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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Preso em Crato suspeito de matar namorada o qual teria forjado acidente

 

Policiais civis da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em Crato prenderam motorista suspeito de feminicídio
Demontier Tenório (Foto: Reprodução)  site miséria

Ivanildo está preso sob acusação de matar a namorada Robéria

Policiais civis da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em Crato prenderam motorista suspeito de feminicídio. Ivanildo Leandro da Silva vai completar 51 anos de idade no próximo dia 20 de outubro numa das celas da cadeia pública de Juazeiro. É que a delegada titular da DDM, Kamila Brito, pediu e a justiça cratense decretou a prisão temporária dele por 30 dias. O mesmo é suspeito de praticar crime de feminicídio contra a jovem Robéria Caitano de Moura, de 18 anos.

O laudo do exame cadavérico apontou asfixia mecânica e já existiam informações que as características relacionadas com o óbito da garota eram incompatíveis com o acidente de trânsito. Na manhã do último dia 10 de junho Ivanildo saiu do Motel Flores com Robéria em alta velocidade dirigindo a sua caminhonete D-20 de cor vermelha. Na descida pela Avenida José Marrocos derivou à caminho da Avenida Duque de Caxias quando abalroou uma Topic, dirigida por José Daniel Alencar Ribeiro.

Além disso, bateu violentamente no muro do CRAS Raimundo Coelho. Foram muitos os depoimentos, exames, diligências e perícias culminando com o indiciamento de Ivanildo por fraude processual pelo delegado Daniel Macedo Leite. Como o caso passou a migrar para um crime de feminicídio, o inquérito policial trocou a 19ª Delegacia Regional de Polícia Civil pela DDM. Pelas mãos da delegada Kamila Brito as investigações terão prosseguimento.

No primeiro depoimento ainda na DRPC, Ivanildo afirmou que Robéria estava bem deixando a ideia do óbito em decorrência do acidente. Restaram dúvidas no exame cadavérico e, ao ser reinquirido, o motorista passou a sustentar a tese que sua namorada tinha sofrido um mal súbito durante ato sexual no motel e estava em busca de socorrê-la. Ivanildo descartou qualquer possibilidade de ter forjado um acidente sempre atribuindo o mesmo a uma pane no sistema de frenagem.

No contexto das investigações foram ouvidos até funcionários do motel que confirmaram ter o quarto ficado sujo de sangue e, no local, os óculos e par de brincos de Robéria. Nas imagens após o acidente, é possível ver que o próprio Ivanildo coloca a namorada na calçada do CRAS após retirar da caminhonete aparentando estar desfalecida. Com isso, as suspeitas que já viajava desacordada no carro. Ela morava, a exemplo dele, no mesmo Sítio Trindade (Distrito de Santa Fé) na zona rural de Crato.

Naquele dia, além de outros passageiros, Ivanildo levava Robéria e duas irmãs as quais iriam fazer compras, mas Robéria recebeu mensagem do motorista convidando para um encontro. As irmãs discordaram sem serem atendidas e, depois, souberam da morte da irmã. Ivanildo é casado e já respondeu dois procedimentos. Em 2009 por crime ambiental e, cinco anos depois, ameaça no contexto da violência doméstica quando prometeu matar a ex-companheira caso botasse “chifre” nele.

É sancionada lei que aumenta a pena para o crime de feminicídio

Criminoso pede para ficar na cadeia para não continuar em prisão domiciliar com a esposa

Feminicídio é considerado o assassinato de uma mulher.
Rute Oliveira    site miséria
(Foto: Charles O'Rear/Getty Images)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta quarta-feira (9), o projeto de lei que aumenta a pena para o crime de feminicídio. A punição passa a ter um mínimo de 20 anos e um máximo de 40 anos de reclusão . Anteriormente, a pena variava entre 12 e 30 anos de reclusão. 

Feminicídio é considerado o assassinato de uma mulher cujo o autor tenha cometido o ato em razão de violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher

A lei que prevê o aumento das penas para os crimes de feminicídio, descumprimento de medida protetiva e violência doméstica contra mulher foi aprovada pelo congresso nacional em setembro. 

Há também as especificações que podem agravar as penas, como o fato do crime ser praticado contra uma vítima grávida ou nos três meses após o parto, vítimas forem menores de 14 anos ou maiores de 60, ou se crime for cometido na presença de filhos ou pais da vítima.

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