Uma garota, com aparência de adolescente, foi executada sumariamente no começo da noite desta segunda-feira, na periferia de Fortaleza. O crime, segundo as primeiras investigações da Polícia, foi mais um capítulo da guerra entre facções criminosas que agem na Capital. Um vídeo feito pelos próprios assassinos mostra a jovem com as mãos amarradas para trás e amordaçada no momento em que é atingida por mais de 20 tiros de pistola e revólver, a maioria no rosto, numa autêntico caso de fuzilamento.
O vídeo com as cenas da brutalidade foi postado nas redes sociais ainda na noite passada e viralizou. Este foi o segundo caso parecido em duas semanas. Na noite do último dia 15, outra adolescente foi arrastada pelos assassinos até o píer da Avenida Vila do Mar, na comunidade Coqueirinho, na Barra do Ceará (zona Oeste da Capital) e também fuzilada diante da câmera de um telefone celular e as imagens lançadas nos aplicativos e redes sociais.
A sequência de execuções sumárias de garotas na Grande Fortaleza deu impulso às estatísticas de assassinatos de mulheres no Ceará neste começo de ano. Já são 96 mulheres mortas no estado em menos de dois meses completos. No ano passado, no mesmo período, foram registrados 25 casos, o que, na comparação dos dois períodos, representa um aumento da ordem de 284 por cento.
Outro crime
Também na noite desta segunda-feira (26), uma mulher foi assassinada na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Era a comerciante identificada como Maria Alice, dona de um restaurante na localidade de Cágado. Ela foi morta com vários tiros.
Um suspeito já foi identificado pela Polícia e está sendo procurado. Trata-se de Johnny Williamy Holanda Gomes. (Fernando Ribeiro)
CORRUPÇÃO: Wagner levou R$ 82 milhões da Arena Fonte Nova, diz PF
Segundo investigações da Operação Cartão Vermelho, o ex-governador petista recebeu quantias em propina e caixa dois para campanha.
A delegada da Polícia Federal (PF) Luciana Matutino Caires, responsável pela Operação Cartão Vermelho, deflagrada nesta segunda-feira (26), afirmou que o ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT) recebeu “boa parte” do valor desviado do superfaturamento do estádio Arena Fonte Nova, em Salvador. O petista teria levado 82 milhões de reais em propina e caixa dois, segundo a investigação.
Jaques Wagner governou o estado entre 2007 e 2014. Ele foi alvo de mandado de busca e apreensão da Cartão Vermelho nesta segunda. A investigação mira irregularidades na contratação dos serviços de demolição, reconstrução e gestão do estádio da Copa 2014. A Polícia Federal identificou que “a licitação que culminou com a Parceria Público Privada nº 02/2010 foi direcionada para beneficiar o consórcio Fonte Nova Participações – FNP, formado pelas empresas Odebrecht e OAS“.
“Em razão das delações da Odebrecht e de material apreendido na OAS, nós verificamos que de fato o então governador recebeu uma boa parte do valor desviado do superfaturamento para pagamento de campanha eleitoral e de propina. Havia dois intermediários, seja pela OAS, seja pela Odebrecht, que também foram alvo de busca nesta data. Um desses intermediários é o atual secretário da Casal Civil do governo do Estado da Bahia e o outro é um empresário muito próximo do então governador e também foi alvo de busca”, afirmou a delegada
A Cartão Vermelho cumpriu sete mandados de busca e apreensão em Salvador nesta segunda-feira. A PF vasculhou o gabinete de Jaques Wagner na Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo do estado, pasta comandada pelo petista. Foram apreendidos computadores, documentos, mídias e 15 relógios de luxo. O chefe da Casal Civil do governo da Bahia, Bruno Dauster, também foi alvo de buscas.
Em nota, a PF informou que “dentre as irregularidades já evidenciadas no inquérito policial estão fraude a licitação, superfaturamento, desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro”. “A obra, segundo laudo pericial, foi superfaturada em valores que, corrigidos, podem chegar a mais de 450 milhões de reais, sendo grande parte desviada para o pagamento de propina e para o financiamento de campanhas eleitorais.”
Os mandados, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, estão sendo cumpridos em órgãos públicos, empresas e endereços residenciais dos envolvidos no esquema criminoso, e têm por objetivo possibilitar a localização e a apreensão de provas complementares dos desvios nas contratações públicas, do pagamento de propinas e da lavagem de dinheiro.
O advogado Pablo Domingues, que defende Wagner, afirmou que o petista está “absolutamente tranquilo”. O criminalista classificou as suspeitas da Polícia Federal na Operação Cartão Vermelho como “factoides” e “inverdades”.
“A gente ainda não teve acesso integral ao inquérito. Do que a gente tem conhecimento, é que esses valores são valores feitos de modo aleatório, há uma fragilidade na elaboração dessas contas. São factoides, são inverdades. Ele está muito tranquilo com relação a isso, porque jamais houve essa situação. Está absolutamente tranquilo em relação a isso, afirmou Domingues.
O secretário da Casa Civil, Bruno Dauster, estranhou a inclusão do seu nome na operação da Polícia Federal. Disse que não era secretário na época dos fatos investigados e que deseja um amplo esclarecimento o mais rápido possível.
(Veja Abril)
Paulo Lopes/Futura Press/Folhapress
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