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terça-feira, 31 de março de 2020

Haddad, Ciro e Boulos assinam manifesto que requer renúncia imediata de Bolsonaro

Os ex-presidenciáveis de esquerda Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL), além do governador do partido comunista do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), assinaram manifesto que pede a renúncia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Para o grupo de esquerdistas, Bolsonaro é “um presidente da República irresponsável” por tentar manter empregos e a economia funcionando num momento de crise como este.

“Jair Bolsonaro é o maior obstáculo à tomada de decisões urgentes para reduzir a evolução do contágio, salvar vidas e garantir a renda das famílias, o emprego e as empresas. Atenta contra a saúde pública, desconsiderando determinações técnicas e as experiências de outros países”, diz o texto.

Leia o manifesto na íntegra:

O BRASIL NÃO PODE SER DESTRUÍDO POR BOLSONARO

O Brasil e o mundo enfrentam uma emergência sem precedentes na história moderna, a pandemia do coronavírus, de gravíssimas consequências para a vida humana, a saúde pública e a atividade econômica. Em nosso país a emergência é agravada por um presidente da República irresponsável. Jair Bolsonaro é o maior obstáculo à tomada de decisões urgentes para reduzir a evolução do contágio, salvar vidas e garantir a renda das famílias, o emprego e as empresas. Atenta contra a saúde pública, desconsiderando determinações técnicas e as experiências de outros países. Antes mesmo da chegada do vírus, os serviços públicos e a economia brasileira já estavam dramaticamente debilitados pela agenda neoliberal que vem sendo imposta ao país. Neste momento é preciso mobilizar, sem limites, todos os recursos públicos necessários para salvar vidas.
Bolsonaro não tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que compromete a saúde e a economia. Comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável. Precisamos de união e entendimento para enfrentar a pandemia, não de um presidente que contraria as autoridades de Saúde Pública e submete a vida de todos aos seus interesses políticos autoritários. Basta! Bolsonaro é mais que um problema político, tornou-se um problema de saúde pública. Falta a Bolsonaro grandeza. Deveria renunciar, que seria o gesto menos custoso para permitir uma saída democrática ao país. Ele precisa ser urgentemente contido e responder pelos crimes que está cometendo contra nosso povo.
Ao mesmo tempo, ao contrário de seu governo – que anuncia medidas tardias e erráticas – temos compromisso com o Brasil. Por isso chamamos a unidade das forças políticas populares e democráticas em torno de um Plano de Emergência Nacional para implantar as seguintes ações:
-Manter e qualificar as medidas de redução do contato social enquanto forem necessárias, de acordo com critérios científicos;
-Criação de leitos de UTI provisórios e importação massiva de testes e equipamentos de proteção para profissionais e para a população;
-Implementação urgente da Renda Básica permanente para desempregados e trabalhadores informais, de acordo com o PL aprovado pela Câmara dos Deputados, e com olhar especial aos povos indígenas, quilombolas e aos sem-teto, que estão em maior vulnerabilidade;
-Suspensão da cobrança das tarifas de serviços básicos para os mais pobres enquanto dure a crise,
-Proibição de demissões, com auxílio do Estado no pagamento do salário aos setores mais afetados e socorro em forma de financiamento subsidiado, aos médios, pequenos e micro empresários;
-Regulamentação imediata de tributos sobre grandes fortunas, lucros e dividendos; empréstimo compulsório a ser pago pelos bancos privados e utilização do Tesouro Nacional para arcar com os gastos de saúde e seguro social, além da previsão de revisão seletiva e criteriosa das renunciais fiscais, quando a economia for normalizada.

Frente a um governo que aposta irresponsavelmente no caos social, econômico e político, é obrigação do Congresso Nacional legislar na emergência, para proteger o povo e o país da pandemia. É dever de governadores e prefeitos zelarem pela saúde pública, atuando de forma coordenada, como muitos têm feito de forma louvável. É também obrigação do Ministério Público e do Judiciário deter prontamente as iniciativas criminosas de um Executivo que transgride as garantias constitucionais à vida humana. É dever de todos atuar com responsabilidade e patriotismo.

(R. Curitiba)

Médica chinesa foi repreendida por alertar sobre coronavírus em 2019

Médica foi repreendida por “espalhar boatos” após pedir para sua equipe adotar medidas de proteção contra o vírus.
O hospital Wuhan Central, localizado na província de Hubei, na China, recebeu seu primeiro caso do novo coronavírus no dia 16 de dezembro.

Tratava-se de um homem, de 65 anos, com febre, mas sem apresentar outros sintomas da Covid-19. 

Em uma entrevista no dia 18 de fevereiro, Ai Fen, responsável pela emergência do hospital, disse que os exames no paciente revelaram infecção em ambos os pulmões, mas antibióticos e medicamentos antigripais não surtiam efeito.

Passariam mais 11 dias desde o 16 de dezembro até os médicos começarem a fazer a conexão entre outros casos registrados na região.

Em 27 de dezembro, a doutora Fen recebeu um segundo paciente com sintomas semelhantes e solicitou um teste de laboratório. 

No dia seguinte, ela já havia detectado sete casos de uma pneumonia misteriosa, quatro deles relacionados ao mercado de frutos do mar de Huanan, incluindo a mãe de um vendedor.

Após identificar que a situação poderia estar sendo causada por uma doença viral, a médica informou ao corpo de diretores do hospital em 29 de dezembro e notificou o escritório distrital do Ministério da Saúde da China, que confirmou ter ouvido relatos semelhantes de outros lugares em Wuhan.

Em 30 de dezembro, a doutora Ai Fen obteve os resultados dos exames mais detalhados que encomendou: tratava-se de “SARS coronavírus”, o mesmo tipo que matou 774 pessoas em todo o mundo depois de surgir na China em 2002.

No início da manhã de 1º de janeiro, outro paciente chegou ao departamento de Ai Fen. O dono de uma clínica particular localizada perto do mercado ficou gravemente doente depois de tratar vários pacientes com a Covid-19.

Temendo que seus colegas pudessem ser infectados da mesma maneira, a médica mais uma vez alertou as autoridades do hospital e ordenou que os membros do seu departamento usassem máscaras.

Na noite do primeiro dia de 2020, o departamento de disciplina do hospital convocou a médica para uma conversa. 

Ai Fen foi criticada por “espalhar boatos”. Ela ainda tentou argumentar que a doença poderia ser contagiosa, mas as autoridades disseram que sua ação causou pânico e “danificou a estabilidade” de Wuhan.

A liderança do hospital também proibiu a equipe médica de discutir a doença em público ou através de textos ou imagens, informa o Wall Street Journal.

Oito dias depois, uma enfermeira em seu departamento começou a apresentar sintomas da doença e mais tarde foi confirmado que ela estava infectada pelo coronavírus. 

Agora, após a expansão do coronavírus por mais de 100 países, três médicos do hospital já morreram devido à infecção.

(Renovamidia)

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