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domingo, 11 de março de 2018

Nada a comemorar: assassinatos de mulheres no Ceará crescem 346 por cento e já são 116 mortas em 2018

Mulher assassinada 300
Em apenas sete dias de março, 18 mulheres foram assassinadas no estado do Ceará
No Dia Internacional da Mulher o Ceará tem pouco o que comemorar. Os índices de violência contra as mulheres no estado só aumentam, acompanhando a escalada da criminalidade em geral que atinge a população e que gerou 5.144 mortes no ano passado, recorde histórico. Neste começo de 2018, em apenas 66 dias, nada menos que 116 mulheres foram assassinadas, contra 26 em igual período de 2017, o que representa um aumento da ordem de 346,1 por cento. O número de delegacias especializadas para o setor está aquém do que determina a Constituição Estadual.
A mais recente vítima dessa violência se chamava Jeane Ferreira da Silva, tinha 32 anos de idade e, segundo seus familiares, era usuária de drogas. Na noite desta quarta-feira (6), a vida de Jeane foi ceifada bruscamente. Cinco tiros foram disparados à queima-roupa contra ela. O crime ocorreu na Rua Visconde do Rio Branco, ao lado da Cidade da Criança, em pleno Centro de Fortaleza.
O assassinato ocorreu por volta de 23 horas, segundo a Polícia. Ainda com vida, Jeane foi levada numa ambulância do Samu ao Instituto Doutor José Frota (IJF-Centro), onde morreu ainda na Sala de Emergência. Ninguém foi preso, mas a suspeita da Polícia é de que o crime tenha sido uma cobrança de dívidas do tráfico.
Desaparecidas
Assim como Jeane, outras 115 mulheres foram assassinadas nos primeiros 66 dias de 2018. Somente em janeiro, foram 56 assassinatos. Em fevereiro, outros 42. No mês de março, já são 16 casos, contando com a morte de Jeane e de outras três jovens cujos corpos ainda não foram encontrados.
As três garotas, identificadas como Nara Aline Mota de Lima, Darciele Anselmo de Alencar e Ingrid Teixeira Pereira foram seqüestradas na noite da última quinta-feira (1º), em uma residência na Barra do Ceará por bandidos integrantes da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE) e levadas em um carro até o mangue do Rio Ceará, do outro lado da ponte sobre o rio, na divisa entre Fortaleza e Caucaia. O local se chama Parque Leblon.
Ali, as três foram torturadas e obrigadas a dizer diante da câmera de celulares dos assassinos que estavam “rasgando a camisa” do Comando Vermelho e passando para o lado da GDE. Mesmo diante do depoimento forçado, elas não tiveram suas vidas poupadas. Acabaram mortas a tiros e degoladas. No vídeo postado nas redes sociais pelos próprios criminosos um homem aparece carregando nas mãos as três cabeças, que são jogadas na lama do mangue. As buscas aos corpos continuam.
Sem delegacias
Além de registrar altíssimos índices de mortes de mulheres, o estado do Ceará não obedece a lei que determina que todos os municípios com população igual ou superior a 60 mil habitantes tenham instalada uma Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). A obrigatoriedade está na própria Constituição Estadual, de 1989, em seu artigo 185. Atualmente, são apenas 10 Especializadas, nas seguintes cidades: Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Pacatuba, Icó, Quixadá, Juazeiro do Norte, Crato, Sobral e Iguatu.
Nessa condição de população com população igual ou superior a 60 mil habitantes, deveriam também contar com uma DDM mais 17 municípios cearenses. São eles: Itapipoca, Maranguape, Aquiraz, Quixeramobim, Canindé, Russas, Tianguá, Crateús, Aracati, Cascavel, Pacajus, Icó, Horizonte, Camocim, Acaraú, Morada Nova e Viçosa do Ceará.
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Rixa entre torcidas organizadas e tráfico de drogas motivaram a chacina no Benfica


Em entrevista coletiva na sede da DHPP, o secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa, afirma que a Polícia já tem um suspeito de ter participado da matança e que está sendo procurado. A Perícia Forense identificou os sete mortos.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) divulgou, oficialmente, no começo da tarde deste sábado (10), as informações acerca da chacina ocorrida no fim da noite de sexta-feira (9), em Fortaleza. Sete pessoas foram mortas numa sequência de três ataques ocorridos entre os bairros Benfica e José Bonifácio, na zona Central da Capital. Entre as vítimas estariam, ao menos, quatro integrantes da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF).

O secretário da Segurança Pública do Ceará, delegado Federal André Costa, em entrevista coletiva agora há pouco na sede da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHH), no bairro de Fátima, não descartou a hipótese de o crime está ligado a uma briga entre torcidas organizadas. Ao menos, um suspeito já foi identificado e está sendo procurado pela equipe da DHPP.

André Costa informou, ainda, que somente exames periciais irão esclarecer se os atiradores foram os mesmos nos três locais. Projéteis retirados dos corpos das vítimas e cápsulas recolhidas nos locais dos crimes serão avaliadas pela equipe de Balística da Perícia Forense do Ceará (Pefoce).

Ataques

De acordo com a Polícia, o primeiro ataque ocorreu na Praça da Gentilândia, na Avenida 13 de Maio, no bairro Benfica, onde oito pessoas foram baleadas. Três delas morreram no local e uma quarta ainda foi socorrida para o IJF-Centro, onde faleceu ao dar entrada na Emergência. O ataque aconteceu por volta de 23h30, segundo registros da Polícia. No local havia uma aglomeração de estudantes universitários e moradores da área.

O segundo ataque aconteceu na Vila Demétrius, a cerca de 400 metros da Praça da Gentilândia, onde está sediada a TUF. Ali uma pessoa foi baleada e morreu no local.

O terceiro ataque aconteceu na esquina das ruas Major Facundo e Joaquim Magalhães, onde mais duas pessoas foram baleadas. Uma morreu no local e a outra no IJF-Centro. Elas chegavam na sede da TUF uniformizadas quando foram atacadas e baleadas.

A Polícia já identificou algumas das vítimas mortas e outras que estão feridas e que permanecem hospitalizadas sob proteção policial no IJF-Centro.

Mortos

Os sete mortos já foram identificados pela Polícia. Os nomes divulgados são os seguintes: Bruno Araújo Oliveira, 23 anos; Júlio César Clemente da Silva, 28 anos; Carlos Victor Menezes Barros, 23 anos; Pedro Braga Barroso Neto, 22 anos; Joaquim Vieira de Lucena Neto, 21, Adenilton da Silva, 22; e José Gilmar Furtado de Oliveira Júnior, 33 anos.

De acordo com o secretário da Segurança, alguns dos mortos tinha antecedentes criminais por roubo, tráfico de drogas e associação criminosa para o tráfico. (Cearanews7)

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