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sábado, 25 de abril de 2020

No dia mais sangrento da guerra de facções, Ceará registrou 22 assassinatos em 24 horas

Serrinha - Uber
Entre as vítimas da violência em Fortaleza, um motorista de aplicativo, morto no bairro Serrinha 
Itaoca corpo 1
Jovem morto na guerra das facções no bairro Itaoca, Rodrigo Narlan Marques Guilherme, 18
Pecém Caucaia999 Pajuçara
Morto no Pecém/SGA                   Morto na Caucaia                           Morto em Maracanaú

A guerra de facções deixou mais 22 pessoas mortas no Ceará nas últimas 24 horas. O banho de sangue que vem sendo registrado nas ruas teve seu dia mais sangrento nesta quinta-feira (23), quando a Polícia registrou 16 homicídios na Grande Fortaleza e mais seis no interior. Em 72 horas, 48 pessoas assassinadas no estado.
Em Fortaleza, oito crimes de morte aconteceram nos bairros Praia do Futuro, Itaoca (duplo), Serviluz, Serrinha, Aldeota, Pirambu e Praia de Iracema. Já na Região Metropolitana, mais oito assassinatos aconteceram em Maracanaú (2), Cascavel (2), Caucaia, São Gonçalo do Amarante, Horizonte e Eusébio.
No interior, foram registrados quatro crimes de morte, sendo dois em Quixadá, além de outros em Aracati, Campos Sales, Barro e Várzea Alegre.
Crimes
Na Praia do Futuro, o jovem surfista Luis Felipe Brito da Costa, 18 anos, foi morto a tiros na Comunidade do Luxou por três bandidos. O crime foi filmado. Um suspeito já está preso.
No bairro Itaoca, na comunidade do Papoco, um tiroteio deixou dois jovens mortos. Um deles foi identificado por Rodrigo Narlan Marques Guilherme, 18 anos. No local, a Polícia prendeu seis envolvidos nos confrontos de facções no bairro.
Em Maracanaú, foram registrados dois assassinatos, ambos no Distrito de Pajuçara. Na manhã, um feirante foi morto, a tiros, nas proximidades da Ceasa. À noite, um homem acabou sendo assassinado a golpes de faca.
No Distrito de Pecém, em São Gonçalo do Amarante, um homem identificado apenas pelo apelido de “Pequeno”, foi morto, a tiros na localidade de Barra, nas proximidades da Colônia de Férias. O crime ocorreu na noite de ontem.
Em Caucaia, o jovem Jonh de Lima da Silva, 27 anos, foi morto por bandidos de uma facção na Avenida do Contorno Norte, bairro Planalto Caucaia (Picuí).
No Município de Cascavel, mais dois crimes de morte foram registrados ontem por conta da guerra de facções. Em apenas três dias, quatro pessoas foram mortas ali.
Em Horizonte, o terceiro assassinato aconteceu em menos de 24 horas.
No bairro Aldeota, um morador de rua, conhecido pelo apelido de “Da Praia”, foi executado, a tiros, na noite desta quinta-feira. O crime ocorreu próximo à Areninha Campo do América, no cruzamento das ruas José Vilar e Tenente Benévolo.
Já por volta das 22 horas, um motorista de aplicativo foi morto, a tiros, na Rua Um no bairro Serrinha, próximo ao Aeroporto Internacional Pinto Martins. Moradores informaram que a vítima foi atacada e executada a tiros por bandidos que fugiram do local em motocicletas.
No bairro Pirambu, um desconhecido por perseguido e espancado até a morte por moradores. O crime de linchamento ocorreu no fim da noite, na Rua Santa Inês e a vítima não foi identificada.
No fim da noite, um homem foi morto na Favela Baixa Pau, na Praia de Iracema.
Crimes no Interior
Dois homens foram mortos, na madrugada de ontem, dentro de uma casa na zona rural do Município de Quixadá, no Sertão Central do Ceará. Os corpos de Francisco Edson Rodrigues de Sousa e Wemerson Bruno Xavier da Silva, no entanto, só foram encontrados quando o dia amanheceu. Ambos foram assassinados a tiros, na localidade de Carrascal Dois.
Em Aracati, um homem identificado por Francisco Neuler Costa Santos foi assassinado, a tiros, no Bairro de Fátima.
Em Campos Sales, um provável crime de pistolagem. Desconhecidos mataram o servidor público Juviniano Alves de Oliveira Neto, 37 anos, que era o chefe do setor de transportes da Secretaria Municipal de Saúde. O crime aconteceu no Centro da cidade.
No Município do Barro, um homem de 49 anos foi morto com um tiro de espingarda de calibre 12 (escopeta), no rosto. A vítima foi identificada como José Barbosa da Silva. O crime ocorreu por volta de 15 horas de ontem, no Sítio Mandaçaí.
Em Várzea Alegre, Luiz Leonardo Bento da Silva, 24 anos, foi assassinado, a tiros na localidade de Alto dos Andrés, no Distrito de Naraiú.

Moro diz que Bolsonaro queria mexer na PF para acessar dados secretos


Ao anunciar sua demissão do governo federal nesta sexta-feira (24), o ministro Sergio Moro (Justiça) falou na "insistência" do presidente Jair Bolsonaro para a troca do comando da Polícia Federal, sem apresentar causas que fossem aceitáveis.

Disse que Bolsonaro queria ter acesso a informações e relatórios confidenciais de inteligência."Não são aceitáveis indicações políticas." Ele falou em "violação de uma promessa que me foi feita inicialmente de que eu teria uma carta branca".

"Haveria abalo na credibilidade do governo com a lei."Ele enalteceu seu papel na busca pela autonomia da Polícia Federal e destacou essa característica da corporação nos governos dos ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT.

Moro destacou a autonomia da Polícia Federal nas gestões federais do PT, mesmo com "inúmeros defeitos" e envolvimentos em casos de corrupção. Relembrou promessa de "carta branca" recebida pelo então presidente eleito Jair Bolsonaro para nomear todos os assessores, inclusive na Polícia Federal.

O ex-juiz da Lava Jato disse que nunca impôs como condição para ser ministro a indicação para uma vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). A ideia, segundo Moro, era buscar um nível de formulação de políticas públicas, de aprofundar o combate à corrupção e levar maior efetividade em relação à criminalidade violenta e ao crime organizado.Moro diz que somente colocou uma condição a Bolsonaro para que assumisse o cargo. "Se algo me acontecesse, uma pensão para a família."

No cargo, Moro cuidava também da segurança pública."Me via, estando no governo, como um garantidor da lei e da imparcialidade e autonomia destas instituições", afirmou o ministro em seu pronunciamento. Em sua fala, Moro lamentou sua saída em meio à pandemia do novo coronavírus, com centenas de mortes no país, e enalteceu sua carreira como juiz federal, com atuação na Operação Lava Jato de Curitiba.

Com informações Notícias ao Minuto via Folhapress

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