Web Radio Cultura Crato

sexta-feira, 24 de abril de 2020

O Bolsonaro tenta impor troca do diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo, Ministro Sérgio Moro cogita deixar o governo caso isso se confirme

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, avisou que "poderá" deixar o governo após o presidente Jair Bolsonaro comunicá-lo que trocará o comando da Polícia Federal, atualmente ocupada por Maurício Valeixo. É a segunda vez que o presidente ameaça impor um novo nome na cúpula da corporação.

Valeixo foi escolhido por Moro para o cargo ainda na transição, em 2018. O delegado comandou a Diretoria de Combate do Crime Organizado (Dicor) da PF e foi Superintendente da corporação no Paraná, responsável pela Lava Jato, até ser convidado pelo ministro, ex-juiz da Operação, para assumir a diretoria-geral.
Embora a indicação para o comando da PF seja uma atribuição do presidente, tradicionalmente é o ministro da Justiça quem escolhe.
Interlocutores de Valeixo dizem que a tentativa de substituí-lo ocorre desde o início do ano, mas que não teria relação com o que aconteceu no ano passado, quando Bolsonaro tentou pela primeira vez trocá-lo por outro nome. Na ocasião, o presidente teve que recuar diante da repercussão negativa que a interferência no órgão de investigação poderia gerar.
Aliados de Moro afirmaram ao Estado que o ministro não vai aceitar a troca de Valeixo nas condições que o presidente está colocando, de “cima para baixo”.
No ano passado, após Bolsonaro antecipar a saída do superintendente da corporação no Rio de Janeiro, ministro e presidente travaram uma queda de braço pelo comando da PF.
Em agosto, o presidente antecipou o anúncio da saída de Ricardo Saadi do cargo, justificando que seria uma mudança por “produtividade” e que haveria “problemas” na superintendência. A declaração surpreendeu a cúpula da PF que, horas depois, em nota, contradisse o presidente ao afirmar que a substituição já estava planejada e não tinha “qualquer relação com desempenho”.
Nos dias seguintes, Bolsonaro subiu o tom. Declarou que “quem manda é ele” e que, se quisesse, poderia trocar o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo.
#fiqueemcasa
 Informações com O ESTADÃO

Guerra de facções ganha nova ofensiva e deixa mortos e pânico nas ruas da Grande Fortaleza

A Grande Fortaleza viveu uma noite de ontem (22) e madrugada desta quinta-feira (23) de terror e violência. A guerra entre duas facções criminosas que atuam no estado do Ceará provocou vários episódios de tiroteios em bairros e favelas da Capital e sua Região Metropolitana, com mortes, pessoas feridas e pânico nas comunidades. A “guerrilha” dos grupos armados impactou até nos serviços essenciais, como ambulâncias do Samu que tiveram que ser retiradas de alguns bairros. Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAS), várias pessoas baleadas procuraram socorro médico.

O motivo do recrudescimento da “guerra” entre as facções Comando Vermelho (CV) e Guardiões do Estado (GDE) teria sido a morte de um dos chefes da segunda organização criminosa. O homem foi executado, a tiros, na tarde de ontem, em Messejana. Ele seria um dos “cabeças” da GDE naquela área da cidade. Menos de duas horas depois, os criminosos passaram a usar as redes sociais para convocar para a “guerra” nas ruas.

Diversos áudios foram postados nos aplicativos de celular em que chefes do tráfico em favelas ordenavam que seus “soldados” matassem os criminosos da facção inimiga e postassem as fotos dos cadáveres das redes sociais como prova das execuções.

De acordo com fontes da Polícia, quando a noite chegou começaram os tiroteios que atingiram, pelo menos, oito bairros de Fortaleza. São eles: José Walter, Barroso (comunidade Babilônia), Granja Lisboa, Bom Jardim, Conjunto Ceará, Genibaú, Autran Nunes e Vicente Pinzón. Houve confrontos também em Caucaia (no Distrito de Jurema), Maracanaú (bairro Alto da Mangueira), Horizonte (bairro Queimadas e na localidade de Cajueiro da Malhada) e em Cascavel (Parque Urupê).

Mortes

A sequência de tiroteios em ruas e becos de bairros e favelas nas últimas 24 horas deixaram, ao menos, oito mortos na Grande Fortaleza. Na Capital, crime de morte ocorreram nos bairros Jóquei Clube, Messejana e Cidade 2000.

Na Região Metropolitana foram cinco assassinatos em Caucaia (no Distrito de Jurema), Maracanaú (bairro Alto da Mangueira), Cascavel (Parque Uruquês), e Horizonte (dois casos, no bairro Queimadas e na localidade de Cajueiro da Malhada).

(Fernando Ribeiro)

Nenhum comentário:

Postar um comentário