O ex-presidente disse não querer saber da discussão sobre prisão em segunda instância
"Não estou reivindicando essa discussão de segunda instância. Não estou interessado nisso. Eu estou interessado na minha inocência". A declaração é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista ao UOL na sede da Polícia Federal, em Curitiba, na quarta-feira (16).
A entrevista ocorreu um dia antes de o STF (Supremo Tribunal Federal) começar a julgar se é constitucional prender condenados em segunda instância, ou se a prisão deve ocorrer após todos os recursos.
Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex em Guarujá (SP) pelo então juiz federal Sergio Moro, hoje ministro da Justiça, com sentença confirmada em segunda (TRF) e terceira instâncias (STJ), Lula é o caso mais famoso que poderia se beneficiar de uma possível mudança de entendimento do STF.
Mas não é a saída que Lula afirma desejar. "Quero que os ministros da suprema corte tenham acesso à verdade do processo e anulem. Se vai ser um ano a mais ou um ano a menos, se vou ficar aqui ou em outro lugar, não importa", diz.
Ele aplica o mesmo raciocínio para refutar a ida ao regime semiaberto, recomendada pela Lava Jato no fim do último mês, e diz que o problema não é a tornozeleira eletrônica. "Não quero progressão da pena, quero a minha inocência", afirma.
"Não tem meio-termo comigo. O que eles vão fazer? Antigamente, era mais fácil. Mandava esquartejar, salgar, pendurar no poste. Cometeram a bobagem de me prender, cometeram a bobagem de me acusar, agora vão ter que suportar esse peso aqui dentro", diz.
Lula está preso na sede da PF em Curitiba desde abril de 2018.
(UOL/FOLHAPRESS)
Joice Hasselmann e Eduardo Bolsonaro discutem nas redes sociais nesta sexta (18).
A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-líder do governo no Congresso, virou alvo do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, nas redes sociais nesta sexta-feira, 18, em meio a uma crise generalizada no PSL.
Eduardo postou em suas redes sociais uma montagem de uma nota de três reais com o rosto da ex-aliada e afirmou que Joice "se acha a dona de tudo", condenando as críticas que a deputada tem feito a Bolsonaro e a seus seguidores após ser destituída do cargo de líder do governo. Joice afirmou em entrevistas que o presidente tem "inteligência emocional de -20" e que sua destituição foi uma "carta de alforria".
"Se acha a dona de tudo, 'porque EU aprovei', 'porque EU isso', 'EU aquilo', 'EU sou mais filha do que os filhos do presidente', 'EU sou a Bolsonaro de saias', mas correu a noite coletando assinaturas para termos Delegado Waldir de líder, pessoa que irritada com o Presidente orientou obstrução à MP 886, botando em risco uma pauta nacional devido a um problema pessoal", escreveu Eduardo Bolsonaro sobre a deputada.
Joice, por sua vez, respondeu em seu Twitter afirmando que "não tem medo da milícia, nem de robôs" e que sabe quem os seguidores do presidente são e "o que fizeram no verão passado". "Olha só mais um 'presentinho' da milícia digital para mim. Anota aí: NÃO TENHO MEDO DA MILÍCIA, NEM DE ROBÔS! Meus seguidores são DE VERDADE, orgânicos. E não se esqueçam que eu sei quem vocês são e o que fizeram no verão passado", postou a ex-líder.
Na noite de quarta-feira, 16, teve início uma "batalha de listas" no PSL para definir quem seguirá como líder do partido na Câmara dos Deputados. O grupo alinhado a Bolsonaro tentou destituir o deputado Delegado Waldir do cargo ao colher uma lista com assinaturas a favor da condução de Eduardo Bolsonaro para a liderança do partido. A ala "bivarista", no entanto, respondeu com uma nova lista que pedia a permanência de Waldir no cargo, o que foi acatado pela Mesa Diretora da Câmara. O fato de Joice ter assinado a lista do grupo de Waldir irritou o presidente, que a tirou da liderança do governo.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na noite desta quinta-feira, Joice afirmou que esperava mais respeito e gratidão e disse que Bolsonaro utiliza o cargo de presidente para interferir no Poder Legislativo. "O próprio presidente estava ligando e pressionando deputados para assinar uma lista", disse, em referência à tentativa de Bolsonaro de fazer Eduardo líder da bancada do PSL na Câmara.
Joice e Eduardo vêm trocando farpas desde que a deputada afirmou à imprensa que seria o nome preferido de Bolsonaro para disputar a Prefeitura de São Paulo, o que foi encarado pelo grupo do deputado como uma afronta à sua autoridade, já que ele comanda o PSL paulista.
"Não nasci líder, não preciso disso. Trabalhei 20h por dia para salvar o governo de crises, aprovar pautas importantes para o País, apagar incêndios durante todos esses meses. Agora ganho minha alforria e mais tempo para cuidar do meu mandato e da minha candidatura à prefeitura", afirmou Joice no Twitter nesta quinta-feira.
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