O governo quer impor a discussão da reforma da Previdência como passo seguinte à decisão da Câmara que barrou a denúncia contra o presidente Michel Temer.
No dia posterior ao resultado que segurou a acusação da PGR, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) declarou que a regra da aposentadoria deve ser votada até o mês de outubro.
Seu colega Eliseu Padilha (Casa Civil) seguiu o mesmo tom, afirmando que o tema será prioridade do Palácio do Planalto a partir de agora.
Pelo lado da Câmara, o presidente Rodrigo Maia disse ser possível apreciá-lo em setembro no plenário. Ontem, Temer recebeu Maia no Planalto para mapear o cenário de apoio.
O governo e seus aliados adotam a estratégia do otimismo para criar um ambiente favorável à votação do texto. É do jogo. A realidade, no entanto, ainda pesa contra o Planalto.
Em entrevista publicada no domingo (5) pela Folha, Maia admitiu que, no momento, não há condição política para aprovar as mudanças.
Na avaliação do relator Arthur Oliveira Maia, do PPS-BA, Temer terá de arcar com uma "conta pesada" para levar adiante o assunto no Congresso. Segundo ele, o governo vai encarar uma "série de desgastes" para satisfazer a base aliada que acaba de salvar o presidente do risco de se tornar réu por corrupção no STF.
É natural a celebração governista da vitória contra a PGR. Mas é sabido que as faturas serão diversificadas e de custo elevado, sobretudo para os frágeis e baqueados cofres públicos.
Os 263 votos que salvaram Temer não se traduzem em 263 votos a favor da reforma da Previdência. O placar está distante dos 308 para aprová-la. É fato, porém, o apoio de parte do PSDB que votou pela denúncia.
A estrada precisaria ficar livre de turbulências. O procurador-geral, Rodrigo Janot, indica nesta segunda (7) na Folha que Temer deve ser alvo de outra acusação. O presidente tem força política para derrubá-la, mas não vai escapar de nova barganha dos sedentos e caros deputados.
Folha de S.Paulo
Temer diz que tropas federais ficarão no Rio até 2018
O presidente da República, Michel Temer, afirmou neste domingo (6) que a atuação das tropas federais no Rio de Janeiro seguirá até o dia 31 de dezembro deste ano e deve ser ampliada para 2018.
A declaração ocorre um dia após a megaoperação realizada pelas tropas federais no Rio, que mobilizou cerca de 5.000 profissionais das forças de segurança -3.600 das Forças Armadas- com objetivo de combater o roubo de cargas e o tráfico de drogas. Dois supostos criminosos e um policial morreram.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Temer diz que a atuação no Rio é um dos eventos "mais amplos" e "longos" do Plano Nacional de Segurança e que a ação pode ser estendida. "Para o Rio de Janeiro, há uma programação extensa que vai inicialmente até 31 dezembro deste ano e depois será ampliada também para o ano que vem", disse.
Segundo o presidente, reações de criminosos à ação já estavam previstas, mas serão "amplamente" e "fortemente" combatidas. Para ele, a ação das tropas em conjunto com forças estaduais nas últimas semanas teve "grande visibilidade".
"Além da visibilidade, o fato é que já começaram ações concretas para debelar o crime no Rio de Janeiro. E vejo, como pressentimos, que já há reações, e essas reações se deram agora, dar-se-ão adiante e serão amplamente e fortemente combatidas pelas forças federais", disse.
'RAZOÁVEL'
'Neste sábado (5), porém, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que a megaoperação realizada pelas tropas federais no Rio teve saldo não "espetacular", mas "razoável" e que espera que as próximas operações sejam mais bem-sucedidas.
No total, os militares realizaram incursões em seis comunidades nas zonas norte e oeste da cidade. Três delas contavam com UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora). Foram apreendidas três pistolas, duas granadas, quatro rádios, 21 carros e uma motocicleta e entorpecentes. Nenhum fuzil foi capturado.
A operação inaugurou a segunda etapa do plano de segurança do governo federal para o Rio, que deve consumir quase R$ 2 bilhões até o fim de 2018 -R$ 700 milhões serão empenhados até o final deste ano.
Em crise, o Rio vive colapso da segurança pública. O número de mortes violentas no primeiro semestre deste ano (3.457) cresceu 15% em relação ao mesmo período de 2016. Foi o pior primeiro semestre desde 2009 (3.893).
Fonte: Notícias ao Minuto
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