico e associação para o tráfico de entorpecentes. Valdemir também foi autuado por uso de documento falso.
Com informações do Ceará Agora
Subprocurador-geral Eugênio Aragão será o novo ministro da Justiça
A presidenta Dilma Rousseff decidiu substituir o atual ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva, que assumiu no início do mês. Em seu lugar, ela nomeou o subprocurador-geral da República Eugênio José Guilherme de Aragão.
Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que Wellington deveria pedir exoneração do cargo de promotor de Justiça do Ministério Público (MP) da Bahia, caso quisesse permanecer no cargo. A decisão foi tomada após questionamento feito à Corte sobre a impossibilidade de membros do Ministério Público assumirem cargos do Executivo.
A mudança foi informada há pouco pelo Palácio do Planalto, por meio de nota à imprensa. O comunicado informa que o próprio Wellington Silva apresentou pedido de demissão. Segundo o texto, Dilma o agradece pelo “seu compromisso e desprendimento”.
O novo ministro tem 56 anos e nasceu no Rio de Janeiro. Ele é doutor em direito pela Ruhr-Universität Bochum (na Alemanha) e professor da Universidade de Brasília (UnB) desde 1997.
Aragão poderá exercer cargo de ministro por ter ingressado no Ministério Público em 1987, antes da promulgação de Constituição em 1988, quando ficou proibido que procuradores e promotores do MP peçam licença para ocupar cargos em outros Poderes.
Antes de ser anunciado como o novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão atuava como vice-procurador eleitoral no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em uma das manifestações recentes sobre a Lava Jato, o novo ministro defendeu o uso de provas da operação em uma das ações nas quais o PSDB pede a cassação dos mandatos da presidenta Dilma Rousseff e do vice, Michel Temer. Para o procurador, não há irregularidade no compartilhamento dos dados das investigações. No entanto, Aragão sugeriu que, antes de pedir documentos específicos, o tribunal deve ouvir testemunhas.
Processo que envolve Lula vai para a esfera de Sérgio Moro
A juíza Maria Priscilla Veiga de Oliveira, da 4ª Vara Criminal de São Paulo, encaminhou à 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) o processo que apura se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cometeu crime de lavagem de dinheiro. Na semana passada, o Ministério Público de São Paulo ofereceu denúncia e pediu a prisão preventiva de Lula sob a acusação de que o ex-presidente é o proprietário oculto de um apartamento tríplex no Guarujá, litoral paulista.
Na decisão, Maria Priscilla justifica que os possíveis delitos relacionados ao imóvel estão sob apuração da Operação Lava Jato e devem ser investigados dentro do contexto do esquema nos inquéritos abertos na esfera federal. Com isso, o processo passará a integrar o conjunto sob responsabilidade do juiz federal Sérgio Moro.
“O pretendido nestes autos, no que tange às acusações de prática de delitos chamados de ‘lavagem de dinheiro’ é trazer para o âmbito estadual algo que já é objeto de apuração e processamento pelo Juízo Federal da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR e pelo MPF [Ministério Público Federal], pelo que é inegável a conexão, com interesse probatório entre ambas as demandas, havendo vínculo dos delitos por sua estreita relação”, diz a decisão. A magistrada também retirou o sigilo do processo.
A denúncia
Os promotores do Ministério Público de São Paulo (MP) Cássio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Moraes de Araújo disseram ter colhido duas dezenas de depoimentos que comprovariam que o apartamento era “destinado” ao ex-presidente e sua família. O MP acusa Lula de lavagem de dinheiro – na modalidade ocultação de patrimônio – e falsidade ideológica.
“Aproximadamente duas dezenas de pessoas nos relataram que, efetivamente, aquele tríplex do Guarujá era destinado ao ex-presidente Lula e sua família. Dentre essas pessoas figuravam funcionários do prédio, o zelador do prédio, a porteira do prédio, moradores do prédio, funcionário da OAS, ex-funcionário da OAS, e o proprietário da empresa que fez a reforma naquele imóvel e, pelos relatos, fez uma reunião para apresentar parte da reforma efetuada, com a presença da ex-primeira dama e de seu filho, além do senhor Léo Pinheiro”, disse o promotor Cassio Roberto Conserino ao apresentar a denúncia à imprensa.
Além de Lula, foram denunciados por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, sua esposa, Marisa Letícia, por participação em lavagem de dinheiro; e seu filho, Fábio Luiz Lula da Silva, por participação em lavagem de dinheiro.
Na ocasião, o Instituto Lula voltou a negar que o ex-presidente seja dono do apartamento tríplex, alvo das investigações, e diz que o procurador Cássio Conserino usa a investigação para fins políticos. “Cássio Conserino, que não é o promotor natural deste caso, possui documentos que provam que o ex-presidente Lula não é proprietário nem de tríplex no Guarujá, nem de sítio em Atibaia, e tampouco cometeu qualquer ilegalidade. Mesmo assim, solicita medida cautelar contra o ex-presidente em mais uma triste tentativa de usar seu cargo para fins políticos.
Agência Brasil
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