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O delegado Mário Lamblet, da 79ª DP (Jurujuba), que investiga a morte da modelo Raquel Santos, de 28 anos, disse ontem, ter requisitado as imagens das câmeras do circuito interno do Hospital Icaraí, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A jovem foi levada para o local, na última segunda-feira, após se submeter a um procedimento estético feito pelo médico Wagner de Moraes, em uma clínica do bairro São Francisco.
O objetivo do delegado é de saber se Raquel deu entrada viva e lúcida ou com uma parada cardiorrespiratória.
Na tarde desta quinta-feira, o médico que atendeu a modelo no hospital e o diretor do estabelecimento prestaram depoimento na 79ª DP. Segundo Lamblet, os dois disseram que modelo chegou desacordada e com um quadro de parada cardiorrespiratória.
— Eles relataram que foram feitas tentativas de reanimar a modelo por 70 minutos — disse Lamblet.
Os relatos dos médicos confirmam o que o viúvo Gilberto Azevedo, que acompanhou Raquel até o hospital, já havia adiantado. Ele havia contado a polícia que a jovem chegou ao local desacordada e com o rosto arroxeado. Na manhã desta quinta-feira, o médico Wagner de Moraes deu uma outra versão. Ao prestar depoimento, ele afirmou que a modelo chegou viva e ainda falando ao Hospital Icaraí.
Outro caso
Wagner de Moares pode ser investigado em mais um caso. Mário Lamblet disse que uma comerciante, de 45 anos, procurou a 79ª DP , na quarta-feira, para se queixar sobre um procedimento, supostamente feito pelo médico, em fevereiro do ano passado.
— Ela fez um registro onde alegou, que após um procedimento estético no queixo ficou com sequelas no rosto, em decorrência da intervenção. A gente vai verificar se existe algum tipo de evento criminal neste fato — disse o delegado, que ainda aguarda a apresentação de documentos que comprovem a realização do procedimento.
Atestado de óbito
Wagner de Moraes prestou depoimento nesta quinta-feira, por mais de uma hora. Ele alegou em suas declarações que nunca tinha assinado um atestado de óbito antes do de Raquel Santos. Segundo o médico, ele assinou o documento porque estava “comovido com a situação da família”.
— Ele disse que a família queria fazer o sepultamento rápido e, por isso, fez o atestado de óbito — afirmou o delegado Mário Lamblet.
De acordo com o delegado, o Hospital Icaraí tinha se negado a fazer um atestado de óbito. Wagner, então, pegou um formulário em um hospital municipal e o preencheu. No documento, o médico diz que a causa da morte é “indeterminada”. Ele ainda relatou no atestado que a paciente fazia uso de anabolizante de uso veterinário. A Polícia Civil investiga se há crime nesse procedimento.
O atestado de óbito de Raquel é assinado por Wagner de Moraes, e indica que a causa da morte é "desconhecida, devido ou como consequência de intoxicação exógena e aplicação imprópria de medicamentos de uso animal" - ela usava anabolizantes para animais nas pernas.
O delegado Mário Lamblet explicou ainda que uma morte com suspeição deve ser comunicada à delegacia da área para que o corpo seja removido para o Instituto Médico-Legal (IML).
Em outro trecho de seu depoimento, Wagner admitiu que não é integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). O médico explicou ainda que o local onde atende não é uma clínica, mas sim um consultório. Ele ainda alegou que pode realizar pequenos procedimentos estéticos no local.
A advogada Verônica Lagassi, que defende o médico Wagner de Moraes, disse que seu cliente não está sendo acusado de nada. Segundo a advogada, Wagner foi à delegacia para esclarecer os fatos.
Finalista do concurso Musa do Brasil, Raquel passou mal após submeter a um procedimento estético no rosto conhecido como bigode chinês.
Na última quarta-feira o cirurgião Wagner Alberto de Moraes disse acreditar que será beneficiado pelos resultados dos exames da necrópsia.
— As autoridades vão entender que (a morte) não foi por conta da aplicação do produto que eu fiz no rosto dela, que é um produto de uso dermatológico e muito usado, que não depende de risco cirúrgico, apenas é feito um teste na pele — afirma.
De acordo com Wagner, a paciente mentiu ao preencher um questionário médico em sua clínica que perguntava sobre o uso de medicamentos e sobre o histórico de cirurgias.
— Só depois eu descobri que a paciente utilizava estimulante para cavalo e fumava um cigarro atrás do outro. Além disso, ela havia me procurado anteriormente para fazer um preenchimento nas nádegas e eu me neguei a fazer, então ela procurou outra clínica para fazer o procedimento, o que eu também só fiquei sabendo depois da morte — diz Wagner, acrescentando que o marido de Raquel já estava procurando um psiquiatra para a jovem por causa de sua ansiedade pela busca do corpo perfeito.
Segundo a polícia, no entanto, os exames iniciais não indicam que a morte da modelo tenha ocorrido por causa do uso de anabolizantes nem pelo consumo de cigarros.
fonte: extra
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