Após dois ciclos de atentados e ameaças registrados desde o último mês de março, incluindo seis ataques contra delegacias de Polícia Civil em todo o Estado, três distritos policiais da Grande Fortaleza tiveram as portas de vidro substituídas por portões de aço. Na fachada dos prédios, que também eram de vidraças, foram erguidas paredes de concreto. As medidas preventivas têm como objetivo dar mais segurança aos policiais civis, que, na avaliação do sindicato da categoria, ficam expostos durante os plantões.
“As novas fachadas remetem às delegacias do passado, da década de 1990, quando prezavam mais pela segurança do que pela estética. Isso dá mais segurança aos policiais, mas é claro que não é a solução. Além das portas, deveria ter, no mínimo, dois policiais por plantão nas unidades que não funcionam 24 horas”, afirmou Gustavo Simplicio Moreira, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Ceará (Sinpol).
Segundo o dirigente, a pretensão do delegado-geral, Andrade Júnior, é implantar “fachadas seguras” em todas as delegacias do Estado. Foram alteradas as fachadas do 3º, 19º e 20º distritos policiais (DPs), localizados nos bairros Parque Araxá, Conjunto Esperança e Acaracuzinho, no Maracanaú. Por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) destacou que a medida faz parte de um plano de segurança que também objetiva resguardar os cidadãos que utilizam os serviços das delegacias.
Prevenção
Nos dois últimos meses, um total de 28 ações contra propriedades públicas e privadas foram contabilizadas no Ceará. Dentre elas, está o atentado contra o prédio da Assembleia Legislativa (AL), no dia 5 deste mês, quando um automóvel com 13 quilos de explosivos foi abandonado nas proximidades do Legislativo Estadual.
Nos dias seguintes, medidas de segurança foram adotadas para proteger os servidores, parlamentares, assessores e cidadãos que visitam o prédio diariamente. Dividido por etapas, de início, veículos foram proibidos de estacionar nos arredores do prédio e a instalação de terminais para identificação de visitantes foi realizada. A próxima etapa, segundo informações da assessoria da Casa, consiste na instalação de um software para funcionamento das catracas, seguindo o mesmo padrão de segurança de outros parlamentos brasileiros, como a Câmara dos Deputados e Senado.
Governador
Conforme O POVO publicou no último domingo, 24, o governador Camilo Santana afirmou que sofreu ameaças anônimas nos últimos meses. Mensagens que teriam partido de membros de facções criminosas que atuam no Ceará. Ontem, O POVO procurou a assessoria de imprensa do Governo do Estado e da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) para saber se alguma medida de prevenção havia sido tomada com relação à segurança pessoal de Camilo.
Por telefone, a informação repassada foi que não houve alteração no esquema de segurança do governador. Outros detalhes, como se foi aberta alguma investigação sobre as ameaças, não foram divulgados.
O POVO
Eunício Oliveira entregou os cargos que tinha no Governo Federal?
Como perguntar não ofende, os apadrinhados do Senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) ainda estão aboletados em cargos federais? O genro do Senador Cearense ainda se encontra na Diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)? O economista Marcos Holanda ainda está no comando do Banco do Nordeste do Brasil (BNB)? A Companhia Docas ainda é ocupada pelo César Pinheiro?
Via Sobral de Prima
Dilma já admite defender convocação de novas eleições
A presidente Dilma Rousseff admite, nos bastidores, a possibilidade de defender a proposta que prevê a convocação de eleições presidenciais para encurtar em dois anos o seu mandato, mas ainda avalia o melhor momento de assumir a estratégia. Ministros próximos a Dilma dizem que isso já é “fato consumado” porque ela não terá governabilidade com o País dividido, mesmo se não sofrer impeachment no julgamento final do Senado.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se nesta segunda-feira, 25, com Dilma e tratou do assunto. Pela primeira vez desde que teve a nomeação suspensa para a Casa Civil, há 41 dias, Lula foi ao Palácio do Planalto. À noite, jantou com Dilma e com ministros, no Alvorada. Para Lula, porém, a hora é de concentrar esforços no movimento de resistência ao impeachment.
A ideia de novas eleições conta com o apoio da maioria do PT e até do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que há anos trava disputa com o vice-presidente Michel Temer sobre os rumos do PMDB. Até recentemente, Dilma resistia a aceitar a abreviação do seu mandato, mas, segundo auxiliares, começou a perceber que precisa fazer um gesto de “pacificação”. Ela descarta a renúncia, mas acha que a proposta de eleições diretas pode ser uma contraofensiva ao que chama de “golpe”.
Em conversas reservadas, ministros do PT argumentam que o plano, por si só, tem o condão de pôr Temer contra a parede. Além disso tudo será feito para atrair o PSDB do senador Aécio Neves (MG), que quer vetar a participação de integrantes de seu partido em eventual governo Temer.
Apesar de manter o discurso oficial de que é possível virar o jogo do impeachment, senadores do PT e de partidos da base aliada do governo dão como certa a aprovação do afastamento de Dilma na primeira votação, no plenário do Senado, prevista agora para 15 de maio. Se este cenário for confirmado, a presidente será obrigada a se afastar por até 180 dias.
PEC
Pelo cronograma traçado em gabinetes do Palácio do Planalto, o envio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ao Congresso, sugerindo eleições presidenciais em outubro – mês das disputas pelas Prefeituras -, ocorreria justamente nesse período. A PEC precisa ser votada em dois turnos em cada Casa do Congresso e só é aprovada se obtiver três quintos dos votos dos deputados (308) e dos senadores (49).
“Vou lutar até que eleições diretas sejam realizadas, se eu for afastada do cargo, uma situação hipotética, que eu não acredito. Eu acredito que é desconfortável afastar uma pessoa inocente. Eu sou vítima de uma conspiração”, afirmou Dilma, em entrevista ao Wall Street Journal.
Para Lula, se a presidente for mesmo afastada, a chance de ela retornar ao Planalto é remota. Mesmo assim, a estratégia consiste em infernizar a vida de Temer durante o provável “exílio” de Dilma, para expor as “fragilidades” do peemedebista e montar uma espécie de “governo paralelo”, em oposição ao novo ocupante do Planalto.
A ordem é resistir até o julgamento final no Senado – que pode ocorrer em setembro -, entremeando a defesa política com recursos ao Supremo Tribunal Federal. “Se Temer assumir, ele não dura três meses no cargo porque não aceitaremos isso. Haverá protestos em todo o País”, insistiu o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). “Nós não imaginamos que o PT queira exercitar a sua capacidade de fazer oposição fora da luta política convencional” provocou o ex-ministro Eliseu Padilha (PMDB), aliado de Temer.
De qualquer forma, o PT também já prepara uma narrativa para disputar a eleição presidencial de 2018. Embora seja alvo da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e esteja na mira do Ministério Público, Lula ainda é o único nome do PT com potencial para concorrer à sucessão de Dilma.
Nas fileiras do partido há quem diga que, com a crise se agravando a cada dia, o impeachment da presidente pode representar a “salvação” de Lula. O raciocínio é que, se isso não ocorrer, ela continuará “sangrando” até 2018. Se sair antes, porém, o PT poderá usar o discurso do “golpe” e de que teve uma presidente “apeada do poder”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo
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