Os moradores de Santana do Acaraú, no interior do Ceará, se surpreenderam com a coloração vermelha da água ao escavar a margem do Rio Acaraú. Francisco Araújo foi uma das primeiras pessoas a testemunhar o fenômeno e conta que assustou com a coloração “cor de sangue” da água.
“Não é uma mancha na água, é igual a uma cacimba; A gente cava, tira água e vem mais água na mesma cor. A diferença pra uma cacimba é que a água tem um vermelho forte, cor de sangue, lembra o sangue, né?”
Os próprios moradores colheram amostras da água, que foi analisada em um laboratório particular na cidade de Santana do Acaraú. Na análise, foram encontradas bactérias, mas ainda não se sabe se são responsáveis pela coloração.
O material foi guardado e será encaminhado para a Vigilância Sanitária de Fortaleza na terça-feira, 18, conforme representante do órgão em Acaraú.
Enquanto não há um estudo que comprove o que causou a água vermelha, os moradores do município especulam.
A água “cor de sangue” também virou um ponto de atração dos moradores, que desde o início da semana fazem escavações ver a água vermelha.
“Muita gente já veio aqui, pega carona com os amigos, junta uma turma, faz fotos do lado da água pra depois colocar na internet. Virou uma atração”, afirma Francisco Araújo.
Número de assassinatos de mulheres cresce 60% no Ceará
Representantes de movimentos feministas e sociais, organizações não governamentais e membros da sociedade civil e do poder público cravaram, ontem, na areia da Praia de Iracema 315 cruzes, em referência ao número de mulheres assassinadas no Ceará até o dia 8 de setembro deste ano.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), até o dia 12 de setembro de 2018, foram registrados 321 homicídios à mulheres no Estado. Um aumento de 60%, se comparado a 2017, quando no mesmo período, 197 mulheres foram assassinadas.
O dado questiona sobre o que fez crescer a violência, como evitar, punir os agressores, e proteger as mulheres da violência que avança. "A mulher que morre vítima de violência letal, muitas vezes já sofreu com violência de gênero (psicológica, patrimonial, física)", alerta a psicóloga Daniele Negreiros, que compreende a morte feminina como um "processo" entre a rua e o lar.
As manifestantes reivindicavam, sobretudo, a garantia do direito de continuar vivas. Outras faziam ouvir vozes silenciadas pela violência, como Maria Rosilene Brito. Uma das cruzes fincadas na areia representa a filha dela, Stefhany Brito , de 22 anos, assassinada em 1º de janeiro de 2018, pelo ex-namorado que não aceitava o término do relacionamento abusivo. "Minha maior motivação (a participar do ato) foi pedir justiça pela minha filha. E não só por ela, porque isso pode acontecer com qualquer uma", explica a mãe, que ainda não viu o culpado do seu luto preso.
Subnotificação
Entre os 321 homicídios a mulheres de 2018, apenas 15 foram registrados pela SSPDS dentro da categoria de feminicídio - crime que tem como principal característica o fato de a vítima ser mulher.
Para Daniele Negreiros, técnica do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, "a subnotificação vem desse cenário onde o ambiente doméstico é mais difícil de acessar". A especialista ainda sugere que o fortalecimento de coletivos feministas possam contribuir para o maior número de denúncias, uma vez que, em rede, as mulheres podem se sentir mais seguras"
Prevenção
A integrante do Fórum Cearense de Mulheres afirma que os movimentos sociais propõem medidas através da educação, e que uma das principais reivindicações é a criação do Plano Estadual de Políticas Públicas. Além disso, Beth Ferreira cobra o "Plano Emergencial de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres", prometido pelo Governo do Estado, mas que ainda não saiu do papel.
A SSPDS esclarece que a maioria dos registros de morte de mulheres está ligada ao tráfico de drogas, o latrocínio e disputa entre grupos criminosos. Em relação ao enfrentamento, a pasta informou que "para combater os crimes contra a vida, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) teve o número de delegacias ampliado de cinco para 11, em 2017". Com informações do Diário do Nordeste.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), até o dia 12 de setembro de 2018, foram registrados 321 homicídios à mulheres no Estado. Um aumento de 60%, se comparado a 2017, quando no mesmo período, 197 mulheres foram assassinadas.
O dado questiona sobre o que fez crescer a violência, como evitar, punir os agressores, e proteger as mulheres da violência que avança. "A mulher que morre vítima de violência letal, muitas vezes já sofreu com violência de gênero (psicológica, patrimonial, física)", alerta a psicóloga Daniele Negreiros, que compreende a morte feminina como um "processo" entre a rua e o lar.
As manifestantes reivindicavam, sobretudo, a garantia do direito de continuar vivas. Outras faziam ouvir vozes silenciadas pela violência, como Maria Rosilene Brito. Uma das cruzes fincadas na areia representa a filha dela, Stefhany Brito , de 22 anos, assassinada em 1º de janeiro de 2018, pelo ex-namorado que não aceitava o término do relacionamento abusivo. "Minha maior motivação (a participar do ato) foi pedir justiça pela minha filha. E não só por ela, porque isso pode acontecer com qualquer uma", explica a mãe, que ainda não viu o culpado do seu luto preso.
Subnotificação
Entre os 321 homicídios a mulheres de 2018, apenas 15 foram registrados pela SSPDS dentro da categoria de feminicídio - crime que tem como principal característica o fato de a vítima ser mulher.
Para Daniele Negreiros, técnica do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, "a subnotificação vem desse cenário onde o ambiente doméstico é mais difícil de acessar". A especialista ainda sugere que o fortalecimento de coletivos feministas possam contribuir para o maior número de denúncias, uma vez que, em rede, as mulheres podem se sentir mais seguras"
Prevenção
A integrante do Fórum Cearense de Mulheres afirma que os movimentos sociais propõem medidas através da educação, e que uma das principais reivindicações é a criação do Plano Estadual de Políticas Públicas. Além disso, Beth Ferreira cobra o "Plano Emergencial de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres", prometido pelo Governo do Estado, mas que ainda não saiu do papel.
A SSPDS esclarece que a maioria dos registros de morte de mulheres está ligada ao tráfico de drogas, o latrocínio e disputa entre grupos criminosos. Em relação ao enfrentamento, a pasta informou que "para combater os crimes contra a vida, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) teve o número de delegacias ampliado de cinco para 11, em 2017". Com informações do Diário do Nordeste.
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