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quarta-feira, 27 de abril de 2016

Lula e Renan Calheiros discutem nova eleição presidencial


O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), conversou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira (26) sobre a viabilidade de realizar novas eleições presidenciais no país.

Os dois se reuniram por uma hora e meia na residência oficial da Presidência do Senado, em Brasília.

O maior entrave para viabilizá-la é o fato de que, independente da forma como seja colocada, ela tem que ser aprovada pelo Congresso. Hoje, a avaliação majoritária é de que a tramitação de uma proposta como esta é inviável. Ligado ao vice-presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já sinalizou que não pautará algo neste sentido. Nesta terça, Temer afirmou que a tese representa um "golpe".

Em depoimento, Fernando Baiano confirma pagamento de propina a Cunha


Em depoimento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, confirmou o repasse de dinheiro oriundo do esquema de propina na Petrobras ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Baiano disse que os pagamentos eram feitos em espécie e que os repasses ocorreram em 2011 e 2012.
“Houve reunião de Júlio Camargo [empresário] com Cunha para tratar diretamente desses valores, no dia 18 de setembro de 2011, no Leblon onde ficou acertado o pagamento de US$ 5 milhões. Pessoalmente entreguei R$ 4 milhões para Cunha”, disse aos deputados do conselho.
Baiano é apontado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, como operador de recursos para o PMDB no esquema de pagamento de propina em negócios irregulares envolvendo a Petrobras. Baiano confirmou aos deputados as informações iniciais prestadas por outros delatores do esquema, o doleiro Alberto Youssef e o empresário Júlio Camargo. De acordo com Camargo, Cunha cobrou o pagamento a Baiano de subornos atrasados no valor de US$ 15 milhões, para viabilizar a contratação de dois navios-sondas do estaleiro Samsung, representado no Brasil por Camargo.
Questionado pelo deputado Marcos Rogério (DEM-RO), relator do processo contra Cunha, se tinha conhecimento de repasse de propina a Cunha em contas no exterior, Baiano disse não ter conhecimento de que houvesse repasse de dinheiro para contas no exterior. Segundo Fernando Baiano, os valores eram entregues pelo doleiro Alberto Youssef e depois ele levava a quantia para Cunha. “A pessoa que recebia a propina era um funcionário do escritório de Cunha no Rio de Janeiro, chamada Altair”, acrescentou.
Durante o depoimento, o lobista disse que conheceu Cunha em 2009, em um café da manhã, em um hotel. Posteriormente, o deputado questionou Baiano sobre a possibilidade de doação para campanha eleitoral. Baiano disse que as empresas não doavam para campanha, mas que Cunha disse que poderia ajudá-lo a cobrar uma dívida de US$ 16 milhões de Júlio Camargo pela intermediação de contratos de navios- sonda com a Petrobras. “E eu sinalizei que se ele me ajudasse na cobrança dessa dívida eu poderia ajudar na campanha”, disse o lobista, que afirmou que se encontrava com Cunha nos finais de semana no escritório do deputado no Rio de Janeiro.
Cunha
Cunha nega as acusações. O advogado do peemedebista, Marcelo Nobre, contestou as declarações de Fernando Baiano a respeito do pagamento de propina, alegando que as acusações não tem a ver com o processo em tramitação no Conselho de Ética, que apura se o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, quebrou o decoro parlamentar ao afirmar não ter contas no exterior. Documentos do Ministério Público da Suíça revelaram a existência de contas ligadas a Cunha naquele país. O presidente da Câmara nega ser dono das contas, que, segundo ele, são administradas por trustes e afirma ser o “usufrutuário” dos ativos mantidos no exterior.
Para a defesa de Cunha, o depoimento de Baiano não pode ser usado no processo no colegiado. “Não podemos admitir que discutamos aqui a imputação de vantagem indevida se sequer tivemos condição de apresentar a defesa nesse sentido e essa imputação não foi aceita nesse conselho”, criticou o advogado de Cunha, Marcelo Nobre.
Na semana passada, o vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), determinou que o foco da apuração no colegiado fique somente sobre a suspeita de que Cunha teria contas bancárias secretas no exterior e de que teria mentido sobre a existência delas em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. “Não foi ele quem limitou, foi este conselho, foi o próprio colegiado quando decidiu excluir do processo as questões relativas a vantagens indevidas”, defendeu.
Para o deputado Julio Delgado (PSB-MG), o depoimento de Baiano deixa claro que Cunha mentiu na CPI da Petrobras ao dizer que Fernando Baiano nunca foi a casa dele. “Já estive na casa dele [Cunha]”, disse Baiano ao ser questionado pelo deputado. Delgado também criticou a estratégia da defesa de Cunha de querer limitar as investigações. “O campeão da Lava Jato é o Eduardo Cunha. É o que tem mais processos na Lava Jato”, disse o deputado.
agencia brasil

Estado do Ceará vive pior seca em 66 anos


Desde 1950 que o Ceará não enfrentava um período tão longo de chuvas abaixo da média histórica. Já são cinco anos seguidos, se persistir o atual quadro. Nesses últimos dois dias não houve registro de precipitações no Ceará. E a tendência é exatamente essa: ocorrer uma redução na quantidade pluviométrica.
O cenário é desolador e decorre do fenômeno El Niño, já previsto pelos institutos meteorológicos do Brasil e de outros países. Faltando cinco dias para acabar o mês, choveu 41.8% abaixo da média histórica do mês, que é 188mm.
Pesquisador da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), David Ferran, observa que a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal sistema de chuva no Ceará de fevereiro a maio está afastada em direção ao Hemisfério Norte e ao mesmo tempo ocorre a formação de um centro de alta pressão decorrente do Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) que inibe a formação de nuvens.
"O distanciamento da Zona de Convergência aliado ao centro de Alta pressão vem provocando a ausência de chuva nesses últimos dois dias no Ceará", disse Ferran. "A tendência em ano em que ocorre El Niño é a diminuição das chuvas em abril e maio e estamos observando isso, infelizmente".
Segundo os dados da Funceme, no decorrer deste mês de abril, a região do Cariri foi a que registrou maior redução de chuva, com índice negativo de -71.1%. O segundo maior desvio ocorreu no Sertão Central e Inhamuns (-51.9%), seguido da região jaguaribana (-50.0%). A Ibiapaba registrou desvio de -40.8% e o Maciço de Baturité de -36.6%. No Litoral Norte até ontem havia chovido -22.1% da média histórica e no Litoral de Fortaleza o índice ainda estava negativo em -7.6%. A única região que registrou taxa positiva foi o Litoral do Pecém (7.5%).
Com informações do DN Online

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