O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, expressou preocupação com o rápido avanço global do coronavírus. Em entrevista coletiva em Genebra, na Suíça, o líder da entidade afirmou que, nos próximos dias, o número de casos da doença deve chegar à marca de 1 milhão, com 50 mil mortes.
"Nas últimas cinco semanas, vimos um crescimento quase exponencial no volume de novos casos, alcançando quase todos os países, territórios e áreas", destacou.
Tedros salientou que, por ser a primeira pandemia de coronavírus da história, o comportamento da covid-19 ainda é desconhecido. "Estamos trabalhando duro com pesquisadores em todo o mundo para gerar evidências sobre quais medicamentos são mais efetivos no tratamento da doença", disse.
O médico etíope revelou que há estudos também sobre a eficácia do uso de máscaras. A OMS recomenda a utilização do item apenas para pessoas infectadas ou as que estejam cuidando de pacientes. "No entanto, as máscaras só são eficientes se combinadas com outras medidas de proteção", ressaltou.
O diretor-executivo da Organização, Michael Ryan, lembrou que ainda não há terapia comprovada contra a doença e que, por isso, é preciso ter cuidado no uso de medicamentos que ainda não foram estudados. Ele também pediu que os países adotem políticas abrangentes de contenção, para que não precisem ficar mudando as orientações todos os dias. Segundo Ryan, a quarentena não pode ser a única ação contra o vírus.
Com informações Estadão Conteúdo
Estudo vê ‘espinhos’ no coronavírus e pode ajudar a barrar contágio
Foto Niaid/R7 |
Pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, descobriram uma proteína que tem formato de espinho na superfície do novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a covid-19.
Com isso, eles esperam contribuir para o desenvolvimento de medicamentos para tratar a doença. A pesquisa foi publicada na revista científica britânica Nature.
"Sabendo quais características estruturais das proteínas virais são mais importantes para estabelecer contato com células humanas, podemos projetar medicamentos que bloqueiam sua atividade. É como bloquear seu radar", explica o pesquisador biomédico da universidade, Fang Li.
A equipe usou a cristalografia — ciência que estuda a disposição dos átomos em superfícies sólidas — de raios-X para criar um modelo 3D da aparência da proteína que tem formato de espinhos e de como ela se liga às células humanas.
Embora isso não pareça com as fotos do coronavírus já divulgadas, esse é um modelo útil para biólogos porque permite que eles visualizem como pequenas mutações na proteína criam diferentes dobras e sulcos, o que muda a maneira como a partícula do vírus se liga aos receptores nas células humanas.
Assim, a equipe descobriu que a cepa de coronavírus SARS-CoV-2 tem algumas mutações que formam uma "crista" muito compacta na proteína 'espinho'. Ela é mais compacta que a do vírus da SARS, e esse pode ser um dos motivos pelos quais essa nova cepa é tão hábil em infectar humanos, causando o COVID-19.
"A estrutura 3D mostra que, comparado ao vírus que causou o surto de SARS entre 2002 e 2003, o novo coronavírus desenvolveu novas estratégias para se ligar ao receptor na célula humana, resultando em uma ligação mais rígida", disse Li ao jornal The Guardian.
A equipe espera que a descoberta ajude outros pesquisadores a desenvolver medicamentos ou vacinas para o vírus.
"Nosso trabalho pode orientar o desenvolvimento de anticorpos monoclonais que agiriam como um medicamento para reconhecer e neutralizar a ligação da proteína com as células do corpo humano", afirma o pesquisador. "Ou uma parte dessa proteína pode se tornar a base para uma vacina", analisa.
Mas é preciso ter cautela. Esse tipo de pesquisa está em constante evolução e, embora o modelo seja promissor, o estudo usou apenas pequenos fragmentos do vírus.
Com informações do Portal R7.
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