Barbárie. Esta é a definição das cenas de violência protagonizadas por presos rebelados nos presídios da Grande Fortaleza no fim de semana. Além de executar seus inimigos pessoais ou por ordem das facções que dominam as cadeias cearenses, os assassinos e seus cúmplices fizeram questão de filmar tudo e espalhar as imagens nas redes sociais e aplicativos.
Muitos dos mortos durante a rebelião tiveram seus corpos carbonizados e somente poderão ser identificados através de exames de DNA. Os corpos, em sua maioria, apresentavam sinais de espancamento, tortura, arrastamento e outras lesões. Alguns presos foram espancados até morte com o uso de barras de ferro. Outros foram mortos com golpes de cossoco. Em outros casos, foram decapitados e as cabeças jogadas sobre o resto do corpo. Contudo, a maioria foi queimada após o assassinato.
As equipes da Perícia Forense do Estado (Pefoce) e da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) examinaram e recolheram os corpos logo após a Polícia Militar controlar os motins nas seguintes unidades penais: Casas de Privação Provisória da Liberdade 1, 2, 3, 4, em Itaitinga; e no Presídio do Carrapicho, em Caucaia.
Corpos
Na manhã de hoje, a diretora da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Socorro Portela, esteve no Presídio do Carrapicho e, na saída, confirmou a localização de mais dois corpos. No entanto, o número total de mortos nos presídios não é ainda conhecido. AS autoridades já admitem que pode ultrapassar 30 casos. No entanto, até o momento a Pefoce teria recebido em sua Coordenadoria de Medicina Legal 19 cadáveres.
Veja vídeos dos crimes nos presídios (ATENÇÃO!!!! IMAGENS FORTES)
Por blog do Fernando Ribeiro
Justiça não deve ter intervenção do governo, diz Sérgio Moro
O juiz federal da 13ª Vara Federal de Curitiba e um dos responsáveis pela Operação Lava Jato, Sérgio Moro, não quis comentar sobre as gravações do ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), de que uma mudança no governo federal resultaria em um pacto para estancar a sangria da Lava Jato. “Não teria um comentário específico sobre essa situação, porque não estou suficiente a par e não seria apropriado”, disse, ao responder uma pergunta de mediador do Fórum Veja – O Brasil que temos e o Brasil que queremos.
Entretanto, o juiz ressaltou que é importante ter presente que existe esferas independentes, “Ouvi o Meirelles falando há pouco sobre economia e isso é um assunto que o judiciário não interfere. Assim como assunto de Justiça também não devem ter interferência do governo, cada um tem que agir independente”, afirmou.
Questionado também sobre os boatos de que a operação estaria perdendo ímpeto, Moro disse que a Lava Jato “não é seriado”. Ele argumentou que existe um trabalho, que é a parte mais visível, de buscas e diligências, mas existe também um trabalho de investigação, de realização de audiências, de julgamento de casos, e ressaltou que os resultados da Lava Jato são institucionais.
Moro ainda comentou que o judiciário precisa continuar com uma atitude mais firme e essa postura seja perene. “Não precisa só esperar maná do Estado para se combater a corrupção, muito pode ser feito pelas instituições privadas. Também tem toda uma questão moral que poderia ser feita, como dizer não a propinas, entre outros”, declarou.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, que participou do debate junto com Moro, completou a resposta ao questionamento das supostas tentativas de se barrar a Lava Jato e comentou sobre a questão de Moro ser tratado como herói nacional. “Você precisa de heróis quando as instituições não funcionam corretamente. Mas acredito que as instituições passaram a funcionar melhor. Então é impensável que, nos dias de hoje, supor que alguém tenha individualmente capacidade de paralisar as instituições”, declarou.
Barroso explicou que não daria declaração sobre o ocorrido com Jucá, mas que acessos aos ministros do STF para pedir audiência e conversar todos têm. “Agora acesso no sentido de influenciar qualquer componente ou pessoa nos processos eu duvido muito que aconteça. E não me refiro a uma pessoa, mas ao geral”, afirmou.
Moro foi questionado pela plateia se o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pode ser preso. “Esse tipo de pergunta não tem nem como começar a responder. Mas o que posso falar é que existe todo um processo de investigação e provas e o juiz não segue opinião pública. Se esse processo voltar para minha instância – e isso não está certo que volte – será tratado na forma da lei com base em fatos e sem qualquer envolvimento da opinião pública e nem de qualquer sentimento de expectativas”, declarou.
Ministério da Justiça aceita pedido de Camilo e envia tropas da Força Nacional para o Ceará
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, atendeu ao pedido feito pelo governador do Ceará, Camilo Santana, e enviou tropas da Força Nacional para dar apoio diante do cenário de crise no sistema carcerário local.
De acordo com o Governo, o reforço deve chegar ao Estado nas próximas horas.
Depois de um final de semana violento nas unidades prisionais do estado do Ceará, Camilo se manifestou por meio das redes sociais pela primeira vez e anunciou que está tomando medidas para estabilizar a crise.
Ceará Agora
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