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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Violência cresce no Ceará com a greve da PM e Governo não vai mais divulgar os números para imprensa

Enquanto o governo local aguarda uma definição do governo federal sobre o pedido de prorrogação do decreto da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que permite a presença das Forças Armadas no estado, a violência armada continua a causar mortos.

Ao menos, 21 pessoas foram assassinadas no Ceará nas últimas 24 horas. Diante do alto índice criminal, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) decidiu, ontem (26), suspender a divulgação para a Imprensa os números de assassinatos no estado durante a greve de PMs.

Contudo, entre a madrugada de quarta-feira de Cinzas e a manhã desta quinta-feira (27), foram registrados 21 mortes no Ceará, sendo sete homicídios na Capital, seis na Região Metropolitana de Fortaleza e mais oito casos no Interior.

Os sete crimes em Fortaleza aconteceram nos bairros Jóquei Clube, Novo Mondubim, Carlito Pamplona, Serrinha, Parque São Vicente (Grande Bom Jardim), José Walter e Lagoa Redonda.

Na Região Metropolitana de Fortaleza, seis assassinatos aconteceram nos Municípios de Maracanaú (Conjunto Jardim Bandeirantes), Caucaia (dois casos), Paracuru, Guaiúba (no Distrito de São Jerônimo) e Aquiraz (Novo Iguape).

No Interior do estado, oito homicídios ocorreram nos Municípios de Juazeiro do Norte (cinco casos, incluindo um feminicídio), Iguatu, Limoeiro do Norte e Quixadá.

Explosão de assassinatos

Os seguidos assassinatos no Ceará, desde o início da greve dos policiais militares (na tarde do último dia 18), provocaram uma “explosão” nos índices dos Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLIs). Entre os dias 1º e 26 de fevereiro o estado já contabilizou 325 assassinatos.

Somando aos CVLIs de janeiro (263) e os atuais índices de fevereiro, o Ceará apresenta em menos de dois meses, nada menos, que 592 homicídios.

E no começo desta quinta-feira (27), já foram registrados mais quatro assassinatos, sendo um em Fortaleza (no bairro Lagoa Redonda), outro em Caucaia e outros dois, na madrugada de hoje, na cidade de Juazeiro do Norte, no Cariri. 

Com informações do Ceará News.

Diz intermediador - Primeiro pedido será o de soltura de policiais presos

Designado como emissário de policiais durante reabertura de diálogos, coronel Medeiros diz sentir haver disposição para cessar greve

COMISSÃO entre poderes se reuniu ontem para começar a buscar uma solução para o impasse
Escolhido para intermediar os interesses de policiais militares paralisados junto ao Governo do Ceará, o coronel reformado do Exército Walmir Medeiros afirmou que a discussão será iniciada pelo tratamento de "pautas emergenciais". Destas, ele citou como prioritária a soltura dos 47 policiais presos no contexto do amotinamento reivindicando melhores salários e melhores condições de trabalho.
A segunda tabela construída por Governo e associações permitiria ao soldado ganhar salários de R$ 4,5 mil até 2022. O pagamento seria fatiado em três parcelas, por três anos. Atualmente, o vencimento-base do agente é de R$ 3,2 mil.
O entendimento do conjunto dos manifestantes e do departamento jurídico das associações representativas de militares, diz o relato de Medeiros, também advogado, é de que todas as prisões foram excessivas. São 47 agentes presos até aqui. Foram 43 prisões por abandono do serviço militar — deserção —, três por motim e uma por queima de carro particular. O debate que será feito deverá ser de prisão a prisão.
Questionado sobre demais reivindicações, o coronel Medeiros disse ser mais acertado divulgá-las somente após última rodada de discussão. A conduta, ele justificou, se deve ao episódio de comemoração de acordo por líderes como o deputado federal Capitão Wagner e o estadual Soldado Noelio, ambos do Pros, sucedida por recuo da tropa. O fato mencionado por ele ocorreu no último dia 13, após reunião na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE).
A intenção, contudo, esbarra em posição já expressada por Camilo Santana. O chefe do Executivo afirmou ser inegociável anistiamento de quem está "mascarado cometendo crimes". Em tese, a fala não alcançaria policiais militares que simplesmente não foram ao trabalho.
O Coronel Medeiros e o ex-deputado Cabo Sabino (Avante) estiveram ontem no 18º Batalhão da Polícia Militar (18º-BPM), quando foram eleitos pela parcela paralisada como representante e intermediador, respectivamente.
O sentimento percebido na tropa, narra o militar, é de que há disposição para cessar o motim. Porém, "a coisa para endurecer é daqui para ali se eles sentirem que está havendo perseguição, injustiça".

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