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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Após postar vídeo que chama PSL e STF de inimigos, Bolsonaro apaga conteúdo; o Ministro Celso de Mello chama postagem de atrevimento.

O perfil oficial do presidente Jair Bolsonaro exibiu durante cerca de duas horas, na tarde desta segunda-feira (28/10), um vídeo que retrata o chefe do Executivo como um leão sendo atacado por hienas na savana.

Cada hiena que cerca o leão ganha o logotipo de alguma empresa, movimento social ou instituição que, segundo os autores do vídeo (não identificados), estão contra Bolsonaro.
Entre esses inimigos, aparecem partidos políticos como o PT, o PCdoB e o próprio PSL, do qual Bolsonaro faz parte. Também aparecem sobre as hienas os logotipos do STF, da OAB e da ONU; de movimentos de espectro político bem variados, como MST e MBL; veículos de comunicação; e causas sociais, como o feminismo.
O vídeo, então, mostra um segundo leão, identificado como "conservador patriota", chegando para ajudar o leão alvo das hienas, que, nesse momento fogem. Surge, então a mensagem: "Vamos apoiar o presidente até o fim! E não atacá-lo. Já tem a oposição para fazer isso!".O vídeo foi deletado por volta das 17h.
“Atrevimento presidencial parece não encontrar limites”. Em nota divulgada à imprensa na noite desta segunda-feira (29/10), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello respondeu a um post do presidente Jair Bolsonaro. 
“A ser verdadeira a postagem feita pelo Senhor Presidente da República em sua conta pessoal no Twitter, torna-se evidente que o atrevimento presidencial parece não encontrar limites na compostura que um Chefe de Estado deve demonstrar no exercício de suas altas funções, pois o vídeo que equipara,ofensivamente, o Supremo Tribunal Federal a uma 'hiena' culmina, de modo absurdo e grosseiro, por falsamente identificar a Suprema Corte como um de seus opositores”, aponta a nota de Celso de Mello.
O ministro ainda defendeu que o país não é uma “selva”, e que não existe um líder como o leão que “imperasse com poderes absolutos e ilimitados”.
Leia a nota na íntegra: (..) “A ser verdadeira a postagem feita pelo Senhor Presidente da República em sua conta pessoal no 'Twitter', torna-se evidente que o atrevimento presidencial parece não encontrar limites na compostura que um Chefe de Estado deve demonstrar no exercício de suas altas funções, pois o vídeo que equipara,ofensivamente, o Supremo Tribunal Federal a uma 'hiena' culmina, de modo absurdo e grosseiro, por falsamente identificar a Suprema Corte como um de seus opositores.
Esse comportamento revelado no vídeo em questão, além de caracterizar absoluta falta de 'gravitas' e de apropriada estatura presidencial, também constitui a expressão odiosa (e profundamente lamentável) de quem desconhece o dogma da separação de poderes e, o que é mais grave, de quem teme um Poder Judiciário independente e consciente de que ninguém, nem mesmo o Presidente da República, está acima da autoridade da Constituição e das leis da República.
É imperioso que o Senhor Presidente da República – que não é um 'monarca presidencial', como se o nosso País absurdamente fosse uma selva na qual o Leão imperasse com poderes absolutos e ilimitados – saiba que, em uma sociedade civilizada e de perfil democrático, jamais haverá cidadãos livres sem um Poder Judiciário independente, como o é a Magistratura do Brasil.”
 FOLHA DE SÃO PAULO via JORNAL CORREIO BRAZILIENSE.

Laudo técnico revela negligência e erros que tornaram o desabamento do Edifício Andréa uma "tragédia anunciada"

Desabamento 200
O que antes era um edifício de sete andares com 14 apartamentos, virou somente escombros 
Andréa 100
Bombeiros trabalharam por mais de 100 horas sem parar até retirar os 9 mortos dos escombros 
“Uma tragédia anunciada”. É assim que está descrito em um laudo técnico o desabamento do Edifício Andréa, no bairro Dionísio Torres, ocorrido na manhã do último dia 15, em Fortaleza, e que resultou na morte de nove pessoas, ferimentos em outras sete e na completa destruição do prédio. O documento foi elaborado por um engenheiro do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Estado do Ceará (CREA-CE) e vazou nas redes sociais ontem (28).
Composto de seis páginas, recheado de descrições e fotografias técnicas da estrutura do residencial, o laudo deverá ser mais um documento a ser anexado ao inquérito que a Polícia Civil instaurou para apurar as causas e responsabilidades da tragédia.
Conforme o documento assinado pelo engenheiro Alexandre Lima Tavares, em sua “análise de Desabamento”, o desastre no Edifício Andréa decorreu de gravíssimas falhas estruturais. Uma das principais causas seria, “o alto grau de corrosão do aço estrutural, das diversas camadas de revestimentos ineficazes sobre o aço dos pilares, bem como, por outros elementos citados neste documento”.
De acordo ainda com o laudo, “através destas imagens (fotografias constantes na página 5), observa-se que havia um recobrimento do aço estrutural, realizado exclusivamente por emboço, material sem a finalidade de sustentação estrutural”. E mais: “Emboço (reboco) em várias tonalidades, mostrando que tais pilares já sofreram intervenções anteriores, de forma negligente, onde o aço estrutural enferrujado/oxidado, não foi tratado de forma eficaz, mas, simplesmente, tamponado com massas de diversas espessuras, onde deveria Haber um recobrimento mínimo de concreto de dois centímetros, com concreto alcalino suficientemente para a proteção do aço”.
Negligência e tragédia
O laudo vai mais além: “Além do não recobrimento constatado, soma-se outro fator gravíssimo: a perda de seção do pilar, ou seja, a resistência à compressão já estava afetada, diminuída e restringida percentualmente, alterando a distribuição de cargas estruturais, quando estas começaram a sofrer esmagamentos e se redistribuírem por outros pontos da edificação”.
No dia anterior ao desabamento e nas horas que antecederam ao desastre, operários foram vistos iniciando uma obra de restauração do prédio. Sobre este fato, o laudo revela mais um fato grave: “Observa-se que ocorreram intervenções em vários pilares, simultaneamente, sem haver um escoramento mínino, fator negligenciado pelos responsáveis pelas obras”.
E finaliza: “a empresa e o prestador de serviços erraram em não seguir os procedimentos mínimos para garantir o não colapso, ou mesmo a evacuação da edificação. A estrutura estava em seu estado limite de esforços. A edificação já estava fadada ao desabamento”.
freelance24horas.

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