Dois engenheiros e um pedreiro foram indiciados em inquérito da Polícia Civil como responsáveis pelo desabamento do Edifício Andréa, tragédia ocorrida na manhã do dia 15 de outubro, na zona nobre de Fortaleza. O prédio residencial de sete andares não resistiu quando suas estruturas foram alteradas em uma obra de reforma. Nove pessoas morreram soterradas nos escombros do imóvel e outras sete ficaram feridas.
De acordo com o inquérito policial concluído nesta quinta-feira (30) e enviado para a Justiça, os engenheiros civis José Andresson Gonzaga dos Santos e Carlos Alberto Loss de Oliveira, além do pedreiro Amauri Pereira de Souza, tiveram papel “determinante” para a ocorrência do desabamento. Os três estavam trabalhando na reforma do edifício.
As investigações duraram dois meses e 15 dias, período em que a Polícia Civil tomou o depoimento de 40 pessoas, entre sobreviventes da tragédia, peritos, engenheiros e os três acusados. O inquérito foi instaurado no 4º DP (Pio XII) e demorou por conta do trabalho minucioso realizado pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce).
De acordo com os peritos, o desabamento do prédio ocorreu por cinco fatores. Foram eles: “falha da empresa responsável pela obra de reforma; técnica equivocada nas obras de restauração que prejudicou a estabilidade da estrutura; ausência de escoramento nos pilares; acréscimo de carga (peso) na área da cobertura; e falta de manutenção no imóvel”.
Indiciamento e mortes
Os três acusados de contribuírem para o desabamento do prédio foram indiciados nos seguintes crimes: provocar desabamento por erra de execução (artigo 29 da Lei das Contravenções Penais), causar desabamento ou desmoronamento, além de expor vidas em perigos ou causar mortes (artigos 256 e 258 do Código Penal Brasileiro/CPB).
O delegado titular do 4º DP, José Munguba Neto, informou que ainda nesta quinta-feira (30),o inquérito seria entregue à Justiça com a ressalva de que os três indiciados poderão ainda responder por outros crimes, dependendo da avaliação a ser feita pelo Ministério Público.
O desabamento do edifício Andréa, que era localizado na Rua Tibúrcio Cavalcantr2405, no bairro Dionísio Torres, na manhã de 15 de outubro de 2019, causou a morte de seis moradores, duas pessoas que estavam trabalhando no imóvel e de homem atingido pelos escombros na rua.
Veja a lista dos mortos no desabamento:
1 – Frederickson de Santana Santos, 30 anos (ajudante do caminhão soterrado)
2 – Isaura Marques Bezerra, 81 anos (moradora do apartamento 501)
3 – Antônio Gildásio Holanda da Silveira, 60 anos (morador do apartamento 301)
4 – Nayara Pinho Silveira, 31 anos (moradora do apartamento 301)
5 – Rosane Marques de Menezes, 56 anos (moradora do apartamento 501)
6 – Maria da Penha Bezerril Cavalcante, 81 anos (moradora do apartamento 101)
7 – Vicente de Paula Vasconcelos de Menezes, 86 anos (morador do apartamento 501)
8– Maria das Graças Rodrigues, 70 anos, síndica do prédio (moradora do apartamento 502)
9 – José Eriverton (cuidador de idosos, estava no local trabalhando)
Veja a lista dos feridos no desabamento:
1 – Fernando Marques, 20 anos
2 – Antônia Peixoto Coelho, 72 anos
3 – Cleide Maria da Cruz Carvalho, 60 anos
4 – Davi Sampaio, 22 anos
5 – Gilson Moreira Gomes, 58 anos
6 – Francisco Rodrigues Alves, 59 anos
7 – João Ycaro Coelho de Menezes, 35 anos.
(Fernando Ribeiro)
Policiais do Cotam cercam o QG de bandidos em Caucaia e apreendem carregamento de drogas
A carga de 183 quilos de maconha, avaliada em R$ 600 mil, veio do Mato Grosso do Sul.
Policias militares do Batalhão do Comando Tático Motorizado (BPCotam) e do Serviço Reservado, do Comando de Policiamento Especializado de Choque (CPChoque), realizaram na tarde desta quinta-feira (30), uma grande apreensão de drogas em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Os PMs acabaram desmontando o QG de uma quadrilha ligada à facção criminosa responsável por vários assassinatos naquele Município.
A apreensão de aproximadamente 184 quilos de maconha aconteceu quando os policiais do Serviço Reservado do BPCotam faziam buscas para prender uma quadrilha chefiada pelo traficante, homicida e chefe de facção, além d e foragido da Justiça, Alban Darlan Batista Guerra. Trata-se do bandido mais procurado em Caucaia e que tem desafiado as autoridades.
O QG da quadrilha de Darlan funcionava em um local vigiado por várias câmeras e monitores, localizado na Rua Raimunda Rodrigues, no bairro Genipabu. Um caminhão-baú, com placas do estado de Mato Grosso do Sul, chamou a atenção dos policiais militares, que ao fazerem uma revista do compartimento de cargas encontraram cerca de 228 “tijolos” de maconha prensada.
Caçada continua
No momento do cerco policial, os criminosos monitoravam o local através das câmeras e perceberam a chegada da Polícia. Acabaram fugindo, deixando para trás o carregamento de drogas, que, segundo a Polícia, está avaliado em cerca de R$ 600 mil.
De acordo com o comandante do BPCotam, tenente-coronel PM Eduardo Barreto, as buscas ao traficante Darlan vão continuar em Caucaia. A Polícia já sabe que o criminoso caçado no Ceará tem ligações com bandidos de outros estados. Um deles está preso em uma penitenciária federal de segurança máxima do Mato Grosso do Sul.
(Fernando Ribeiro)
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