O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou novamente, ontem, ser dono do apartamento tríplex no Guarujá, que é um dos alvos da 22ª fase da Operação Lava-Jato deflagrada na quarta-feira, e denominada Triplo X.
"Adquirir cotas de uma cooperativa habitacional a prestações não significa tornar-se proprietário de um imóvel. A família de Lula poderia ter exercido o direito de compra do apartamento por seu preço final, completando o valor necessário, mas decidiu não fazê-lo", afirma o ex-presidente no Facebook.
A publicação diz ainda que "parte da imprensa insiste em ignorar essas informações em nome de uma manchete mais 'saborosa'". "O jornal A Gazeta, do Espírito Santo, por exemplo, diz que Lula 'foi dono' do apartamento. Não foi, nem é".
O foco desta etapa da operação é o condomínio Solaris, no Guarujá, no litoral paulista, onde a mulher de Lula, Marisa Letícia, chegou a ter a opção de compra da unidade 164-A. O tríplex, que moradores e funcionários do condomínio apontam como sendo de Lula, tem 297 metros quadrados e vista para o mar, com preço oscilando entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,8 milhão.
Relatório divulgado na quarta-feira incluiu um diagrama com imóveis sob investigação do condomínio, entre eles o imóvel ligado ao ex-presidente. O documento indica que a OAS, empreiteira acusada de cartel no esquema de propinas e desvios de recursos na Petrobras, aparece hoje como proprietária do apartamento, após Marisa ter desistido do negócio, segundo o Instituto Lula. Para a PF, todos os imóveis sob investigação possuem "alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade".
Lula já havia se manifestado na quarta-feira sobre as investigações. Segundo nota, o ex-presidente não ocultou patrimônio e nunca escondeu relação com o tríplex. O texto argumenta ainda que o petista não foi nem sequer citado na decisão do juiz federal Sergio Moro que levou à nova fase da operação da PF.
Incongruência
O conselheiro da Associação de Vítimas do Bancoop, Marcos Sergio Migliaccio, disse que Lula "mentiu" ao afirmar que comprou cotas do apartamento. Segundo ele, não existia venda de cotas no condomínio Solaris, mas sim de apartamentos. "Não existe esse papo de cota. Isso é mentira. A Bancoop vendia apartamentos, com o andar e a unidade especificados", disse.
O promotor José Carlos Blat, autor de uma acusação contra a Bancoop que tramita na Justiça, reafirma que não viu nenhum caso de compra de cotas.
Cotas é um sistema usado em consórcios, por exemplo, no qual o comprador adquire um certo bem em parcelas, e um sorteio define o bem que caberá a ele. Migliaccio diz que a Bancoop só usou o sistema de cotas até 1998, 1999.
Fonte: Diário do Nordeste
TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO TEM R$ 2 MILHÕES EM MATERIAL FURTADO
Dois homens foram presos na quarta-feira (27) em Mauriti, a 491 km de Fortaleza, suspeitos de envolvimento em furto de materiais das obras da transposição do Rio São Francisco no município. O valor do material roubado é avaliado em R$ 2 milhões, segundo a Polícia Militar com base em estimativa de engenheiros da construtora Queiroz Galvão, empresa responsável pela obra. O caso era investigado há seis meses, de acordo com o sargento José Paulo Neto, comandante da PM em Mauriti, após denúncias anônimas de que o material estava sumindo dos galpões da empresa. A Polícia Civil do Ceará investiga o caso. Em nota, o Ministério da Integração Nacional disse que está acompanhando o caso, mas que cabe à empresa, proprietária dos materiais, tomar as devidas providências. De acordo com a Polícia Civil, o suspeito, um homem de 27 anos, trabalhava como ajudante de pedreiro e deve ser indiciado por furto qualificado. Como não houve flagrante, ele vai aguardar a conclusão do inquérito em liberdade. Segundo as investigações, ele levava o material para casa e repassava para o cunhado, que comercializava os produtos. O cunhado, de 45 anos, dono de um depósito de material de construção, está preso na cadeia pública de Mauriti e vai responder na Justiça por receptação e porte ilegal de arma de fogo. Entre o material furtado, localizado pela polícia, estão duas toneladas de ferro, estruturas de andaimes importados da Noruega, vergalhões de aço, madeirite, roupas, Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e caixas de ferramentas, entre outros. Foi apreendida ainda uma espingarda de grosso calibre. "Boa parte foi vendida. Ainda estamos em trabalhos de investigação", informou o PM. Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, o material recuperado está avaliado em R$ 50 mil. Os materiais e equipamentos foram localizados em um galpão no distrito de Umburanas, próximo ao endereço da construtora, e em um sítio próximo ao distrito. O sargento que comandou a operação acrescentou que a ação foi articulada com o Serviço de Inteligência da PM e Polícia Civil. Ao G1, a Queiroz Galvão comunicou que a empresa não comenta o assunto e afirma que o cronograma da obra segue como previsto. G1
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