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segunda-feira, 23 de novembro de 2020

PM de Alagoas é morto com tiro na cabeça após reagir a assalto em Pernambuco

   Policial Militar Johnson Bulhões foi morto após reagir assalto em Porto de Galinhas


Um policial militar de Alagoas foi morto após reagir a uma tentativa de assalto em Porto de Galinhas (PE), na noite da última sexta-feira (20). Ele estava com a família quando foi abordado pelos criminosos. Johnson Bulhões Rosa Silva, 27 anos, foi socorrido para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
O militar era lotado no batalhão de Polícia Rodoviário (BPRv). Ele estava na companhia da esposa, que está grávida de três meses. O policial foi abordado por dois criminosos em uma moto.

Anistia Internacional repudia ação da PM durante protesto em Fortaleza

 Familiares de presos denunciavam maus tratos em sistema penitenciário do Ceará

Uma manifestação de familiares de presos do Sistema Penitenciário do Ceara e de representantes da Igreja de entidades de Defesa dos Direitos Humanos terminou em confronto com Tropa de Choque da PM em Fortaleza na tarde da última sexta-feira (20) e várias prisões.
O fato ocorreu em frente a sede da Secretaria Estadual da Administração Penitenciária (SAP), na Praia de Iracema. Os manifestantes fecharam a rua e protestavam contra as péssimas condições as quais os presos estão sendo submetidos nas unidades do Sistema Penal.
Ha denúncias de maus-tratos e torturas praticadas por agentes da Força de Intervenção Penitenciária (FIP), principalmente nas unidades CPPLs 1, 2,3 e nos presídios IPPOO 2, de Caucaia e na Penitenciaria de Pacatuba.
A Tropa do Batalhão Humaitá, do Comando de Policiamento Especializado de Choque (CPChoque) foi acionada a pedido do secretario Mauro Albuquerque e dispersou a manifestação com uso de armamento não-letal, como balas de borracha, granadas de gás de pimenta e lacrimogêneo.
Um padre, uma freira e varias mulheres de detentos acabaram sendo presos e levados para uma delegacia onde foram autuados por desacato à autoridade e obstrução ilegal de via publica.

VEJA O VÍDEO

A Anistia Internacional se manifestou contra a ação policial e encaminhou uma carta de protesto ao governador Camilo Santana (PT), exigindo providências. 

Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2020

Senhor Governador do Estado do Ceará, Camilo Santana 

A Anistia Internacional Brasil vem publicamente manifestar sua indignação com a atuação do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Estado do Ceará, em razão o uso excessivo da força na dispersão de uma manifestação ocorrida na data de hoje, 20 de novembro de 2020, na cidade de Fortaleza, Estado do Ceará. Solicita, assim, que sejam determinadas providências para uma investigação séria, imparcial e diligente dos policiais envolvidos na ação.
De acordo com as notícias veiculadas pela imprensa e com as denúncias recebidas pela Anistia Internacional Brasil por manifestantes, na tarde de hoje, por volta de 15h40, muitos familiares de pessoas privadas de liberdade e organizações de direitos humanos conduziam uma manifestação pacífica denunciando as péssimas condições no sistema prisional do estado do Ceará.
A manifestação, em frente à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) no bairro Meirelles, na cidade de Fortaleza, foi dispersada de maneira extremamente violenta pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar do Estado do Ceará, que efetuou disparos e utilizou gás contra os manifestantes e culminou com a prisão de pelo menos três pessoas, tendo uma das manifestantes, que caminhava em sentido contrário ao dos policiais e que segurava uma bandeira durante o ato, arrastada pelos policiais.
As imagens dessa ação policial às quais a Anistia Internacional Brasil teve acesso são chocantes e demonstram o uso excessivo e desproporcional da força policial no manejo da manifestação.
Os parâmetros internacionais sobre o uso da força explicitamente determinam que a polícia “pode usar a força somente quando estritamente necessário e na extensão requerida para a realização de seu trabalho”.
As forças policiais devem ao máximo possível utilizar meios não violentos, evitando o uso da força. Em situações em que o uso da força for inevitável, os agentes do Estado só podem fazer o uso da força necessária e proporcional para um objetivo legítimo, evitando causar danos e violações.
É preciso reiterar que as pessoas têm direito a exercer a sua liberdade de expressão, manifestação e protestar por seus direitos. Restrições à liberdade de expressão e manifestação pacífica não podem ser consideradas objetivos legítimos e, portanto, violam os direitos humanos.
Os órgãos de segurança pública, como representantes do Estado, têm a obrigação de respeitar e proteger os direitos humanos no policiamento de manifestações e protestos, particularmente o direito à liberdade de expressão e de associação, os direitos à vida, liberdade e segurança pessoal e o direito a ser livre de tortura ou qualquer outro tratamento cruel, desumano ou degradante.
A Anistia Internacional Brasil recorda que o uso excessivo do força no controle das manifestações é inaceitável e viola as obrigações de direitos humanos assumidas pelo Brasil no âmbito internacional e todas as autoridades brasileiras devem respeitar.
Assim, solicita-se que providências sejam adotadas com celeridade para garantir uma investigação dos fatos com a identificação, processo, julgamento e sanção dos agentes do estado envolvidas na ação, inclusive na linha hierárquica de comando dessa operação.

Atenciosamente,

Alexandra Montgomery

Diretora de Programas da Anistia Internacional Brasil

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