No oitavo mês do ano 14 pessoas foram assassinadas em oito municípios da região do Cariri representando 5% do total de 281 homicídios no mês de agosto em todo o Ceará. Foi o mês mais tranquilo do ano igualando-se a abril, com o mesmo número de assassinatos. Em nível de Cariri foi 0,45 pessoa morta por dia, enquanto a média cearense se situou na faixa de 9 a cada dia. No Ceará, a quantidade de assassinatos subiu de 261 em julho para 281 no mês passado.
Em nossa região foram seis a menos ao cair de 20 para 14 ou 30% de decréscimo na comparação entre os últimos dois meses no Cariri. Em agosto de 2024 tivemos 22 assassinatos e, neste, 14 ou oito a menos (-36,3%) no comparativo com o oitavo mês deste ano. Na comparação entre os primeiros oito meses de 2024 (186) e este ano (142) a diferença é de 44 homicídios ou 23,65% a menos. Em todo o Ceará foram 1.971 assassinatos este ano com uma participação de 7,2% do Cariri.
Dos 29 municípios caririenses em oito ocorreram homicídios em agosto e, dos 14 assassinatos do mês passado no Cariri, Juazeiro respondeu por cinco ou participação de 38% na matança regional. Os outros foram em Barbalha e Missão Velha (02 cada) e os demais em Altaneira, Barro, Campos Sales, Crato e Salitre. De um total de 47 homicídios nos primeiros oito meses do ano em Juazeiro, significa 33% em relação aos 142 no mesmo período no Cariri.
Eis abaixo o comportamento mês a mês:
JANEIRO – 269 homicídios no Ceará (25 no Cariri ou 9,3%)
FEVEREIRO – 206 homicídios no Ceará (15 no Cariri ou 7,28%)
MARÇO – 254 homicídios no Ceará (19 no Cariri ou 7,48%)
ABRIL – 202 homicídios no Ceará (14 no Cariri ou 6,93%)
MAIO – 267 homicídios no Ceará (18 no Cariri ou 6,74%)
JUNHO – 231 homicídios no Ceará (17 no Cariri ou 7,35%)
JULHO – 261 homicídios no Ceará (20 no Cariri ou 7,66%)
AGOSTO – 281 homicídios no Ceará (14 no Cariri ou 5%)
Polícia Civil prendeu três acusados de homicídios em Missão Velha, Crato e Juazeiro este último por homofobia

Três homens acusados de homicídios no Cariri foram presos nesta terça-feira (23) em Missão Velha, Crato e Aurora. Policiais Civis das Delegacias de Missão Velha, Crato e da 2ª Seccional de Interior Sul em Juazeiro cumpriram mandados de prisões preventivas expedidos pelas comarcas destas cidades. O primeiro a ser preso foi Albino Lutiene de Lucena Cabral, de 44 anos, residente no Sítio Riacho Seco em Missão Velha, por homicídio qualificado.
No último dia 30 de maio, ele matou por espancamentos Weberton José dos Santos, de 20 anos, no dia do aniversário da vítima, que residia no Sítio Olho D’água de Fora em Missão Velha. O crime aconteceu na CE-153 perto da capela do Sítio Riacho Seco e a vítima ainda foi socorrida por um amigo ao hospital local, mas não resistiu a gravidade dos ferimentos.
Quase no mesmo horário, oficiais investigadores da Delegacia de Crato prenderam Cícero Anderson Dias de Sena, de 18 anos, que já residiu no bairro Frei Damião em Juazeiro e foi localizado na Rua Carolé do Barro Branco em Crato. Ele foi um dos autores do assassinato a tiros de Gustavo Gomes da Silva, de 18 anos, que residia no Lameiro. O crime foi no último dia 1º de setembro na Rua José Hamilton Tertuliano (Bairro Barro Branco) em Crato e os autores fugiram numa moto.
Já em Aurora a polícia prendeu Michael Alves dos Santos, de 28 anos, o “Carioca”, que residiu na Rua Antonio Pinheiro Landim (Antonio Vieira) em Juazeiro. Ele foi localizado no Sítio Araújo em Aurora e é acusado de um crime motivado por homofobia em Juazeiro. No dia 30 de maio de 2021 matou a golpes de punhal David da Silva Santos, de 22 anos, que residia na Rua Moacir Gondim Lóssio no bairro Triângulo.
Após o crime, populares quase linchavam Carioca que foi socorrido ao hospital e ainda quebraram móveis na casa dele. Já no dia 26 de julho de 2023 ele foi condenado a 21 anos e dez meses de prisão pelo Tribunal do Júri em Juazeiro. De acordo com os autos, “Carioca” é apontado como um homem problemático e já tinha se envolvido em vários conflitos com pessoas da área onde morava.
Ele e sua mãe vieram parar em Juazeiro procedentes de Angra dos Reis (RJ), mas a genitora retornou após ver o filho se metendo em muitas confusões. Segundo testemunhas, “Carioca” tinha aversão a pessoas homoafetivas e o homicídio ganhou, também, contornos de homofobia. Naquela madrugada, ele bebia com uma pessoa em sua casa, enquanto a vítima fazia o mesmo com amigas no imóvel em frente ao do acusado.
Ainda segundo os autos, em determinado momento a bebida de “Carioca” acabou e ele foi lá pedir um pouco tendo sido o suficiente para iniciar uma discussão ante a negativa de David. O bate-boca foi recheado de ofensas homofóbicas e “Carioca” seguiu até sua casa, apanhou um punhal e voltou para matar David após ameaçar familiares da vítima e uma pessoa que tentou acalmar os ânimos.

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