Os consumidores pagarão mais caro, a partir dessa terça-feira, pelo litro de gasolina e de diesel. A Petrobras anunciou, nesta segunda-feira, um novo aumento no preço dos combustíveis em suas refinarias, o que pressiona ainda mais a inflação uma vez que o custo no frete é transferido, de forma automática, para os produtos.
Segundo a Petrobras, o litro da gasolina vendido pela empresa às distribuidoras passará de R$ 2,98 para R$ 3,19, o que representa um aumento de R$ 0,21 ou de cerca de 7%. O litro do diesel passará dos atuais de R$ 3,06 para R$ 3,34 nas refinarias da Petrobras, uma elevação de 9%.
A Petrobras, por meio de nota, justifica que os reajustes no preço garantem que o mercado “siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento”.
A estatal destaca, ainda, que ‘’O alinhamento de preços ao mercado internacional se mostra especialmente relevante no momento que vivenciamos, com a demanda atípica recebida pela Petrobras para o mês de novembro de 2021’’.
A empresa argumenta que ‘’Os ajustes refletem também parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de câmbio”.
IMPACTO FINAL PARA OS CONSUMIDORES
A Petrobras afirma que a parcela da gasolina vendida nas refinarias no preço final do produto encontrado nos postos chegará a R$ 2,33, com um aumento de R$ 0,15. A variação é menor que os R$ 0,21 de reajuste nas refinarias porque a gasolina tem uma mistura obrigatória de 27% de etanol anidro. No caso do diesel, a Petrobras calcula que o impacto para o consumidor final seja um aumento de R$ 0,24, porque o diesel vendido nos postos tem uma mistura obrigatória de 12% de biodiesel.
Fonte: Ceará Agora
Pesquisadores da USP planejam testes para usar rim suíno em humanos
Pesquisadores brasileiros realizaram edição genética em porcos como parte de estudo que tem como objetivo o xenotransplante – técnica que permitiria transplantar órgãos e tecidos de suínos para seres humanos – no futuro. O grupo está em busca de recursos e planejam testes em humanos daqui a dois anos. Os estudos são conduzidos pela Universidade de São Paulo (USP).
No Brasil, o pesquisador do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco da USP, Ernesto Goulart, disse que, neste momento da pesquisa, estão sendo produzidos os primeiros embriões de porcos a partir das células geneticamente modificadas, que são os primeiros experimentos de clonagem deste estudo.
“A primeira etapa para produzir um suíno geneticamente modificado, para que os órgãos desse animais sejam utilizados para transplante em humanos, é a etapa de edição genética. Nós já concluímos essa etapa”, disse. Até agora, nessa primeira etapa, ele explicou que os pesquisadores concluíram a edição do DNA das células de suínos, para que aqueles genes que causam a rejeição aguda fossem inativados.
O objetivo é que, no futuro, quando essas células derem origem a um animal, os órgãos a serem transplantados não causem rejeição no paciente humano. “A gente pega aquela célula que produziu no laboratório, que modificou o genoma, e agora vamos fazer uma técnica de clonagem. A partir daquela célula, eu consigo gerar um embrião que vai se desenvolver [na barriga] do animal e a gente espera que os órgãos sejam então compatíveis com o transplante em humano.”
Ao se mostrarem viáveis no laboratório, os embriões serão transferidos para a barriga de aluguel até o nascimento dos filhotes suínos. “Se tudo der certo, em poucos meses, em questão de 6 a 8 meses, nós teremos nossos primeiros porquinhos nascendo. A expectativa do nosso grupo é de, em até dois anos, começar os primeiros estudos em humanos, com transplantes em humanos. E, em até cinco anos, há expectativa de iniciar os estudos clínicos [aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa]”, disse Goulart.
O assunto dos xenotransplantes ganhou espaço após divulgação na imprensa de um experimento, realizado nos Estados Unidos, em que um rim suíno foi ligado ao sistema vascular de um paciente humano, mas mantido fora do seu corpo, e não provocou rejeição pelo seu sistema imunológico. O procedimento utilizou um porco cujos genes haviam sido editados geneticamente para que seus tecidos não causassem rejeição em humanos.
Apesar de ainda não haver uma publicação científica a respeito desse experimento, o pesquisador brasileiro afirma que ele já contribuiu muito com o desenvolvimento dessa abordagem no mundo todo. “É uma prova de conceito muito importante. A edição genética, um dos principais objetivos, é fugir dessa rejeição hiperaguda [do órgão]. E qual que é excelente notícia que esse trabalho nos traz? Esse órgão ficou três dias no paciente e não rejeitou, não teve nenhum indício de rejeição. Muito pelo contrário, ele estava funcionando”, comemorou.
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